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Centenário de Paulo Freire é tema de entrevista no programa Conexões

Professora da Faculdade de Educação Lucinha Alvarez destacou o legado do educador e afirmou: “A melhor forma de comemorar o centenário de Paulo Freire é viver Paulo Freire hoje”

Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, em Recife, Pernambuco.
Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, em Recife, Pernambuco. Domínio público

No próximo domingo,19, comemora-se o centenário de nascimento do Patrono Nacional da Educação, Paulo Freire. O educador e filósofo pernambucano é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial e o brasileiro mais condecorado, com 34 títulos de Doutor Honoris Causa em vida e cerca de outros cinco em homenagem póstuma. É autor e coautor de mais de 30 livros, sendo Pedagogia do Oprimido a terceira obra mais mencionada em artigos da área de humanas, seu livro mais comentado e traduzido para mais de 20 idiomas.

Paulo Freire via a alfabetização como potencializadora da mudança e emancipação social e seus métodos giravam em torno da democracia e do diálogo entre educação e política. Sua pedagogia tinha como princípio a leitura do mundo através da leitura da palavra; por isso, o processo de alfabetização e aprendizagem do educador partia da leitura crítica do cotidiano das pessoas ensinadas. Freire morreu em 1997, aos 75 anos, mas seu legado, marcado pela busca da igualdade, justiça social e liberdade através da educação, mobiliza milhares de educadores em todo o mundo até hoje.

O programa Conexões dessa sexta, 17, contou com a participação da professora da Faculdade de Educação e presidente da Comissão do Centenário Paulo Freire da FaE, Lucinha Alvarez, que abordou o pensamento e as contribuições do educador e filósofo. A docente explicou a concepção de educação os motivos pelos quais o trabalho de Freire ganhou destaque mundial e é reverenciado até hoje, passando pela experiência de alfabetização de adultos em Angicos (RN), a perseguição da ditadura militar e os anos de exílio. A convidada também detalhou as ações e a programação da Comissão do Centenário de Freire, presidida por ela.

A professora ainda rebateu as críticas de que o trabalho do educador seria doutrinário, afirmando entender o porquê delas já que, de acordo com a docente, para grupos conservadores interessados em manter o povo em condição subalterna a obra freiriana é realmente perigosa, por isso o atacam. Lucinha também opinou sobre como seria a postura do filósofo diante da situação presente da educação no país.

“No livro Pedagogia da Indignação, Freire fala da justa ira, da indignação que a gente tem que ter diante situações de desigualdade, de exploração, de opressão. Então, eu imagino que nesse momento atual do Brasil, ele estaria realmente muito indignado, mas também estaria buscando saídas e propostas no que ele chama de ‘inédito viável’. Inédito porque ainda não aconteceu, mas viável, possível. Nesse livro tem uma frase que eu gosto muito que é: ‘Sonhos são projetos pelos quais se luta’, a ideia de que a gente sonha, a gente transforma em projeto e a gente luta para concretizar esses projetos”, refletiu. Como mensagem final nessa data especial, a docente afirmou: “A melhor forma de comemorar o centenário de Paulo Freire é viver Paulo Freire hoje”.

Ouça a entrevista completa no Soundcloud.

A programação completa da Comissão do Centenário de Paulo Freire da FaE pode ser acessada no site da Faculdade.

Produção: Enaile Almeida, sob orientação de Hugo Rafael e Alessandra Dantas
Publicação: Alessandra Dantas