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Eleições 2018: os desafios do ensino médio em MG

UFMG Educativa ouviu especialistas e os candidatos ao governo do Estado sobre o tema

Escolas de tempo integral vão seguir novo modelo de ensino médio
Ensino médio em debate 
João Bittar | MEC

Nesta semana, os candidatos ao Governo de Minas muito têm falado sobre a situação do ensino médio da rede pública estadual. Pela constituição brasileira, essa etapa de ensino é prioridade dos estados. E o ensino médio em Minas, apesar de ter médias acima das nacionais, conseguiu avançar pouco nos últimos anos. O Jornal UFMG ouviu especialistas no tema, que apontaram os principias desafios a serem enfrentados por quem assumir o Governo de Minas em 2019.

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Saiba o que os candidatos responderam:

A Rádio UFMG Educativa questionou os candidatos ao governo de Minas Gerais sobre suas posições em relação os ensino médio, que, pela Constituição, deve ser prioridade dos executivos estaduais. A solicitação foi feita a todos os candidatos, sendo que, até a data de veiculação desta matéria, responderam aos questionamentos Adalclever Lopes (MDB), Alexandre Flach (PCO) e Antonio Anastasia (PSDB). Confira abaixo as respostas na íntegra: 

Segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), de 2017, Minas Gerais tinha como meta para o Ensino Médio a nota 5,1, mas atingiu apenas 3,9. Além disso, dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 mostram que estudantes do terceiro ano do ensino médio em Minas Gerais possuem médias acima das nacionais, mas, no caso da Matemática, houve retrocesso em comparação a 2015, com 0,9 a menos do que na última avaliação. Na avaliação do candidato, quais são os maiores desafios do ensino médio em Minas?

Adalclever Lopes (MDB): Professores com salários parcelados e atrasados, revogação da Lei 100, sucateamento das escolas, queda no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e descumprimento do piso nacional aprovado na Assembleia. Não faltam motivos para comprovar que nos últimos 16 anos as gestões lideradas por PT e PSDB falharam na gestão da Educação Pública em Minas Gerais. No que tange ao ENSINO MÉDIO, o Ideb de Minas Gerais (REDE ESTADUAL) vem exibindo resultados abaixo das metas projetadas desde de 2013. Em 2017, o Estado teve a pontuação mais baixa (mais de 1 ponto percentual, considerando a meta estabelecida) desde o início da avaliação, em 2005. Os resultados são o retrato da ineficiência e da falta de seriedade com o dinheiro público que marcam este ciclo que já dura 16 anos com PT e PSDB à frente do governo estadual. Não é razoável exigir que os professores cumpram bem o seu sagrado dever de ensinar quando o Governo, que é quem deveria dar o exemplo, gasta milhões de reais em dinheiro público comprando alimentos e até bebidas importadas enquanto a Educação é tratada com tanto abandono e descaso.

Alexandre Flach (PCO): Para o PCO o principal desafio para a Educação é subverter a política capitalista vigente, que trata a educação como despesa e não como investimento e direito da população. Uma Educação gratuita é um direito fundamental.

Antonio Anastasia (PSDB): A evasão escolar e o desinteresse do jovem pela educação tradicional. Para mudar essa realidade temos que ser criativos. Nosso ensino ainda está analógico, enquanto os jovens são totalmente digitais. Nos smartphones, hoje, os estudantes têm acesso a uma infinidade de informação. A escola precisa se adaptar a essa nova realidade, utilizando, inclusive, a tecnologia como alavanca para o conhecimento. Precisamos tornar o ensino médio mais atrativo e ampliar a integração entre a escola, alunos, professores, famílias e comunidade no entorno. Por meio do diálogo com os professores e demais profissionais da educação, vamos investir em uma lógica mais atrativa e focada na inserção do jovem no mercado de trabalho. Infelizmente, iniciativas como o Programa de Ensino Profissionalizante, o Reinventando o Ensino Médio e o Poupança Jovem foram boicotados pelo atual governo, ou descontinuados. Eleitos, temos a missão de identificar as melhores alternativas, em um primeiro momento com poucos recursos, para enfrentar esses desafios.

O que o candidato propõe para melhorar a posição de Minas Gerais nesses indicadores nacionais?  

Adalclever Lopes (MDB): Como presidente da Assembleia Legislativa nos últimos quatro anos, nós mostramos que é possível respeitar os professores, gastar menos com a máquina pública e cuidar melhor das pessoas. Lideramos em julho deste ano as votações que culminaram na aprovação do piso nacional para os professores da rede estadual. Outra proposta que defendemos é o estabelecimento de Parcerias Público Privadas para a construção e manutenção de novas escolas. Esse modelo das PPP’s foi adotado em Belo Horizonte na gestão do ex-prefeito Marcio Lacerda e o resultado é que foram construídas mais de 50 escolas de primeiro mundo que ajudaram BH a assumir o posto de melhor Educação Infantil do Brasil.

Alexandre Flach (PCO): O PCO defende a Educação gratuita para todos e considera fundamental o investimento na infra-estrutura das instituições de ensino e na qualificação da formação profissional e política dos trabalhadores da educação, de forma a capacitá-los como agentes de transformação e conscientização histórica e política da realidade brasileira.

Antonio Anastasia (PSDB): Lamentavelmente o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2017, mostrou que Minas despencou na qualidade do ensino fundamental da rede estadual. O Estado, que ocupava o primeiro lugar no ranking em 2013 nos anos finais do ensino fundamental, caiu para a 12ª colocação em 2017. No ensino médio, Minas caiu da quarta para a nona posição no ranking de estados na mesma base de comparação. Precisamos reverter esse retrocesso e voltar a comemorar os resultados de Minas no Ideb, como fazíamos quando estávamos no governo. Isso será possível por meio do diálogo com os profissionais da área, investimentos na capacitação dos professores e por meio de um trabalho em parceria com as prefeituras. Somente assim vamos melhorar a qualidade do ensino em toda a rede pública, e não apenas a estadual, fazendo com que os jovens possam chegar mais preparados e se sintam mais atraídos pela grade curricular do ensino médio. E, depois, estejam igualmente mais preparados para o mercado de trabalho e para conquistarem uma vaga no ensino superior, se assim desejarem.