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Surto da monkeypox preocupa OMS

São quase 100 casos confirmados em 15 países e comissão com participação da UFMG já estuda o caso

As erupções cutâneas são um dos sintomas característicos da Monkeypox em seres humanos.
As erupções cutâneas são um dos sintomas característicos da monkeypox em seres humanos. CDC's Public Health Image Library / Domínio Público

A forma como a covid-19 se alastrou pelo mundo trouxe um temor em relação à chegada de novas epidemias e pandemias. Esse medo frequente liga o alerta para um cuidado maior com as medidas sanitárias, a fim de evitar que esse tipo de situação ocorra novamente. Nesse contexto, o registro de casos de monkeypox, na Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália, tem preocupado as autoridades de saúde pública pelo planeta. Neste mês de maio foi registrado o primeiro caso no Reino Unido, seguido de anúncios nos outros países. 

O vírus foi identificado entre humanos ainda na década de setenta e desde então houve surtos esporádicos em países do centro e do oeste da África. A doença chegou a ser registrada fora do continente africano desde o início do século vinte e um, mas com origem identificada e disseminação controlada. Entretanto a onda de contaminações atual já tem até o momento, quase 100 casos confirmados em ao menos 15 países, segundo dados do boletim da OMS mais recente sobre a doença, publicado no último sábado. O que chama atenção é que entre as contaminações, há pessoas que não viajaram nem tiveram contato com quem esteve em regiões endêmicas para a monkeypox. Isso representa um sinal de alerta porque o vírus é transmitido por secreções respiratórias e contato próximo, além de ser veiculado com facilidade por animais, como roedores. Por outro lado, a doença que tem sintomas como febre, dores musculares e de cabeça e lesões na pele, não teve nenhuma manifestação grave entre os casos detectados recentemente. Além disso, a vacina contra a varíola humana já é uma possibilidade no enfrentamento à monkeypox

Especialistas afirmam que não há motivo para alarde, apesar de reconhecerem questões sem respostas relacionadas ao surto atual. Em meio à descoberta da doença em outros continentes, o governo brasileiro criou um grupo de trabalho para acompanhar a disseminação do vírus com a presença de sete especialistas da UFMG. Dessa iniciativa, já foram publicados dois informes, que podem ser acessados no site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

O programa Conexões conversou sobre a disseminação desse vírus e a atuação da comissão da Universidade no estudo do tema com a professora, virologista, pesquisadora do Departamento de Microbiologia da UFMG e integrante da comissão de acompanhamento da disseminação do monkeypox, Giliane Trindade.

Ouça a conversa com a jornalista Luiza Glória

Produção: Alícia Coura e Nicolle Teixeira, sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória