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Uso excessivo de telas prejudica sono e desenvolvimento das crianças

Em entrevista ao programa Conexões, professor Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná, falou sobre como o tempo excessivo causa prejuízos aos pequenos

Especialistas em pediatria aconselham que crianças com menos de 2 anos não sejam expostas a telas.
Especialistas em pediatria aconselham que crianças com menos de 2 anos não sejam expostas a telas. Photo by Kelly Sikkema on Unsplash

Alguns comportamentos que podem se tornar comuns em crianças durante a pandemia da covid-19 são dormir mal, não comer, chorar, morder e demonstrar apatia ou distanciamento. As mudanças de horários e da rotina de vida e o uso excessivo de telas nesse contexto podem prejudicar ainda mais o sono e o desenvolvimento dos pequenos. É o que alertam cientistas do Núcleo Ciência pela Infância, que tem participação de universidades brasileiras e internacionais, entre elas a Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

Nesta quinta-feira, 15, o programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, recebeu o professor Fernando Louzada, do Departamento de Fisiologia da UFPR, responsável por coordenar o Laboratório de Cronobiologia Humana da Universidade (LabCrono). A área da cronobiologia estuda os ritmos biológicos, os relógios biológicos que controlam o nosso comportamento, como os horários de dormir e de se alimentar. Nesse contexto, o LabCrono busca entender como esses ritmos se expressam e como são afetados por uma nova rotina, como tem ocorrido durante a pandemia.

Segundo Fernando Louzada, há uma disparidade econômica que reflete nessa realidade. "Enquanto algumas famílias sofrem com 'poucas telas', ou seja, muitas membros da família dividindo os mesmos aparelhos, ou mesmo com a falta deles, outras famílias sofrem com o excesso delas", afirmou. Médicos e especialistas em pediatria aconselham que crianças de até dois anos não entrem em contato com telas. Em relação às crianças de dois a cinco anos, o aconselhável é, no máximo, uma hora de exposição, e, a partir dos cinco anos, de uma a duas horas. 

Louzada destacou que o uso saudável deve se dar de forma  equilibrada: "Para tal equilíbrio, primeiro é preciso que haja supervisão de adultos, e que se acrescente à rotina interações sociais e atividades físicas, isto, claro, de maneira segura e respeitando as orientações de segurança para evitar o contágio com o novo coronavírus", alertou. O professor também esclareceu que não apenas o horário de uso deve ser supervisionado, mas também o conteúdo. "Atividades que agitem a criança, ou causem medo e outros sentimentos também podem ser ruins para o sono", completou.

Escute a conversa com Luíza Glória

Produção: Arthur Bugre
Publicação: Isadora Oliveira, sob orientação de Hugo Rafael