Fatores ambientais são determinantes para obesidade em crianças, revela pesquisa da UFMG

Falta de segurança em espaços públicos pode favorecer sobrepeso, segundo estudo apresentado no programa ‘Aqui tem Ciência’

Pesquisa da UFMG com a participação de 717 estudantes do quarto ano do ensino fundamental matriculados em escolas municipais de Belo Horizonte mostra que 12% das crianças na faixa etária de 9-10 anos apresentavam quadro de obesidade. O levantamento foi feito antes da pandemia.

Autora do estudo, a nutricionista Ariene Silva do Carmo observou a influência de fatores ambientais, como a segurança da vizinhança e a proximidade de estabelecimentos que vendem produtos ultraprocessados, para o desenvolvimento da obesidade. O maior tempo gasto pela criança e seus familiares diante de aparelhos eletrônicos, como celulares, tablets e televisão, também contribuiu para o excesso de peso.

Em sua tese de doutorado, a pesquisadora concluiu que os fatores ambientais são tão determinantes quanto o contexto familiar para que as crianças se tornem obesas. Mesmo quando as famílias moram em locais que contam com espaços públicos de lazer e desportivos, a questão da segurança se sobrepõe.

“A criança que mora em um ambiente que vende mais alimentos ultraprocessados e que apresenta índices maiores de criminalidade e acidentes de trânsito, por exemplo, está mais exposta a riscos. Regiões com esses três fatores combinados são, de acordo com a nossa observação, as de maior prevalência de excesso de peso em crianças”, informa Ariene do Carmo.

Saiba mais sobre a pesquisa no novo episódio do Aqui tem Ciência.

A tese foi defendida no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG, na área de concentração Saúde da criança e do adolescente, sob orientação das professoras Luana Caroline dos Santos e Larissa Loures Mendes. O trabalho foi desenvolvido no âmbito do Núcleo de Estudos em Alimentação e Nutrição nos Ciclos da Vida e do Grupo de Estudo, Pesquisa e Práticas em Ambiente Alimentar e Saúde, ambos da Escola de Enfermagem. 

A pesquisa foi realizada em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  

Raio-x da pesquisa

Tese: Associações entre o ambiente construído, segurança da vizinhança e características familiares e a obesidade entre escolares de 9-10 anos de idade

O que é: pesquisa que avaliou prevalência de obesidade entre estudantes do 4º ano do ensino fundamental matriculados nas escolas municipais de Belo Horizonte

Pesquisadora: Ariene Silva do Carmo

Programa: Ciências da Saúde, na área de Saúde da criança e do adolescente

Orientadoras: Luana Caroline dos Santos e Larissa Loures Mendes

Ano da defesa: 2020

Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

O episódio 65 do programa Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Alessandra Ribeiro. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da emissora apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa da Universidade. 

Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas-feiras, às 11h, com reprises às quartas-feiras, às 14h30, e às sextas-feiras, às 20h.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG