Extensão

UFMG Talks aborda o ‘admirável mundo invisível’ da nanotecnologia

Nova edição do projeto será nesta quarta, 10, no CCBB; entrada é gratuita

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Nanoespectrômetro: visualização de átomos e moléculas em alta definiçãoFoca Lisboa / UFMG

O projeto UFMG Talks, promovido em parceria da Universidade com o Banco do Brasil, terá sua segunda edição nesta quarta, 10 de julho, a partir das 19h, no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH), localizado na Praça da Liberdade, 450. Com o tema Nanotecnologia: o admirável mundo invisível, o evento, gratuito, terá a participação dos professores da UFMG Mônica Oliveira e Ado Jorio.

A nanotecnologia, que possibilita manipular objetos em um mundo 100 mil vezes menor do que a espessura de um fio de cabelo, gera soluções para o desenvolvimento de um cimento mais resistente ou de medicamentos sem efeitos colaterais, entre um sem-número de outras aplicações.

O principal objetivo da proposta é convidar o público para uma conversa informal e dinâmica com pesquisadores da UFMG e, eventualmente, de outras instituições. Após a exposição de cada especialista, com duração de 15 minutos, é aberta a participação do público.

Ado Jorio:
Ado Jorio: impossível prever impactosFoca Lisboa / UFMG

Do tamanho das moléculas
Ado Jorio, professor do Departamento de Física, diz que vai explicar o que é nano, abordar questões que passam pela filosofia e pela economia, mencionar o que se desenvolve nesse campo na UFMG e a importância na vida das pessoas.

Segundo ele, a nanotecnologia possibilita lidar com estruturas do tamanho das moléculas. “Chegar ao domínio tecnológico nesse nível significa dominar processos biológicos e novos materiais. E todo o impacto desse novo conhecimento ainda é impossível prever”, diz o professor, que desenvolveu equipamento capaz de caracterizar nanoestruturas utilizando a luz.

Ado lembra que, na UFMG, as pesquisas com nanotecnologia têm obtido produtos como o grafeno, que tem base no minério de grafite e combina força, maleabilidade e condutividade extremas, e o cimento nanoestruturado, com propriedades mecânicas e térmicas muito superiores às do cimento comum. Nas áreas médica e farmacêutica, as descobertas são novas formas de diagnóstico e medicamentos.

Mônica Oliveira:
Mônica Oliveira: solubilidade e estabilidadeFoca Lisboa / UFMG

Mônica Cristina de Oliveira, da Faculdade de Farmácia, anuncia que vai abordar de modo muito prático a aplicação da nanotecnologia na área farmacêutica. Ela vai dar exemplos de como se têm obtido medicamentos de maior solubilidade no corpo de seres humanos e animais e maior estabilidade dos produtos nas prateleiras, o que os torna comercialmente viáveis. “Um outro benefício é a redução de efeitos colaterais que muitas vezes inviabilizam um medicamento ou obrigam à interrupção do tratamento”, diz.

Mônica explica que as nanoestruturas usadas no campo farmacêutico são, sobretudo, de natureza lipídica ou polimérica e possibilitam modificar a biodistribuição dos fármacos no organismo. “Essas estruturas são o novo meio de transporte das substâncias que compõem os medicamentos, capazes de conduzir essas substâncias por novos caminhos”, diz a professora, que pretende mostrar também a importância, para que se atinjam os benefícios sociais da nanotecnologia, da interação da academia e da iniciativa privada, com apoio do governo, uma vez que as pesquisas podem durar 10 ou 15 anos.

Os ingressos para o evento serão distribuídos uma hora antes do início. O programa, com cerca de 55 minutos de duração, poderá ser acompanhado, posteriormente, pela playlist UFMG Talks no canal da TV UFMG no YouTube.

Os cientistas
Mônica Cristina Oliveira é graduada em Farmácia e mestre em Química pela UFMG, doutora em Pharmacotécnica e Bioafarmácia pela Université Paris XI, com pós-doutorado na Université Claude Lyon I (França). Publicou artigos, capítulos de livro e foi responsável por pedidos de patente na área de desenvolvimento de sistemas de liberação de fármacos, com ênfase em sistemas lipossomais. Transferiu tecnologia do desenvolvimento e preparo de lipossomas pH-sensíveis contendo agentes antineoplásicos para a indústria farmacêutica e recebeu o prêmio Association de Pharmacie Galénique Industrielle 1999, da Association de Recherches Scientifiques Paul Neumann. Liderou o grupo da Rede Nanobiotec/CNPq, coordenou a Rede Mineira de Pesquisas em Nanobiotecnologia (Nanobiomg/Fapemig) e a Rede Nanobiotec (Capes).

Ado Jorio trabalha com pesquisa e desenvolvimento de instrumentação científica em óptica para o estudo de nanoestruturas com aplicações em novos materiais e biomedicina. Concluiu a graduação e o doutorado em Física na UFMG e fez pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde trabalhou com propriedades ópticas de nanomateriais, com foco em espectroscopia Raman e óptica de nanomateriais de carbono. Em 2016, foi incluído na lista dos cientistas mais influentes do mundo, da agência e editora Thomson Reuters.

UFMG Talks
Da física quântica e vacinas à neurociência, passando pelos estudos sobre a criminalidade, as manifestações culturais e a inteligência artificial, o projeto UFMG Talks cria um espaço aberto e democrático para dar visibilidade à ciência e a pesquisa produzidas pela UFMG e à contribuição desse trabalho ao desenvolvimento do país, não apenas sob o ponto de vista econômico, mas, sobretudo, do bem-estar e da qualidade de vida.

O UFMG Talks, de periodicidade mensal, é coordenado pela Pró-reitoria de Pesquisa da UFMG e realizado em parceria com o Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom) e o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).