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Nº 21 - Ano 2019 - 25.05.2019

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Vale a pena estudar na UFMG. Entenda os porquês

Universidade está, há mais de uma década, entre as melhores universidades do país

A UFMG está na lista das melhores universidades do país. Na última avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), a Universidade recebeu nota máxima (5) no Índice Geral de Cursos (IGC). Os resultados apontam a UFMG como a primeira instituição de ensino superior em Minas Gerais e a terceira mais bem avaliada do Brasil, mantendo o mesmo desempenho alcançado em todas as avaliações anuais realizadas desde 2007, quando o índice começou a ser calculado.

Para a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, o resultado do Inep revela um dado importante sobre a UFMG. “Estamos, há mais de 10 anos, entre as melhores instituições de ensino superior do país. A regularidade é extremamente relevante, pois atesta a nossa solidez acadêmica”, explica. Ainda segundo a reitora, "temos alcançado bom desempenho em todas as áreas do conhecimento, o que demonstra a amplitude da qualidade da educação que a UFMG oferece, tanto na graduação quanto na pós-graduação”, ao se referir à natureza da avaliação – cursos de diferentes áreas são avaliados.

Os resultados divulgados no final do ano passado pelo Inep referem-se ao Conceito Preliminar de Curso de 10.210 cursos e ao IGC (Índice Geral de Cursos) de 2.066 instituições de ensino superior do país. No cálculo do IGC, entraram as notas obtidas pelos cursos de graduação cujos alunos participaram da edição 2017 do Enade. Do total de instituições avaliadas no país, a nota 5 foi atribuída a 13 instituições públicas federais, das quais 11 são universidades. A UFMG é uma delas.

O resultado do Inep é similar ao do ranking mundial Times Higher Education (THE) 2019, que apontou a UFMG como melhor instituição de ensino superior federal brasileira. A Universidade responde, ainda, pelo melhor ensino do país entre as universidades públicas e privadas na avaliação do Ranking Universitário Folha (RUF) 2018 e  também está no topo da lista das instituições depositantes de patentes no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Em outras palavras, a UFMG é uma universidade com qualidade reconhecida no Brasil e no exterior.

Dobradinha: ensino e pesquisa

Um dos fatores que contribuem para a excelência do ensino da UFMG é o corpo de professores. Dos 3.112 professores, 91% são doutores. Quase 90% trabalham em regime de dedicação exclusiva, o que favorece as produções intelectual e científica – orientações de trabalhos acadêmicos, registro de patentes e produção bibliográfica, por exemplo. Entre 2012 e 2016, as publicações se mantiveram no patamar de 5,8 mil artigos por ano. Considerado o período de 2015 a 2017, a UFMG é a única universidade federal brasileira citada no Nature Index.

A Universidade promove a qualificação continuada de seus professores. Em 2008, foi criada a Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino, denominada GIZ, com a finalidade de aprimorar metodologias de ensino superior, com o uso de novas tecnologias, e possibilitar a reflexão contínua da prática docente.

“Para ter um ensino de qualidade, não basta o professor simplesmente reportar o que está em livro-texto. Para ensinar da melhor maneira possível, o docente precisa estar em atualização contínua, não apenas em técnicas de ensino, mas principalmente em relação ao conteúdo”, analisa o pró-reitor de Pesquisa, Mário Campos. Para o professor, a pesquisa é fundamental para o professor estar atualizado. Segundo ele, a sala de aula, ou seja, as atividades como professores, e a rotina como pesquisador são atividades que se complementam.

Vivência profissional

O elemento básico constituinte dos currículos dos cursos, a Atividade Acadêmica Curricular, pode ser dividido em tópicos: disciplina; projeto; programa; estágio e evento. Na UFMG, o estudante conta com diversos campos de estágio oferecidos pela própria Universidade. Um deles é o Hospital Veterinário, no campus Pampulha, principal laboratório de ensino para os alunos da graduação em Medicina Veterinária, que abriga as atividades práticas do curso. Por ano, são realizados 35 mil atendimentos, de consultas e cirurgias até exames de imagem e laboratoriais, de todas as espécies de animais domésticos e de algumas espécies de animais silvestres.


A Universidade administra ainda três fazendas experimentais, localizadas nas cidades de Igarapé e Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e no campus regional de Montes Claros, no norte de Minas.

Na Fazenda Experimental Professor Hélio Barbosa, que ocupa 240 hectares em Igarapé, estudantes de graduação e de pós-graduação em Medicina Veterinária e Zootecnia têm aulas práticas e desenvolvem diversas atividades de pesquisa e extensão: bovinocultura de leite, avicultura de postura (produção de ovos) e de corte, produção de forrageiras (plantas que servem de alimento aos animais), equinocultura, cunicultura (criação de coelhos), suinocultura, ovinocultura e caprinocultura.

