Os R$ 406 milhões, anunciados pelo Ministério da Educação, vão permitir a ampliação de 516 para 967 as escolas de Ensino Médio em Tempo Integral no Brasil, dentro do projeto de reforma do ensino médio. De acordo com o MEC, os recursos vão ser repassados aos 26 estados e ao Distrito Federal. Desses R$ 406 milhões, R$ 173 milhões vão ser destinados a investimentos e R$ 233 milhões para custeio. 

O coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Wagner Antônio Santos, considera a medida é positiva, mas atende menos de 5% das cerca de 20 mil escolas com ensino médio no país. "Estamos jogando recursos importantes para uma minoria significativa. Nós entendemos que você cria dois tipos de escola para o ensino médio, as que tem recurso e as que não tem", avalia. 

Além de recursos para ampliar o número de escolas em tempo integral, também é necessário criar outras ações para auxiliar os estudantes. "Se não houver outras ações associadas, esse recurso pode não ter o efeito esperado se isso não estiver bem articulado a uma proposta pedagógica, a uma estrutura adequada", pontua a professora da Faculdade de Educação da UNB e especialista em políticas educacionais, financiamento da educação e planejamento e gestão educacional, Ana Maria de Albuquerque Moreira.

Ao longo de 2018, os recursos para ampliar a oferta de ensino médio em tempo integral devem passar de R$ 700 milhões, segundo o MEC. A pasta informou ainda que apoiou 516 escolas em 2017 com mais de 148 mil matrículas e o  programa tem o objetivo de atingir 500 mil matrículas em 2018.