Pesquisa e Inovação

Professores da UFMG se destacam em lista de Stanford e em artigo que mapeia estudos sobre os ODS

Deborah Malta, da Escola de Enfermagem, figura nos dois levantamentos

UFMG tem dois professores com o maior número de estudos relacionados aos ODS da ONU
UFMG tem dois professores entre os mais citados em estudos sobre os ODS da ONU Creative Commons

A UFMG conta com 58 pesquisadores em ranking divulgado pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que utiliza métricas padronizadas para avaliar o impacto dos pesquisadores em diversas áreas do conhecimento e listar os cientistas mais influentes do mundo. 

As duas listagens produzidas pelo estudo se referem ao impacto específico das pesquisas dos cientistas no ano de 2023 e à carreira dos pesquisadores. Os resultados indicam a performance dos cientistas em 22 campos e 174 subcampos do conhecimento.

A primeira lista, que trata do impacto de 2023, reúne aproximadamente 223 mil cientistas, com 1340 brasileiros. A segunda lista, que mapeia o trabalho de cerca de 217 mil cientistas mais citados ao longo de suas trajetórias, reúne 1077 brasileiros. A lista completa dos pesquisadores está disponível on-line.

Entre as várias métricas que buscam compreender o impacto da ciência, a lista de Stanford busca oferecer uma solução para superar muitos dos problemas técnicos desses rankings, fornecendo uma base de dados suficientemente grande de cientistas mais citados em toda a ciência. O software Scopus foi utilizado para compilar um banco de dados dos 100 mil autores mais citados em todos os campos científicos. 

Com base nos dados, foi feita a  classificação de um indicador composto que considera métricas como o índice h (indicador que quantifica as citações dos artigos mais mencionados de cada cientista e pesquisador, avaliando sua produtividade e seu impacto), o índice hm (índice h ajustado ao número de coautores de cada artigo) e o número de citações para artigos de acordo com a posição de autoria (autor único, primeiro autor e último autor), o que possibilita calcular o indicador composto, chamado c-score, desconsiderando as autocitações. 

Deborah Malta
Deborah Malta; tentativa de medir o impacto real da produção científicaArquivo pessoal

A professora Deborah Malta, do Departamento Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da UFMG, foi a primeira colocada entre os pesquisadores da Universidade, a 18ª no Brasil e a terceira na área de saúde pública. Ela conta que o ranking é importante porque usa critérios como o número de publicações, o número de citações e o impacto das revistas publicadas, “buscando medir o impacto real dos nossos estudos". "Destaco  a importância da UFMG no ranking, com diversos pesquisadores e em muitos campos da ciência. Nossos bons resultados apontam para a importância da nossa universidade no cenário global. Para mim é uma grande honra participar deste ranking, lembrando da importância das mulheres pesquisadoras nesta classificação.” 

Disparidade de gênero
A professora Deborah Malta, juntamente com o professor Antônio Luiz Pinho Ribeiro, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, também estão entre os 100 pesquisadores mais citados no mundo em estudos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). 

A listagem foi divulgada no artigo Top 100 highly cited sustainability researchers, publicado na revista Heliyon. Dos 100 pesquisadores citados, 93 são homens e apenas sete são mulheres. Além da disparidade de gênero, os dados também indicam uma disparidade significativa no foco da pesquisa entre os 100 pesquisadores, com a maioria concentrando seus estudos nos ODS Saúde e bem-estar", Fome zero e Educação de qualidade, enquanto um número bem menor de pesquisadores dedicou-se aos ODS Trabalho decente e crescimento econômico e Nenhuma pobreza, ressaltando a necessidade de uma agenda de pesquisa mais equilibrada sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

De acordo com os autores do artigo, o estudo tem múltiplas implicações. Para a academia, ele prepara o cenário para identificar tendências emergentes e lacunas na pesquisa de sustentabilidade. Para os formuladores de políticas públicas, entender os cenários geográficos e institucionais desses pesquisadores pode informar decisões sobre alocação de financiamento de pesquisa e colaborações estratégicas. Já para as partes interessadas da indústria, insights sobre as áreas de foco temático podem orientar o investimento em atividades de pesquisa e desenvolvimento que se alinham com os objetivos de sustentabilidade.

Destaque na estreia
Em junho deste ano, a UFMG estreou com destaque em um ranking de impacto baseado nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODs). A Universidade apareceu como a melhor instituição brasileira nos ODS 3 (Boa saúde e bem-estar) e 10 (Redução de desigualdades), no University Impact Rankings (edição 2024), da Times Higher Education (THE). A classificação avalia o desempenho de instituições de ensino superior de todo o mundo em ações relativas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. 

A questão do impacto local e global das universidades vem recebendo atenção especial da direção da UFMG. A reitora Sandra Regina Goulart Almeida tem participado de agendas internacionais dedicadas ao tema e integra a Sustainable Development Solutions Network (SDSN), rede das Nações Unidas que visa promover os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, sob a liderança do professor Jeffrey Sachs, da Universidade de Columbia, dos EUA.

Com Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem