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Uma vida dedicada à saúde

Referência no atendimento de média e alta complexidade, Hospital das Clínicas comemora 90 anos e se renova por meio da oferta de serviços pioneiros

Celebrar 90 anos de história é motivo de orgulho. No caso do Hospital das Clínicas da UFMG, fundado em 21 de agosto 1928, comemorar a data é voltar no tempo, mas sem tirar os olhos do futuro. Nesta semana, de 23 a 25 de agosto, a instituição realizará o seu 1º Congresso Internacional – Qualidade, Segurança e Sustentabilidade na Atenção à Saúde. O objetivo é fortalecer a cultura da qualidade, segurança e sustentabilidade, por meio do conhecimento das melhores práticas assistenciais, de ensino e de pesquisa e da discussão dos principais desafios da área. 

A programação científica terá quatro eixos temáticos: Gestão da clínica; Ensino; Pesquisa e inovação; e Gestão administrativa e financeira, que serão desdobrados em conferências, mesas-redondas e minicursos sobre Metas internacionais de segurança do paciente, Elaboração de protocolos clínicos, Boas práticas em pesquisa clínica e Engenharia clínica e gestão do espaço físico hospitalar. 

Dois dias depois do Congresso, ocorrerá a solenidade alusiva ao aniversário do Hospital das Clínicas da UFMG, que será realizada na segunda-feira (27), às 19h, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina. “Ícone na formação profissional  e  produção  do  conhecimento  em  saúde, o hospital  faz parte de um seleto grupo  de  organizações hospitalares  que  congrega assistência, ensino, pesquisa, extensão e inovação  tecnológica, tendo a busca contínua pela excelência e eficiência como identidade institucional”, afirma a superintendente do hospital, professora Luciana de Gouvêa Viana.

Vista do Hospital das Clínicas: qualidade e segurança na assistência são desafios
Vista do Hospital das Clínicas: qualidade e segurança na assistência são desafios Aline Ruas/HC UFMG

História
Do início das suas atividades, na década de 1920, quando ainda era Hospital São Vicente de Paulo, até os dias de hoje, o Hospital das Clínicas passou por mudanças físicas, assistenciais e curriculares que o transformaram em referência na formação de profissionais de saúde e no cuidado de alta complexidade no Sistema Único de Saúde em Minas Gerais.

Em 1955, o Hospital São Vicente de Paulo, o Hospital São Geraldo e o Instituto do Câncer e Radium de BH, que já funcionavam como hospitais-escola da Faculdade de Medicina da UFMG, passaram a se chamar Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina. Na mesma época, o Pavilhão Carlos Chagas foi ampliado e adaptado como sede da Clínica de Doenças Tropicais e da Biblioteca.  

Na década seguinte, mais precisamente em 1962, o antigo prédio São Vicente de Paulo foi demolido para a construção dos blocos que formam atualmente o prédio principal do Hospital das Clínicas da UFMG. Em 1967 e 1969, respectivamente, o Hospital Borges da Costa e o Ambulatório Bias Fortes passam a integrar o complexo hospitalar do HC-UFMG. Em 1976, o HC se transformou em órgão independente da Faculdade de Medicina, passando a contar com uma diretoria geral escolhida pelo reitor da Universidade e com regimento interno próprio. Em 2004, o hospital se transformou em Unidade Especial da UFMG. 

Desafios

No seu nonagésimo aniversário, o Hospital das Clínicas da UFMG, atualmente administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), encontra-se em plena evolução. A instituição se renova a cada ano por meio da oferta de serviços pioneiros em sua área de abrangência, como a recente implantação do pré-natal masculino, a realização da primeira tromboendarterectomia pulmonar em um hospital público de Minas Gerais, o compartilhamento de conhecimento e tecnologia, por meio do Centro de Telessaúde, que firmou recentemente parceria de cooperação com o Peru, e a adoção de práticas seguras e sustentáveis. Além disso, o hospital é o primeiro de Belo Horizonte a aderir à rede Projeto Hospitais Saudáveis (PHS), que trabalha para melhorar a proteção ao meio ambiente e à saúde da população nos hospitais públicos e privados de todo o país. 

Esses são exemplos das várias frentes de atuação do HC-UFMG, que, para a próxima década, terá como desafio a busca crescente por qualidade e segurança na assistência. O processo de acreditação internacional pela Joint Commission International (JCI), o mais importante órgão certificador de qualidade de instituições de saúde no mundo, ainda está em andamento, mas já trouxe melhorias expressivas. No último ano, o HC alcançou 87,5% de conformidade com os padrões internacionais da JCI. “Isso significa mais segurança e qualidade assistencial ao paciente atendido, além de elevado padrão nos processos de ensino e pesquisa”, resume a professora Luciana de Gouvêa Viana.

Luna Normand / Jornalista do Hospital das Clínicas da UFMG