Diversidade de público marca quinta edição do 'Domingo no campus'

Atuação dos projetos de extensão tem atraído cada vez mais pessoas ao evento
Atuação dos projetos de extensão tem atraído cada vez mais pessoas ao evento Foca Lisboa/UFMG

“O crescimento do público do Domingo no campus é evidente e satisfatório", comentou a pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira, na manhã deste domingo, 3, durante a quinta edição do evento. Nas três primeiras edições, segundo a pró-reitora, participaram cerca de 400 pessoas. Na última, realizada na Estação Ecológica, foram contabilizados aproximadamente 800 participantes. “Hoje, embora não tenha sido feita contagem na portaria, é aparente que o público foi ainda maior”, disse.

Para a pró-reitora, o público tem-se tornado cada vez mais diverso, o que se deve principalmente à participação dos projetos de extensão – como o Tô de boa, tô no campus e a Clínica de minitênis – e à parceira com o projeto Bike Anjo, que ensina pessoas de todas as idades a andar de bicicleta.

Sandra Goulart Almeida, vice-reitora da UFMG
Sandra Goulart Almeida, vice-reitora da UFMG Foca Lisboa/UFMG

A vice-reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, afirma que aos poucos o campus tem-se configurado como “espaço de pertencimento” para os cidadãos de Belo Horizonte. “Temos recebido, com frequência, mensagens das pessoas perguntando sobre as atividades no campus, o que sinaliza que tem crescido a expectativa da população”, comenta.

Segundo Sandra Goulart Almeida, a expectativa da Administração Central é que, daqui a algum tempo, a abertura do campus passe a compor a agenda dos belo-horizontinos e que o espaço se estabeleça como lugar para “caminhadas, piqueniques e outras atividades espontâneas”.

Terceira idade
Clínica de minitênis foi a principal novidade desta edição. Destinada a pessoas da terceira idade, a atividade é coordenada pela equipe de projeto de extensão da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO).

Morador de Fortaleza, João Rodrigues aproveitou a estadia em Belo Horizonte para participar da atividade. “Tecnicamente, fui até bem, mas preciso melhorar o preparo físico”, brincou. No Domingo no campus, ele teve, aos 81 anos, o primeiro contato com uma raquete.

João Rodrigues, 81 anos, na 'Clínica de minitênis'
João Rodrigues, 81 anos, na 'Clínica de minitênis' Matheus Espíndola/UFMG

O instrutor Roberto Cardoso, estudante de Educação Física, explica que o objetivo principal da atividade é fazer o idoso se movimentar. “Embora a tecnologia nos proporcione muitos instrumentos para poupar esforço físico, o corpo não foi feito para ficar parado. De uma forma sistemática, o minitênis trabalha força, coordenação e equilíbrio, além de ser uma atividade aeróbica e lúdica”, explicou.

De acordo com Roberto, a EEFFTO também oferece musculação, dança de salão e tai chi chuan para pessoas com mais de 60 anos de idade. As aulas ocorrem na Escola e em outros pontos da cidade. Para participar, é preciso apresentar atestado médico e pagar R$ 60 a cada semestre. “Além da saúde física, buscamos promover a socialização entre os idosos, que se divertem muito”, completou.

Vencendo o medo

Flávia Fraga e sua filha na oficina Bike Anjo
Flávia Fraga e sua filha na oficina Bike Anjo Foca Lisboa/UFMG

Acompanhada da filha de dez anos, Flávia Fraga recordou-se das duas quedas sofridas nas vezes em que tentou aprender a andar de bicicleta. Ela e outros aspirantes a ciclistas compunham a oficina Bike Anjo, realizada no gramado da Reitoria, com o objetivo de ensinar pessoas de todas as idades a andar de bicicleta. Desde que se instalou em Belo Horizonte, em 2012, a oficina atendeu mais de cem pessoas.

O curso começou com uma explicação sobre a bicicleta e seus componentes, com o objetivo de orientar o aluno quanto ao ajuste de partes do equipamento, como assento e pedais, às suas medidas. “Não quero que você apenas aprenda a andar de bicicleta, mas que também conheça o veículo”, explicou o instrutor e ciclista voluntário Leelo Chaves aos participantes.

Vergonha e medo eram os sentimentos demonstrados pelos presentes. “Reparei em uma moça, e ela já está dando pedaladas, então estou tranquila. Está todo mundo no mesmo barco!”, comentou Andreza Gonçalves, que cursa mestrado em Biblioteconomia na UFMG.

Para Raquel Nepomuceno, andar de bicicleta é mais do que um desejo que ficou pendente na infância. “Moro no interior, em uma cidade pequena, então preciso da bicicleta, porque é o principal meio de transporte”, explicou durante uma das poucas pausas que fez durante a atividade. Raquel admite ter sentido medo no começo, mas, enquanto pedalava sozinha pela pista, afirmou: “Hoje venci o medo!”

O instrutor Javert Bastos explicou que a rapidez no aprendizado dos alunos varia, podendo ser necessárias até dez aulas até que o participante obtenha o pleno domínio da bicicleta. "As pessoas que já conduziram pelo menos uma vez na vida reaprendem rapidamente, mesmo que tenham ficado sem pedalar durante anos. Isso prova que quem aprende uma vez não esquece jamais", afirma.

Angela Maria Ravani [à esquerda] é mãe de uma aluna da UFMG. Ela mora perto do campus e participou do evento pela primeira vez. A atividade com bolas de sabão, que contagiou a criançada, foi sugerida por Simone Souza, cujo marido é professor da UFMG
Angela Maria Ravani [à esquerda] é mãe de uma aluna da UFMG. Ela mora perto do campus e participou do evento pela primeira vez. A atividade com bolas de sabão, que contagiou a criançada, foi sugerida por Simone Souza, cujo marido é professor da UFMG Foca Lisboa/UFMG

Matheus Espíndola/Nathália Costa