Arte e Cultura

130 anos de J. R. R. Tolkien: vida e legado do pai da literatura fantástica moderna

Programa Universo Literário recebe um dos principais tradutores da obra do escritor no Brasil, Reinaldo José Lopes

Fascinação pela mitologia e pela língua motivaram a aventura de Tolkien pela literatura
Fascinação pela mitologia e pela língua motivaram a aventura de Tolkien pela literatura Divulgação

Este mês de janeiro marca os 130 anos do nascimento do escritor, filólogo e professor universitário britânico John Ronald Reuel Tolkien, mais conhecido como J.R.R Tolkien. Considerado o pai da literatura fantástica moderna, o autor possui uma vasta obra literária, com mais de 40 livros publicados. Em 1937, Tolkien publicou o seu primeiro romance de ficção, intitulado O Hobbit.  A saga do hobbit Bilbo e suas aventuras na Terra Média teve tanto sucesso que Tolkien foi convidado a escrever uma continuação para a história. 

Pelos próximos doze anos, o escritor se dedicou à escrita da obra que o tornaria um dos mais conceituados escritores de todos os tempos: O Senhor dos Anéis.  Publicado em três volumes, o título se tornou um enorme sucesso, sendo traduzido para mais de 40 línguas e vendendo mais de 160 milhões de cópias em todo o mundo. Tolkien também é o autor de outras obras cultuadas, como Beren e Lúthien, A Queda de Gondolin e O Silmarillion, publicada postumamente em 1977. 

Nesta quarta-feira,12, em entrevista ao programa Universo Literário, o jornalista e tradutor Reinaldo José Lopes falou mais sobre a vida e obra de J. R. R. Tolkien e seu legado para a literatura. Lopes é especialista em Tolkien, com mestrado e doutorado em Estudos Linguísticos e Literários pela USP, nos quais estudou a obra de Tolkien sob o prisma da teoria da tradução. Além disso, é um dos principais tradutores do autor no Brasil e integra o Conselho de Tradução da editora HarperCollins, formado por especialistas em Tolkien, e cofundador do site Valinor, um dos mais antigos e conceituados sobre discussão e estudos em torno de J. R. R. Tolkien no Brasil.

Durante a conversa com o jornalista Tiago de Holanda, o tradutor deu mais detalhes sobre a vida e o início da trajetória do autor, que apesar de suas histórias épicas, viveu de forma pacata. Segundo ele, Tolkien sentia falta de um conjunto de mitos ingleses e, unindo a isso sua fascinação e desejo de criar línguas esteticamente agradáveis para ele, se dedicou a esboçar uma mitologia da Inglaterra. O entrevistado falou sobre as principais influências do escritor para a criação de seus universos, encontradas principalmente na mitologia escandinava e na própria modernidade. 

“O que é mais marcante são os nomes, a nomenclatura. Ele tem essa paixão para encontrar, usando essas línguas que ele criou, os nomes exatos e realmente ligados à cultura de cada povo, de cada personagem, tanto nas línguas inventadas quanto no próprio inglês. É mostrar palavras que vêm de dialetos ou que são mais arcaicas, que dão o sabor da ideia de que aquele nome não surgiu do nada, mas é parte de uma revolução histórica daquele povo, daquela cultura e também do idioma”, explicou o jornalista. Lopes também falou sobre os desafios de traduzir Tolkien para o português, sendo um deles tentar mostrar a complexidade do texto, sem simplificações exageradas, mas manter a linguagem acessível e refletir as nuances da nomenclatura dos personagens.

Ouça a entrevista completa no Soundcloud.

Os livros de Tolkien, com tradução de Reinaldo José Lopes, estão disponíveis para compra em livrarias físicas e virtuais e também no site da editora HarperCollins.

Produção: Nicolle Teixeira, sob orientação de Luiza Glória
Publicação: Enaile Almeida, sob orientação de Luiza Glória