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Bactérias 'do bem' podem prevenir infecção em leitões

Pesquisa de doutorado desenvolvida na UFMG e retratada no programa 'Aqui tem ciência' descobriu estirpe de bactéria que neutraliza ação de versão patogênica

Método desenvolvido na UFMG controla bactéria que atinge leitões
Método desenvolvido na UFMG controla bactéria que atinge leitões No-longer-here I Pixabay

Nas granjas em que suínos são criados, um problema frequente atinge animais recém-nascidos e gera graves perdas econômicas para os criadores. Quase todos os leitões têm seu crescimento prejudicado e às vezes morrem em decorrência de doença causada pela bactéria Clostridium difficile. Pesquisa de doutorado realizada na Escola de Veterinária da UFMG desenvolveu uma medida para prevenção e controle da infecção por essa bactéria.

O autor do estudo, Carlos Augusto de Oliveira Júnior, começou a investigar a ação do Clostridium difficile ainda em seu mestrado, cumprido, assim como o doutorado, no Programa de Pós-graduação em Ciência Animal. Ao longo da pesquisa, Carlos Augusto escolheu uma variante dessa bactéria que não produzia toxinas causadoras de doenças. Posteriormente, uma avaliação genética indicou outra característica da estirpe pesquisada: ela gerava as proteínas necessárias para conseguir se alojar no intestino grosso dos suínos.

A ideia do pesquisador foi usar essa variedade “do bem” para prevenir a infecção causada pelas estirpes da bactéria produtoras de toxinas. Testes feitos em laboratório e em uma granja comercial confirmaram a eficiência da variedade selecionada por Carlos Augusto. “Os leitões que acabavam de nascer recebiam certa quantidade da bactéria que estávamos testando”, explica. “A bactéria que administramos conseguiu reduzir sinais clínicos nesses animais e diminuir a eliminação da bactéria patogênica, o que é muito importante, pois em uma granja essa bactéria que causa doenças se dissemina muito rapidamente.”

Outros testes laboratoriais mostraram que a estirpe não toxigênica tem potencial para uso comercial. A tese de doutorado recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Teses. Saiba mais sobre a pesquisa no novo episódio do programa Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa.


Raio-x da pesquisa

Tese: Avaliação de uma estirpe não toxigênica para prevenção de diarreia neonatal em leitões por clostridioides (Clostridium difficile)
O que é: pesquisa descobriu uma linhagem da bactéria Clostridium difficile capaz de combater a infecção pela versão patogênica
Nome do pesquisador: Carlos Augusto de Oliveira Júnior
Ano da defesa: 2019
Programa de pós-graduação: Ciência Animal, da Escola de Veterinária da UFMG
Orientadores: O estudo foi orientado pelo professor Francisco Lobato e teve como coorientadores Roberto Mauricio Carvalho Guedes e Rodrigo Otávio Silveira Silva
Financiamento: Fapemig, Capes e CNPq
Leia a tese, na íntegra.
 

Carlos
O pesquisador Carlos OliveiraArquivo pessoal


O episódio 48 do programa Aqui tem ciência tem produção, edição e apresentação de Tiago de Holanda. Os trabalhos técnicos são de Cláudio Zazá.

O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade.

O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.