A UFMG e os 500 anos do Brasil

O Professor Paulo da Terra, Curador da mostra

É a primeira vez que o exemplar vem a Belo Horizonte

Belo Horizonte receberá, pela primeira vez, um exemplar da Bíblia de Gutenberg, impresso pelo inventor da imprensa em 1455.

 

A obra faz parte do primeiro módulo da mostra Da Bíblia de Gutenberg à informação virtual, organizada em comemoração aos 500 anos do Brasil. A mostra, a ser inaugurada no dia 29 de maio, terá como palco o saguão da Reitoria. O livro de 1.282 páginas, do qual se tem notícia de apenas 48 exemplares, sairá pela primeira vez da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

 

A exposição, que ainda terá mais três módulos, pretende abordar a evolução da informação escrita, desde o livro de Gutenberg às obras eletrônicas, a partir de reflexão sobre o desenvolvimento dos suportes da informação nos últimos cinco séculos. Para o curador da mostra, professor Paulo da Terra Caldeira, da Escola de Biblioteconomia, a mostra, também comemorativa dos 50 anos da Unidade, refletirá o novo perfil dos profissionais da área. "Antes, para se saber o papel de um bibliotecário, bastava pensar em um local: as bibliotecas. Hoje, as atuações se expandiram para diversas áreas, entre elas a Internet", explica.

 

Por esse motivo, um segundo módulo será composto por obras em meio digital. Serão exibidos textos, que pretendem levar o público a refletir sobre as possibilidades de a tecnologia digital substituir o meio impresso. Caldeira considera que as publicações feitas em suporte digital vêm registrando um aumento significativo, embora a indústria editorial não tenha reduzido suas publicações. "Não chegamos ainda ao estágio de prescindirmos do papel. Por ora, a tendência é de os dois suportes caminharem juntos", arrisca o professor.

 

O terceiro módulo pretende reunir as obras de referência mais importantes da história brasileira. O resultado da seleção ainda influenciará na organização do quarto módulo, que será constituído por obras raras do acervo da UFMG, que não forem escolhidas para o terceiro módulo. Assim, fica garantida a exibição de obras como Brasília, de Barlei (1647), o livro mais antigo sobre o Brasil pertencente ao acervo da UFMG, e Autographos de Portugal e Brasil, que reúne cartas manuscritas de personalidades do século 16, como o imperador Dom Pedro I.

 

Mostra: Da Bíblia de Gutenberg à informação virtual 

Organização: Assessoria de Cooperação Institucional, Escola de Biblioteconomia e Biblioteca Central 

Local: Saguão da Reitoria da UFMG 

Data: 29 de maio a 16 de junho

 

 

 

                                       Livro reflete sobre a educação no país

 

Às vésperas do século 21, a sociedade brasileira, enfim, descobriu a importância da educação para o seu próprio desenvolvimento. Mas o conhecimento da evolução do ensino no país ainda permanece confinado aos cursos superiores de Pedagogia. Foi pensando em sistematizar uma história da educação brasileira - tanto para o público em geral quanto para profissionais da área - que três professores da Faculdade de Educação organizaram o livro 500 anos de educação no Brasil.

 

Eliane Marta Lopes, Cynthia Greive Veiga e Luciano Mendes de Faria prepararam uma coletânea de 24 artigos de autores contemporâneos escolhidos por dois critérios básicos: o cronológico, que permite a abordagem das fases tidas como importantes na história da educação brasileira, e um segundo, determinado pelos temas que os organizadores consideravam imprescindíveis para produzir a reflexão. Os ensaios abordam desde assuntos relacionados às origens da educação - como os trabalhos dos jesuítas - até temas mais contemporâneos, como educação e cinema, formação de professores e transformações nas universidades brasileiras.

 

No prefácio do livro, os organizadores observam: "Viemos a um mundo que já estava inventado, do qual não assistimos ao começo". Uma premissa que logo se transformou numa inquietação: "Que planos os educadores de nossos pais e avós traçaram para um futuro do qual nada sabiam, mas ao qual auguravam sucesso com as forças e fraquezas de que dispunham?".

 

Ao empreender esta busca, o que mais impressionou os professores foram as histórias nada felizes de exclusão de grande parte da população dos recursos oferecidos pela educação. Luciano Mendes destaca duas formas de exclusão: a não-inclusão absoluta e a inclusão que discrimina mulheres, negros, índios e pobres.

 

Contra a discriminação da escola, centralizadora da instrução e educação, surgiram soluções oferecidas por famílias e movimentos sociais que contribuíram para a construção de um projeto educacional. Só que, segundo os organizadores, essas iniciativas rapidamente sucumbiam. "Experiências como o Projeto Axé, na Bahia, sempre existiram, mas, de certa maneira, foram vencidas", conta Eliane Marta.

 

Livro: 500 anos de educação no Brasil 

Organizadores: Cynthia Greive Veiga, Eliane Marta Teixeira Lopes e Luciano Mendes de Faria 

Editora: Autêntica 

Preço: R$ 58,00 

Venda: principais livrarias da cidade 

Lançamento: 12 de abril