Pesquisa e Inovação

Grupo da UFMG participa de estudo que detectou variante britânica do coronavírus no Brasil

A linhagem, caracterizada pelo maior poder de contaminação, foi encontrada em quatro cidades mineiras, inclusive na capital

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), em parceria com outras instituições, identificaram, em pacientes de oito estados brasileiros, a presença da variante do coronavírus originária do Reino Unido, conhecida como B.1.1.7.

As amostras foram coletadas entre 7 e 21 de janeiro, nas cidades mineiras de Belo Horizonte, Betim, Araxá e Barbacena, e também no Rio de Janeiro (na capital e em Campos dos Goytacazes), em Mato Grosso (Cuiabá e Primavera do Leste), em São Paulo (na capital e em Americana, Santos e Valinhos), no Espírito Santo (Barra do São Francisco), na Bahia (São Sebastião do Passe), no Paraná (Curitiba) e em Sergipe (Aracaju).

Segundo o professor Renan Pedra, do Laboratório de Biologia Integrativa do ICB, existem estudos que sugerem que a linhagem B.1.1.7 é a mais transmissível entre as versões conhecidas do coronavírus.

A pesquisa foi realizada em parceria com a Rede Corona-Ômica BR-MCTI e contou com colaboração do Instituto Hermes Pardini (IHP) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Belo Horizonte vista do Mirante do Mangabeiras: variante britânica já circula na capital mineira
Belo Horizonte vista do Mirante do Mangabeiras: variante britânica já circula na capital mineira Apollo BR | CC BY-SA 4.0

Característica atípica
Os pesquisadores selecionaram as amostras de um banco de dados disponibilizado pelo IHP. Elas apresentavam uma falha na amplificação do gene S com detecção do gene N, o que é considerado uma característica molecular atípica.

Essa peculiaridade, segundo o professor Renato de Aguiar, também do Laboratório de Biologia Integrativa, é suficiente para atestar que se trata da linhagem do novo coronavírus detectada no Reino Unido. “A falha na detecção do gene S já foi descrita como consequência de deleções nas posições 69 e 70 da proteína de superfície ‘spike’ (a coroa do coronavírus)”, detalha.

Em nota, a Rede Vírus (comitê do MCTI que reúne especialistas, agências de fomento, centros de pesquisa e universidades) informou que os estudos em vigilância genômica – que dizem respeito, entre outros aspectos, ao acompanhamento da detecção e dispersão das variantes virais no país – terão continuidade até o fim da pandemia.

Assessoria de Comunicação do ICB, com informações do MCTI