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Na semana do Orgulho LGBTQIA+, Expresso 104,5 discute a homofobia no futebol

Richarlyson é o primeiro ex-jogador da elite do futebol brasileiro a se assumir como não-hétero. Torcidas LGBTQIA+ tentam tornar o ambiente do futebol seguro para a comunidade

Combate a homofobia ainda engatinha no futebol brasileiro e mundial
Combate a homofobia ainda engatinha no futebol brasileiro e mundial Reprodução redes sociais

O futebol, desde a sua fundação, é marcado pelo estereótipo de ser uma atividade reservada aos homens, e não a todos eles: aos homens cis e héteros. Em 1941, por um decreto assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, as mulheres foram proibidas de praticar a modalidade, atrasando o crescimento do futebol feminino. O decreto foi revogado quase 40 anos depois, em 1979. Mesmo com o avanço nos últimos anos, o atraso foi tão grande que o futebol feminino hoje não é valorizado quanto o masculino. A jogadora Marta, eleita 6 vezes melhor do mundo, recebe por temporada, 1% do valor recebido pelo jogador do PSG, Neymar. 

Quando se trata de homofobia, os gritos preconceituosos ecoam há décadas nos estádios, nos clubes, nas federações. Onde não existiam sequer punições. Hoje, a FIFA, Federação Internacional de Futebol, orienta punição, com pagamento de multa, aos clubes e seleções quando o ato é praticado. E alguns clubes como o América Mineiro, Vasco da Gama e Bahia são aliados importantes no combate a esse tipo de crime praticado nos estádios. 

Na última semana, o ex-jogador Richarlyson se declarou publicamente bissexual. Agora, atuando como comentarista de futebol, o multicampeão é o primeiro entre todos os jogadores que já passaram pela série A ou pela seleção a se posicionar como não hétero.  A declaração é um marco importante na luta contra a homofobia no esporte. 

O programa Expresso 104,5 conversou sobre esses assuntos com o  Rodrigo Pereira, graduando em Educação Física aqui na UFMG, que pesquisa sobre futebol, gênero e sexualidade em seu Trabalho de Conclusão de Curso "Sobrevivências futebolísticas: o que dizem homens gays usuários do Tinder".

Ouça a conversa com o apresentador Filipe Sartoreto:

Para saber sobre a presença das torcidas LGBTQIAP+ no mundo do futebol, acesse o site do Coletivo Canarinhos LGBTQ+, que é a articulação Nacional de Torcidas LGBTQIAP+, reunindo os coletivos e torcidas de clubes de futebol. 

A UFMG Educativa convidou representantes de torcidas e coletivos LGBTQIA+ a registrar uma mensagem na nossa programação falando sobre a homofobia no futebol e a importância desses grupos nos estádios. 

Ouça a playlist com os depoimentos:

A produção das pílulas é de Breno Rodrigues com sonoplastia de Clarice Oliveira. 

Produção: Laura Portugal sob orientação de Breno Rodrigues e Luiza Glória