Arte e Cultura

Estudantes de escola pública exibem 'máscaras sociais' em exposição

Organizada por mestranda da UFMG, mostra será aberta nesta terça-feira, na Reitoria

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Aluno com máscara produzida em sala de aula: ressignificação dos papéis sociais
Laura Paola

Será inaugurada nesta terça-feira, 27, às 19h30, no mezanino do prédio da Reitoria, a exposição Máscaras sociais: construindo os caminhos para o aprendizado em arte, organizada pela arte-educadora e mestranda da UFMG Laura Paola e por Fabrício Andrade. A exposição é um desdobramento do projeto de mesmo nome, desenvolvido na Escola Municipal Josefina de Sousa Lima, no bairro Primeiro de Maio, em Belo Horizonte, com crianças e adolescentes de 12 a 15 anos.

O projeto tem o objetivo de estimular a representação artística sobre o tema “máscaras” e suas relações que envolvem identidade e ressignificação dos papéis sociais, com uso de tecnologia no contexto escolar. As obras, produzidas pelos alunos e pela própria arte-educadora, abordam temas como a mulher negra, as carrancas e o imaginário mineiro do Rio São Francisco e a releitura de trabalhos de outros artistas.

O projeto baseou-se no estudo das máscaras ao longo da história e é inspirado no trabalho de artistas contemporâneos como Rigoberto Torres, Lígia Clark e Yasumasa Morimura. Trabalhos de Morimura, por exemplo, artista japonês famoso pela apropriação de imagens da cultura pop mundial, foram revisitados pelos alunos em colagens, utilizando imagens selecionadas em computador.

Remix
Outras obras de remix feitas pelos alunos-artistas incluem a modificação de seus próprios rostos em programas de edição de imagem. Mural coletivo e máscaras trabalhadas em gesso e pintadas posteriormente também compõem a exposição. 

Estudante diante de seu rosto modificado por programa de computador
Estudante diante de tela de computador que projeta seu rosto com interferênciaLaura Paola

Laura Paola propõe, por meio de um diálogo entre a teoria acadêmica e a prática escolar, uma mudança epistemológica no ensino da arte. “Cada vez mais fica evidente a importância de se investir nas pesquisas práticas que auxiliem o ensino da arte na formação do educador, que se sente mais confiante na atuação educacional quando percebe que a teoria faz parte do seu cotidiano”, afirma.

Para a arte-educadora, que também é professora da Escola de Artes Visuais Guignard, da Uemg, a aproximação entre a universidade e os alunos da rede pública de ensino é de grande importância para as duas partes. “Para os estudantes, que em sua grande maioria não têm acesso às universidades, esse contato possibilitará uma ampliação do olhar. Ao mesmo tempo, a interação contribui para ampliar a visão acadêmica do universo escolar”, conclui Laura Paola.

A exposição ficará aberta à visitação pública no período de 28 de março a 24 de abril, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.