Pesquisa e Inovação

Identificado canal de cálcio associado ao tipo mais comum de câncer no fígado

Resultados de estudo serão apresentados pela professora Maria de Fátima Leite em seminário no ICB, nesta terça

Maria de Fátima Leite:
Maria de Fátima Leite: descoberta de possível biomarcadorVictor Leite

Resultados de investigação inédita sobre o papel da sinalização celular no diagnóstico do carcinoma hepatocelular (CHC), tipo mais comum de tumor no fígado e segunda maior causa de morte entre todos os tipos de câncer, serão expostos nesta terça-feira, 14, em mais uma edição do Seminário do Instituto de Ciências Biológicas (ICB).

A pesquisa Sinalização do cálcio: o fígado em foco será apresentada pela coordenadora dos trabalhos, professora Maria de Fátima Leite, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB, no auditório Cerrado (3) da Unidade.

Segundo a pesquisadora, a sinalização intracelular está relacionada à forma como as células codificam alterações bioquímicas em uma determinada função do organismo. “O carcinoma hepatocelular pode ter origem na infecção pelo vírus da hepatite C, no consumo crônico de álcool ou em uma doença hepática gordurosa, mas não existiam, até então, informações sobre uma via comum de sinalização intracelular relacionada a esse tipo de câncer”, afirma Fátima Leite.

Canal de cálcio
Análises com uso de bioinformática, estudos in vivoin vitro e baseados em amostras humanas resultaram na identificação de um canal adicional de cálcio nos hepatócitos quando ocorre o carcinoma hepatocelular. “Essa via é uma isoforma do canal de cálcio, receptor da proteína ITPR3, que passa a ser expressa nesse tipo de carcinoma e aumenta a proliferação das células hepáticas”, afirma a pesquisadora.

Para Maria de Fátima, a descoberta indica esse receptor como possível biomarcador que possibilita prever o curso provável da doença ou o prognóstico desse tipo de carcinoma. Além disso, o estudo abre caminho para novo alvo terapêutico para o câncer de fígado.

Com residência pós-doutoral em biologia celular em Yale, nos Estados Unidos, Maria de Fátima Leite é pesquisadora do CNPq e International Fellow da Howard Hughes Medical Institute (2007-2012). Seus estudos concentram-se na área de biologia celular e molecular, com ênfase em cálcio intracelular na fisiopatologia do fígado.

Mais informações sobre o evento podem ser consultadas no site do Núcleo de assessoramento à Pesquisa do ICB (NAPq).

Com informações da Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB