Pesquisa e Inovação

Laboratórios da UFMG são selecionados em edital de PD&I para o setor automotivo

Com apoio do ELO – Escritório de Ligação, projeto é uma das unidades Embrapii que vão desenvolver soluções em motores a combustão e em eletrificação

Protótipo instalado no Laboratório Tesla para a realização de experimentos relacionados a geração de energia e tração elétrica
Protótipo instalado no Laboratório Tesla para a realização de experimentos relacionados à geração de energia e tração elétrica Ana Luiza Canhestro

Três laboratórios de pesquisa da UFMG – Tesla Engenharia de Potência e Centro de Tecnologia da Mobilidade (CTM), ambos da Escola de Engenharia, e de Ensaio de Combustíveis (LEC), do Instituto de Ciências Exatas – estruturaram o projeto Tecnologias aplicadas a powertrain elétrico e híbrido a biocombustíveis, selecionado para funcionar como uma das quatros unidades Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação) de desenvolvimento e inovação no setor industrial automobilístico. A iniciativa integra o Programa Rota 2030, do governo federal. A proposta apresentada teve o apoio do ELO – Escritório de Ligação, vinculado à Escola de Engenharia e à Fundação Cristiano Ottoni (FCO).

As quatro Unidades Embrapii são formadas por grupos de pesquisa de três universidades federais e uma privada e receberão, em conjunto, cerca de R$ 12 milhões para investir, durante três anos, em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para atender às demandas do setor automobilístico. Os três laboratórios da UFMG terão a atribuição de propor tecnologias capazes de aumentar a eficiência de motores a combustão por meio de melhorias nos sistemas existentes e de promover a eletrificação e o armazenamento de energia aprimorando a qualidade, o desempenho e a adequação de combustíveis.

A gestão dessa unidade na UFMG ficará a cargo do ELO e dos coordenadores dos grupos de pesquisa relacionados aos eixos da empreitada – os professores Braz de Jesus Cardoso Filho (Engenharia Elétrica), José Guilherme Coelho Baeta (Engenharia Mecânica) e Vânya Márcia Duarte Pasa (Química). Os trabalhos envolverão 16 professores pesquisadores, além de pesquisadores de pós-graduação e bolsistas de iniciação científica. 

O edital prevê ainda que as empresas privadas parceiras investirão montante equivalente ao disponibilizado pela Embrapii – mais R$ 12 milhões. 

Para se candidatar, cada unidade apresentou um balanço de suas pesquisas realizadas para o setor automotivo e o seu resultado financeiro, o que, no caso da UFMG, somou cerca de R$ 2,5 milhões em 2019 e 2020.

Além dos grupos de pesquisa da UFMG, foram selecionados por meio do edital, para integrar as outras três unidades, pesquisadores do ITA (unidade Embrapii em Tecnologias Aplicadas a Transmissão de Potência do Centro de Competência em Manufatura do Instituto Tecnológico de Aeronáutica), da Poli/USP (unidade Embrapii em Tecnologias Aplicadas a Powertrain da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) e da UCS (unidade Embrapii em Tecnologias Aplicadas à Injeção e Conformação de Componentes Veiculares do UCS Grafene da Universidade de Caxias do Sul).

A Unidade Embrapii UFMG agora buscará parceiros na indústria automobilística, tarefa que caberá ao ELO, que também atuou na elaboração do projeto para concorrer ao edital.

Mediação entre a pesquisa e a indústria
O ELO – Escritório de Ligação foi criado pela Escola de Engenharia, em 2012, com o objetivo de promover a aproximação entre pesquisadores da Universidade, a sociedade e a iniciativa privada. “O Escritório ELO reforça a interação da Universidade com o mercado, favorecendo novas parcerias em pesquisa e desenvolvimento, e apoia a captação de projetos e a participação em editais de grande vulto como os da Embrapii”, resume o diretor da Escola de Engenharia, professor Cicero Murta Diniz Starling.

Cinco anos depois de fundado, o Escritório ELO foi reformulado para ampliar seu alcance, e sua gestão passou a ser feita pela Fundação Cristiano Ottoni (FCO). “A associação do ELO à FCO, cuja história de 47 anos se confunde com a da Escola de Engenharia, institucionalizou ainda mais o apoio que a Escola sempre recebeu da Fundação nas atividades de ensino, pesquisa e extensão”, analisa Cicero Starling.

Para o professor Benjamin Rodrigues de Menezes, coordenador do ELO e diretor-presidente da FCO, essa mudança “trouxe mais celeridade à mediação entre a pesquisa e o mercado e maior capacidade de gestão e de formulação de projetos de grande porte". Ele lembra que a proposta da UFMG inscrita no edital da Embrapii foi elaborada em apenas um mês, o que não seria possível sem profissionais dedicados a ela.

De acordo com Menezes, o ELO – Escritório de Ligação da UFMG tem competência para participar de grandes editais que resultam em aportes de recursos para as pesquisas realizadas na Universidade. “Ao ser gerido pela Cristiano Ottoni, o ELO passa a ter uma participação ativa no desenvolvimento e na identificação de projetos, associando a competência dos pesquisadores em suas áreas específicas às necessidades da sociedade e do mercado. Essa vinculação também possibilita oferecer apoio mais qualificado aos seus pesquisadores, inclusive juridicamente”, ressalta o professor.

O ELO mapeia as grandes áreas de atuação na UFMG e desenvolve trabalho ativo para identificar e apresentar a infraestrutura dos laboratórios de pesquisa e as competências dos pesquisadores da Universidade às empresas. Esse trabalho é feito em parceria com a Pró-reitoria de Pesquisa e com a Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT).

Isaura Mourão