Em Pedro Leopoldo, a proposta é de um Centro de Produção Sustentável, com núcleos de bovinos de leite mestiços, bubalinos, equinos, ovinos e caprinos. A fazenda tem espaços para convivência e realização de eventos, alojamentos para estudantes, além de áreas verdes para o lazer da comunidade do entorno.

No Instituto de Ciências Agrárias, em Montes Claros, a Fazenda Experimental Professor Hamilton de Abreu Navarro, com 232 hectares, recebe atividades didático-científicas, tais como cursos, estágios, seminários, visitas técnicas e dias de campo. Em 2013, foi inaugurado o Centro de Pesquisas em Ciências Agrárias (CPCA), que contribui para a inserção de alunos de graduação em atividades de pesquisa e inovação tecnológica com ênfase na solução de problemas do semiárido. O CPCA conta com laboratórios de bioinformática, bioprocessos, biotecnologia, fenotipagem de plantas, microbiologia e matéria orgânica do solo, plantas medicinais e aromáticas, sanidade animal e tecnologia em produtos de origem animal.

Infraestrutura 10/10
O relatório da comissão do Inep, que confirmou a UFMG no topo das melhores instituições de ensino superior do país, destacou a infraestrutura da Universidade como ponto alto e citou a excelência dos laboratórios e a qualidade das instalações, a exemplo da Biblioteca.

A UFMG possui 25 bibliotecas integradas, que reúnem acervo com mais de um milhão de itens (livros, teses, partituras, obras raras, quadrinhos, dentre outros), além das coleções especiais, como a de Escritores Mineiros , que também se constitui em espaço de pesquisa com participação discente.

Estudantes da UFMG têm acesso a todas as bibliotecas do sistema por meio da carteira única da Universidade, que permite a devolução dos objetos de empréstimo em qualquer unidade. O público é estimado em 194 mil usuários, somadas as comunidade interna e externa. Pessoas com deficiência recebem atenção diferenciada. No Centro de Atendimento ao Deficiente Visual (CADV), alunos, professores e funcionários da Universidade têm acesso a gravações e leitura de textos e artigos acadêmicos.

Em 2018, a Faculdade de Ciências Econômicas (Face) comemorou 10 anos do projeto Biblioteca 24 horas, uma das iniciativas pioneiras no País. O espaço funciona de modo contínuo para estudos, consulta ao acervo e autoatendimento de empréstimo.

Outra base essencial da infraestrutura para a pesquisa são os laboratórios. A UFMG conta com 573, distribuídos em todas as unidades acadêmicas. “O aluno que ingressa na UFMG pode investigar qualquer área do conhecimento nas infraestruturas de laboratório, que são multiusuários e interdisciplinares”, destaca o pró-reitor Mário Campos.

O Centro de Microscopia, inaugurado em 2006, no campus Pampulha, é um desses projetos de suporte à pesquisa de ponta que abarcam diversas áreas do conhecimento. Somente no período de 2014 a 2016, 90 teses e dissertações resultaram de trabalhos realizados com a estrutura do centro. “Centenas de artigos foram publicados. Quem trabalha com nanociência não consegue publicar se não tiver imagem do objeto nanoscópico”, explica o diretor do Centro de Microscopia, Wagner Rodrigues, em entrevista à TV UFMG. Assista:


Em 2013, foram iniciadas as atividades do Biotério Central, no campus Pampulha, pioneiro no País em instalações concebidas exclusivamente para a produção de animais de experimentação, para suprir os laboratórios da Universidade e de outras instituições de pesquisa de Minas Gerais com ratos e camundongos padronizados por rígido controle sanitário e genético. Os animais são utilizados em pesquisas no Instituto de Ciências Biológicas, nas faculdades de Medicina e Farmácia, nas escolas de Veterinária e de Engenharia, na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional e na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.

A cultura de compartilhamento se materializa, ainda, nos ambientes acadêmicos. A partir de 2011, os Centros de Atividades Didáticas (CADs) foram inaugurados para dar suporte à ampliação de vagas e à abertura de novos cursos de graduação decorrentes do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Os três prédios (CAD de Ciências Naturais, CAD de Ciências Humanas e CAD de Ciências Exatas e da Terra), todos no campus Pampulha, reúnem seis mil vagas em salas de aula, sem contar os auditórios – o maior da UFMG, com 700 lugares, está no CAD de Ciências Naturais. Os espaços não são vinculados a nenhuma unidade acadêmica em particular e podem ser utilizados para atividades de qualquer curso.

Saúde

Um dos maiores campos de ensino para a área da Saúde, o Hospital das Clínicas da UFMG  (HC-UFMG), que completou 90 anos de fundação em 2018, envolve mais de mais de 2,6 mil alunos em atividades de ensino. Estudantes dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Gestão de Serviços de Saúde, Medicina, Nutrição, Psicologia, Pedagogia, Terapia Ocupacional e Tecnólogo em Radiologia frequentam disciplinas ou fazem estágios na unidade. A formação profissional abrange também cursos de outras áreas importantes para o funcionamento do hospital, como engenharia, direito, comunicação, gestão, dentre outros.

