Pesquisa e Inovação

Nepem reúne dados sobre violência política contra a mulher

Grupo da Fafich lança cartilha e questionário; objetivo é gerar subsídios para debate, elaboração de leis e políticas públicas para coibir essa prática

Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro, foi assassinada em março de 2018
Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro, foi assassinada em março de 2018 Mídia Ninja / Flickr / Reprodução

As mulheres são submetidas a violências de diferentes tipos quando se candidatam ou são eleitas para cargos políticos – antes, durante e após o processo eleitoral. Para compreender essa realidade e reunir dados sobre ela, o Núcleo de Estudos e Pesquisa Sobre a Mulher (Nepem), sediado no Departamento de Ciência Política (DCP) da Fafich, lançou pesquisa cujo questionário pode ser respondido, de forma anônima, em cerca de 20 minutos.

Para auxiliar as mulheres a preencher o questionário, o Nepem está divulgando também uma cartilha que enumera as motivações possíveis da violência – identificação ideológica, raça, orientação sexual, religião, ativismo, entre outras – e os tipos de violência – física, psicológica, moral e sexual –, que se parecem com outras formas de violência de gênero. Segundo a publicação, o intuito das agressões é o de limitar ou mesmo impedir a participação da mulher na vida política e partidária. “As mulheres sofrem, ao mesmo tempo, várias violências que se comunicam e se reforçam”, ressalta o texto da cartilha.

Elaborada sob orientação da professora Marlise Matos, coordenadora do Nepem, a cartilha Violência política contra as mulheres lembra que os atos violentos podem ser deflagrados por disputa de poder ou pela ideia de que as mulheres devem se dedicar apenas à vida privada ou aos afazeres domésticos. O documento também estimula a denúncia em instâncias como os partidos políticos, o Tribunal Superior Eleitoral (e as cortes regionais), o Ministério Público, a Câmara dos Deputados e as delegacias especializadas no atendimento à mulher e em crimes cibernéticos.