Na rota do plástico verde

Enfermagem, 85 anos

Escola fundada pelo sanitarista Carlos Chagas desempenha papel destacado na formação de profissionais para vários campos da saúde pública brasileira

A Escola de Enfermagem completa, no próximo sábado, dia 7, 85 anos de fundação. Na abertura das comemorações nesta quinta, 5, às 10h, será lançado selo comemorativo e ministrada palestra sobre a evolução da unidade. A enfermeira Fernanda Batista Oliveira Santos, egressa da Escola, abordará as Rupturas e continuidades na trajetória histórica da Escola de Enfermagem da UFMG: desdobramentos da federalização 1950-2004.

Uma apresentação da banda Asas de Minas, da Aeronáutica, encerra, a partir das 11h30, a cerimônia de abertura, que será presidida pela diretora Eliane Marina Palhares Guimarães e pela vice-diretora, Sônia Maria Soares.

A programação se estenderá até 7 de julho do ano que vem com atividades científicas, culturais e sociais. “Estão previstas a realização do Congresso de Gestão em Serviços de Saúde, em outubro deste ano, e as celebrações dos 20 anos de Internato Rural em Enfermagem, dos 15 anos de criação do curso de Nutrição e dos 10 anos de fundação do curso de Gestão dos Serviços de Saúde”, destaca a professora Eliane Palhares.

A Escola de Enfermagem foi inaugurada em 1933, com o nome de Escola de Enfermagem Carlos Chagas. Foi a segunda instituição do gênero fundada no Brasil por iniciativa do célebre sanitarista Carlos Chagas. À época, ele dirigia o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) e criou diversos serviços especializados de saúde, como os de higiene infantil e os de combate às endemias rurais, à tuberculose, à hanseníase e às doenças venéreas. Chagas também fundou outras escolas de enfermagem no país e estabeleceu as bases de formação de médicos sanitaristas. 

Fachada do prédio da Escola de Enfermagem, onde estudam mais de 2 mil alunos
Fachada do prédio da Escola de Enfermagem, onde estudam mais de 2 mil alunos Arquivo Escola de Enfermagem

Desafios e estratégias
Com 2.076 estudantes, sendo 1.155 de graduação, 238 de pós-graduação stricto sensu e 683 de especialização e aprimoramento, a Escola de Enfermagem desenvolve atividades acadêmicas nos horários diurno e noturno, ostenta crescente produção científica e forte tradição extensionista. “Nossa evolução é caracterizada por desafios cotidianos, e as estratégias estabelecidas para o seu enfrentamento marcam, de forma expressiva, mais um capítulo da nossa história”, afirma a diretora Eliane Palhares.

Entre essas estratégias destacam-se a criação de programas destinados a aprimorar a formação dos profissionais de saúde que atuam no país. Um deles é o mestrado profissional em Gestão de Serviços de Saúde (MPGSS), instituído em 2017, que capacita gestores para atuar na apropriação, execução, acompanhamento e avaliação contínua de políticas públicas de saúde e para implantar modelos, estruturas e processos gerenciais que tornem os serviços  mais eficientes. 

Outra frente é o Projeto de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On), iniciativa do Ministério da Saúde coordenada pela Escola de Enfermagem e desenvolvida em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Seu objetivo é qualificar profissionais nos campos do cuidado ao parto e nascimento, do planejamento reprodutivo, da atenção à mulher em situações de violência e do abortamento e aborto legal.

Ao longo de sua trajetória, a Escola vem alcançando excelentes resultados em seu processo de formação e capacitação profissional. Isso se reflete, por exemplo, nas avaliações externas, como o conceito máximo recebido pelos cursos de Enfermagem e Nutrição na última edição do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Já o curso de Gestão de Serviços de Saúde, criado em 2009, recebeu conceito 5 nas duas avaliações realizadas pelo Ministério da Educação (MEC).

Expansão
Entre os projetos estratégicos que estão na pauta da Unidade, a professora Eliane Palhares destaca a construção de anexo que abrigará auditório, laboratórios de ensino e de pesquisa, salas de aula e alguns setores administrativos. “O projeto arquitetônico e os demais projetos específicos já foram elaborados e aprovados na Congregação da Unidade. A expansão do espaço físico é essencial para que possamos atender as demandas, advindas do crescimento das atividades e do processo de trabalho na unidade”, defende a professora.

(Rosânia Felipe e Sílvio Prado - Jornalista e estagiário de jornalismo da Escola de Enfermagem)