Institucional

Roberto Leher, da UFRJ, fala sobre mudanças no Estado com foco na C&T

Em conferência nesta terça, na Pampulha, pesquisador em educação e ex-reitor vai abordar aspectos da EC 95 e do 'Future-se'

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Leher: reconfiguração do Estado Foca Lisboa / UFMG

O professor Roberto Leher, reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de 2015 a 2019, fará conferência nesta terça-feira, 20, no campus Pampulha, que integra a série Tempos presentes. Leher, que é vinculado á Faculdade de Educação da UFRJ, falará sobre Universidades federais, ultraneoliberalismo autocrático e alternativas democráticas. Ele pretende caracterizar mudanças recentes no Estado brasileiro com foco na Ciência & Tecnologia e examinar fundamentos do programa Future-se, especialmente em sua relação com a Emenda Constitucional 95, de 2016, conhecida como a emenda do teto dos gastos.

A conferência será no Auditório 104 do Centro de Atividades Didáticas 2 (CAD 2) e terá início às 9h30. A entrada é gratuita, e não é necessário fazer inscrição. 

Pesquisador no campo das políticas públicas em educação, Leher afirma que “o novo bloco de poder reconfigura o Estado de modo a flexibilizar a participação da comunidade científica”, conforme tem-se visto nas interferências em instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e a Fundalção Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Roberto Leher informa que, ao abordar a EC 95, vai tratar de aspectos do orçamento da União, incluindo a situação das despesas discricionárias líquidas das universidades, que são os recursos gerais de custeio e capital. “Quando retira a cobertura para essas despesas, o governo justifica a tentativa de diversificar as fontes de custeio de universidades e institutos federais, como está proposto no recém-lançado programa Future-se”, diz o ex-reitor da UFRJ.

Leher atua também no Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ, na linha Políticas e Instituições Educacionais. Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, ele integra comitês editoriais de diversos periódicos. É professor colaborador da Escola Nacional Florestan Fernandes. Foi bolsista sênior da Cátedra sobre Desenvolvimento Ipea-Capes, é pesquisador do CNPq e bolsista do programa Cientistas de Nosso Estado, da Faperj.

'Tempos presentes'
O ciclo Tempos presentes, lançado em março deste ano, aborda questões contemporâneas relacionadas à academia, à política, à sociedade e à comunicação, contemplando temas que vão da ciência & tecnologia à construção democrática e envolvendo também a comunidade externa à Universidade. Pensadores vinculados à Universidade e a outras instituições, do Brasil e do exterior, debatem temas relacionados a questões urgentes que desafiam o pensamento e põem valores em xeque.

Nas primeiras edições, foram debatidos temas como os desafios da construção democrática, perspectivas de atuação da universidade pública, o compromisso da universidade na superação do racismo e em defesa da universidade necessária. 

A próxima edição do ciclo ocorrerá no dia 16 de setembro de 2019, às 19h, no Auditório Baesse, quarto andar da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG. O tema Contribuições da história e das ciências sociais ao estudo das ditaduras e regimes autoritários será abordado por Antônio Costa Pinto, professor, pesquisador e coordenador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e professor convidado no Instituto Universitário de Lisboa.