Institucional

Comissão vai propor soluções para reduzir gastos com água e energia

UFMG quer reduzir valores das contas em 20%; uma das medidas em estudo é a instalação de microturbinas a gás no campus Pampulha

Usina fotovoltaica, como a que que funciona da Escola de Engenharia, pode ser fonte alternativa de energia no campus
Sistema de geração de energia fotovoltaica, como o que funciona na Escola de Engenharia, pode ser expandidoJúlia Duarte / UFMG

A instalação de microturbinas a gás no campus Pampulha para geração de energia elétrica é uma das propostas para reduzir em 20% os valores pagos pela UFMG em contas de água e energia elétrica. Comissão criada pela Reitoria com o intuito de propor iniciativas que contribuam para alcançar esse objetivo está fazendo levantamento de possíveis soluções.

Em reunião com representantes da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) nesta quinta-feira, 12, o presidente da comissão, professor Braz de Jesus Cardoso Filho, do Departamento de Energia Elétrica, discutiu detalhes do projeto, que será financiado com recursos do programa de eficiência energética da Cemig.

Até o fim de agosto, quando a comissão deve entregar relatório de trabalho à Reitoria, outras propostas serão avaliadas em conjunto com vários setores da Universidade, como a troca de lâmpadas fluorescentes por lâmpadas de led e instalação de dispositivos economizadores, como sensores de presença.

Em relação ao consumo de água, o objetivo é intensificar a manutenção de instalações, para corrigir e evitar vazamentos. Também está em processo de estudo a exploração de poço profundo localizado na região do Centro Esportivo Universitário (CEU) para irrigar o gramado da pista de atletismo. “Em ambos os casos – água e energia elétrica –, a intenção é estimular a comunidade acadêmica a consumir sem desperdício”, enfatiza o professor.

Braz Cardoso explica que a criação da comissão foi motivada pela diferença entre a receita e a despesa projetada para 2018, nesses dois itens. Também compõem a comissão o professor Raphael Tobias de Vasconcelos Barros, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, o diretor do Departamento de Manutenção e Infraestrutura (Demai), Felipe Coura, e o diretor do Departamento de Gestão Ambiental (DGA), Túlio Vono Siqueira.

Perfil de consumo
A gestão das contas pagas pela Universidade, com o objetivo de avaliar as margens de negociação das quantidades de água e energia elétrica pré-contratadas, tem sido feita pelos respectivos setores – DGA e Demai. Contudo, diz Braz Cardoso, a comissão vai propor estudos para viabilizar a redução no consumo de energia elétrica especialmente no período do dia em que o custo é três vezes superior (fim de tarde e início da noite). Além disso, algumas unidades, como a Fafich, “já estão trocando as lâmpadas fluorescentes, e o Demai tem projeto de substituição da iluminação de áreas externas do campus”, afirma o professor. Ele cita a chamada pública da Cemig como uma possível fonte de recursos para essa iniciativa.

O programa de eficiência energética deve custear a aquisição e a instalação de quatro microturbinas a gás, iniciativa que vai possibilitar a geração própria de aproximadamente 10% do consumo atual de energia do campus. Duas delas serão utilizadas para aquecimento da piscina olímpica no Centro de Treinamento Esportivo (CTE), e as outras duas vão viabilizar a operação do sistema de ar-condicionado central da Escola de Engenharia. 

Outro sistema já em uso em pequena escala na Universidade e que pode ser expandido é a geração de energia fotovoltaica. “Temos uma usina em nosso Laboratório Tesla Engenharia de Potência, que produz 5 MWh por mês, suficientes para abastecer 20 casas de grande porte”, informa o professor. A segunda do tipo, menor, está instalada na Faculdade de Medicina. “Temos a intenção de implantar mais quatro, cada uma delas duas vezes maior do que a usina Tesla”, acrescenta. A proposta integra o programa Oásis de eficiência energética elaborado pela Pró-reitoria de Administração.

Hidrômetros
Com a finalidade de reduzir o consumo de água, a comissão já identificou alguns itens que considera importantes, como leitura mensal dos hidrômetros instalados no campus Pampulha, para identificação em tempo hábil de possíveis anormalidades e necessidade de correção de eventuais vazamentos. 

Também devem ser implantados dispositivos economizadores de água nos prédios mais recentes, como descargas sanitárias com duplo comando, torneiras com acionamento manual por pressão, válvulas de controle de vazão nos lavatórios, mictórios masculinos com descargas por sensores de presença e sistemas de aproveitamento de águas de chuvas, para abastecimento de parte das peças sanitárias.

A comissão sugere ainda que sejam analisadas as metodologias de trabalho atualmente empregadas pelas equipes de limpeza terceirizadas e permissionárias, com o objetivo de propor possíveis adequações para redução do consumo de água.  

Braz Cardoso Filho: comissão vai apresentar relatório em agosto
Braz Cardoso Filho: comissão deve apresentar relatório em agosto Dalila Coelho / UFMG

Ana Rita Araújo