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Mulheres no tráfico de drogas: vítimas ou culpadas?

Pesquisa da UFMG analisou diferença de tratamento entre mulheres e homens pelo Sistema de Justiça Criminal. É a primeira pesquisa do "Aqui tem ciência" especial sobre mulheres

Pesquisadora Tacyana Karoline Araújo Lopes
Pesquisadora Tacyana Karoline Araújo Lopes Arquivo pessoal

No mês de março, o Aqui tem ciência traz pesquisas da UFMG feitas por mulheres e sobre mulheres. O primeiro desses trabalhos testou a hipótese de que, no Sistema de Justiça Criminal, homens e mulheres envolvidos em crimes recebem tratamentos diferentes. É a tese de doutorado da advogada e professora de Direito, Tacyana Lopes, aluna, até 2019, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFMG. Ela observou como e em quais instituições ocorre essa desigualdade no caso do crime de tráfico de drogas na comarca de Montes Claros, em Minas Gerais. Foram analisados mais de 2.684 casos e realizadas entrevistas com operadores do Sistema de Justiça. Os detalhes do estudo são apresentados no episódio 30 do programa Aqui tem ciência.

RAIO-X DA PESQUISA
Título original: 'Os traficantes e as "santas do lar": uma análise sobre a distribuição de justiça penal no processamento do crime de tráfico de drogas na Comarca de Montes Claros-MG, desde uma perspectiva de Gênero".

O que é? Pesquisa de doutorado que observou  em que medida o gênero das pessoas processadas e dos operadores pode influenciar o funcionamento do Sistema de Justiça Criminal. O estudo analisou registros de ocorrência da Polícia Militar relacionados ao crime de tráfico na Comarca de Montes Claros e o desdobramento dessas ocorrências no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.  Também foram realizadas entrevistas com policiais, juízes, promotores, defensores e delegados. Observou-se que, na fase policial do fluxo de processamento, o sexo feminino assumiu maior peso, tendo as mulheres apresentado menores chances de serem processadas por tráfico de drogas. Ser do sexo feminino na fase judicial não foi estatisticamente significante para influenciar as chances de sentenciamento e condenação por tráfico de drogas.

Pesquisadora: Tacyana Karoline Araújo Lopes

Orientadora:  Profa. Corinne Davis Rodrigues

Programa de Pós-graduação:  Sociologia

Ano da defesa: 2019

O episódio 30 do programa Aqui tem ciência tem produção e apresentação e edição de Alicianne Gonçalves, e coordenação de jornalismo de Paula Alkmim. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG, abrangendo todas as áreas do conhecimento.

A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta resultados de trabalho de um pesquisador da Universidade. Em março, todos os episódios do Aqui tem ciência trarão pesquisas feitas na UFMG por mulheres e sobre mulheres. O segundo programa, em 9 de março, será sobre as identidades e as relações de poder de mulheres reitoras de Minas Gerais. 

Já no dia 16 de março, o Aqui tem ciência fala sobre como vivem as mulheres mães de crianças com a Síndrome Congênita do Zika vírus na cidade de Campina Grande (PB). O quarto programa, em 23 de março, traz os modos de ser mulher representados nas capas da revista feminina TPM. Para finalizar a série em homenagem às mulheres, o Aqui tem ciência de 30 de março fala sobre como as escolhas de mobilidade urbana podem ser diferentes no caso de mulheres e homens de diferentes regiões de Belo Horizonte. 


O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.