Em 2016, foi inaugurado no HC-UFMG o Centro de Apoio Didático, que abriga aulas, discussões de casos, reuniões técnicas, eventos técnicos-científicos e treinamentos. O espaço é composto por oito salas que acomodam mais de 300 pessoas, equipadas com itens multimídia e telas para projeção.

No eixo norte da capital mineira, o Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN), administrado pela UFMG em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fundep) e a Prefeitura de Belo Horizonte, foi certificado como hospital de ensino pelos ministérios da Saúde e da Educação em 2009.

No âmbito da assistência odontológica, estudantes do curso de Odontologia atuam em tratamentos oferecidos à população de Belo Horizonte e região metropolitana, por meio do Sistema Único de Saúde, sob supervisão docente. As instalações da atual sede da Faculdade de Odontologia, inaugurada em 2001 no campus Pampulha, foram planejadas para o ensino e a prática profissional. A unidade conta oito clínicas, uma clínica de cirurgia, central de esterilização, radiologia, central de equipamentos, além de vários laboratórios.

Clínica de Direitos Humanos

Fundada em 2013 por alunos do curso de graduação em Direito, a Clínica de Direitos Humanos é um programa de pesquisa e extensão que presta assistência jurídica à população, com o foco na defesa e promoção dos direitos humanos, a partir de uma perspectiva crítica e transdisciplinar. Ao mesmo tempo, estimula a formação humanística e complexa dos estudantes, por meio da compreensão das diversas ferramentas de proteção de direitos no âmbito nacional e internacional, do desenvolvimento de habilidades criativas e plurais, e do estímulo à produção técnica e científica.

Histórico

A UFMG tem 98 opções de ingresso distintas, incluindo 6430 vagas em cursos oferecidos em Belo Horizonte, 240 vagas em cursos oferecidos em Montes Claros, e mais 70 vagas em cursos oferecidos no formato de alternância. Dessas opções, 61 são para cursos diurnos, perfazendo 4405 vagas, e 37 para cursos noturnos, perfazendo 2335 vagas. Dessas 98 opções de entrada, 91 referem-se a cursos de graduação distintos.

O ensino de graduação da UFMG passou por muitas mudanças nos últimos 30 anos, orientadas por diretrizes que buscaram promover a sua expansão em simultâneo com outros objetivos destinados a assegurar a inclusão de estratos sociais mais amplos, a melhoria continuada das práticas acadêmicas e a maior mobilidade nacional e internacional dos estudantes. Esse conjunto combinado de iniciativas e orientações vem reconfigurando a Universidade e, ao mesmo tempo, fixando perspectivas renovadas de transformações, coerentemente com as exigências, demandas e expectativas de desenvolvimento da sociedade brasileira.

A expansão estrutural da capacidade de atendimento da graduação da UFMG não negligenciou aspectos inclusivos. Diversas iniciativas foram implementadas com a finalidade de democratizar e tornar a Universidade cada vez mais abrangente e aberta aos diferentes segmentos da sociedade. Um procedimento adotado foi o de fundamentar o crescimento prioritariamente na abertura de cursos noturnos, que até o início da década passada eram pouco expressivos e tinham pequena participação no total de vagas existentes na UFMG. Das 2.101 vagas pactuadas no Programa de Reestruturação das Universidades Públicas, (REUNI), 1.455 (69% do total) foram originadas em cursos noturnos.

Vagas anuais - cursos noturnos
Vagas anuais - cursos noturnos Acervo

Quase simultaneamente à entrada em vigor da Lei de Cotas, a UFMG também aderiu ao processo de seleção do SISU (Sistema de Seleção Unificada), que é organizado pelo Ministério da Educação, tomando como base a nota obtida pelos candidatos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Por meio desse exame, os candidatos concorrem a vagas ofertadas na maioria das universidades federais brasileiras por meio de um processo seletivo único que não demanda o seu deslocamento até a localidade da instituição.

Os efeitos combinados da Lei de Cotas e da seleção pelo SISU levaram às seguintes mudanças no perfil dos ingressantes de 2012 a 2017: a proporção de pessoas com renda familiar per capita até cinco salários mínimos subiu de 48,5% para 54,1%; a proporção de egressos de escolas públicas subiu de 47,1% para 53%; a proporção de pessoas oriundas de outros estados subiu de 4,8% para 10,4%, e a proporção de pessoas oriundas do interior de Minas Gerais verificou ligeiro aumento, de 20,8% para 22,7%. Já a proporção de pessoas que se declaravam pretas ou pardas manteve-se essencialmente constante, variando de 46,9% dos ingressantes em 2012 para 47,1% dos ingressantes em 2017. Foi observado também um aumento expressivo no número de candidatos, que passaram de 60.264 no vestibular de 2013 para 186.123 no processo seletivo do Sisu do primeiro semestre de 2014.