Pesquisa e Inovação

UFMG inaugura sistemas de armazenamento de energia em baterias

Equipamentos foram instalados no campus Pampulha mediante convênio com a Cemig

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Representantes da UFMG e da Cemig inauguram o novo equipamentoFoto: Foca Lisboa | UFMG

Foi inaugurada, na manhã de hoje (dia 14), nas proximidades da Unidade Administrativa 2, no campus Pampulha, uma planta-piloto que contém dois sistemas de armazenamento de energia em baterias (Saebs). O objetivo principal é avaliar os impactos técnicos, regulatórios, econômicos, operacionais e ambientais da integração de Saebs à rede de distribuição de energia elétrica.

O projeto também deve abrir possibilidades para modelos de negócios, capacitação e transferência tecnológica para a Cemig, com vistas ao fornecimento de energia de melhor qualidade para a sociedade.

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Wallace Boaventura: laboratório em escala realFoto: Foca Lisboa | UFMG

Segundo o professor Wallace do Couto Boaventura, da Escola de Engenharia, que é o coordenador geral do projeto, trata-se de "um laboratório em real escala que vai permitir a investigação da interação entre os Saebs e a rede de distribuição". 

"Essa solução chega no oportuno momento em que vivenciamos a necessidade de viabilizar a integração das fontes renováveis. Há um esforço enorme para conseguir integrá-las na iniciativa privada. O armazenamento de energia é, talvez, uma das mais factíveis soluções para contrapor o esforço adicional que essas fontes geradoras colocam sobre o sistema de distribuição", explica. 

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Cícero Starling: vislumbrar o futuroFoto: Foca Lisboa | UFMG

Para o diretor da Escola de Engenharia, professor Cícero Starling, a iniciativa é emblemática da interação da Universidade com o setor produtivo, na medida em que gera recursos de infraestrutura e para os capitais humanos, e ainda promove o envolvimento dos estudantes. O diretor de distribuição da Cemig, Marney Antunes, destacou que o projeto é uma ferramenta que possibilita vislumbrar o futuro dos acumuladores de energia. “A integração com o sistema elétrico é nosso grande desafio”, disse.   

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida manifestou sua satisfação em desenvolver mais um projeto em conjunto com a Cemig e a expectativa de que essa rede seja expandida para os outros campi da UFMG. “A Universidade existe também para estabelecer parcerias no campo da inovação. É um modelo para nosso estado e nosso país.”  

A equipe técnica inclui também os professores Eduardo Nohme, Victor Flores e Wadaed Uturbey, a servidora Nathália de Almeida Melo, do Departamento de Engenharia Elétrica, e pesquisadores de outras instituições.

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Plataforma dará suporte à busca contínua da melhoria da qualidade da energia Foto: Foca Lisboa | UFMG

Tecnologias
Os Saebs instalados utilizam tecnologias de armazenamento diferentes. O Saeb 1 vale-se de tecnologia de íons de lítio, produz armazenamento de energia de 1,1 MWh e potência de 750 kVA. A Saeb 2, por sua vez, tem tecnologia de chumbo-carbono (PbC), armazena 1000 kWh e produz potência de 500 kVA.

Uma infraestrutura de comunicação é responsável por interligar os equipamentos ao centro de operação de distribuição da Cemig, onde serão feitos o controle e a supervisão em ambiente de tempo real.

Estão previstos a experimentação de diversas formas de interação entre os Saebs e a rede, incluindo a regulação de tensão e controle de potência reativa, o corte de pico de carga, a suavização de potência, o agendamento de despacho de potência, a compensação de reativos, o suprimento de energia em contingência e a interação com as usinas de geração fotovoltaica da UFMG e do Mineirão.

O sistema será capaz de fornecer informações completas, respaldadas por dados experimentais. A plataforma será utilizada para diversas atividades de pesquisa e desenvolvimento e dará suporte à busca contínua da melhoria da qualidade da energia entregue à sociedade.

Os Saebs foram instalados no campus da UFMG como desdobramento de projeto realizado no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica, por meio de convênio firmado entre a Cemig, a UFMG, a Fundação para Inovações Tecnológicas (Fitec), a Concert e o Instituto de Tecnologia Edson Mororó Moura (Itemm), executoras, com interveniência da Fundação Christiano Ottoni.

Matheus Espíndola