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Acesso de travestis e transexuais ao mercado de trabalho é tema de entrevista no Conexões

Cerca de 90% das pessoas trans recorrem à prostituição em algum momento da vida

Liliane Anderson: é preciso refletir sobre a falta de oferta de vagas formais de trabalho
Liliane Anderson: é preciso refletir sobre a falta de oferta de vagas formais de trabalho Arquivo pessoal

Uma estimativa feita pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTT) revela que 90% das pessoas trans e das travestis recorrem à prostituição ao menos em algum momento da vida para sobreviver. Esse dado reflete um dos maiores obstáculos para as pessoas trans ee travestis brasileiras: a exclusão do mercado de trabalho.

Por causa do preconceito e da estigmatização, a tarefa de conseguir um emprego formal se torna uma jornada extremamente difícil para essas pessoas.  

Para promover uma reflexão acerca dessa situação, o programa Conexões conversou com a trabalhadora autônoma Liliane Anderson, que foi pesquisadora do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG (NUH). A entrevista foi ao ar nesta terça-feira, 3, na Rádio UFMG Educativa.

“É muito importante trazer dados como o desse levantamento, mas é preciso também fazer uma reflexão mais profunda sobre o trabalho formal”, defendeu.

Durante a entrevista, Liliane teceu críticas também aos empresários.

“Os mesmos que nos negam trabalho são os que abrem as portas dos seus carros para nós, nas áreas de prostituição. Nós não somos só prostituição, somos mais do que isso. Queremos dignidade, trabalho e qualidade de vida”, afirmou.

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Em Belo Horizonte, ONGs como o Transvest e o Transenem promovem gratuitamente cursos supletivos, preparatórios do Enem, de idiomas e de libras para o público as pessoas transexuais e travestis.