15º Festival de Verão UFMG discute direito à cultura com programação artística gratuita

Festival, que acontece entre 4 e 11 de março, terá programação on-line, com acesso gratuito

De 4 a 11 de março, a UFMG promoverá seu 15ª Festival de Verão. O já tradicional evento, que reúne atrações culturais de diversas vertentes durante o verão da capital, se adapta às condições impostas pela pandemia de covid-19 e terá sua programação on-line. Toda a programação é gratuita e aberta ao público, que pode acessá-la pelo site do evento.

Com o tema Transversal – redes de cidadania e direito à cultura, o Festival de Verão coloca a questão no centro de sua programação, buscando o reconhecimento dos sujeitos desses direitos por meio das redes de cidadania. Durante oito dias de evento, o público poderá acompanhar uma programação diversificada, com oficinas, rodas de conversa e lançamento de publicações digitais, com direito a certificado de participação A programação ainda conta com atrações artísticas – exposições, apresentações teatrais e musicais. Também acontecerá o Seminário Internacional Direito à Cultura, reunindo pesquisadores, gestores e agentes culturais latino-americanos para discutir a relação dos direitos culturais com temas como democracia, cidadania e implementação de políticas culturais.

Realizado pela Diretoria de Ação Cultural da UFMG, o 15º Festival de Verão é um momento de convergência de várias ações realizadas pela Universidade na área da cultura.  “As universidades públicas avançaram muito nos últimos anos no estabelecimento de suas políticas culturais. A pandemia, no entanto, tem afetado diretamente o setor cultural em todo o país, desafiando, também, nossas universidades para atuarem nesse contexto, contribuindo para o fortalecimento dos sistemas públicos de cultura e para a garantia dos direitos culturais neste momento de crise. Neste Festival, compartilhamos com a comunidade nossas ações para a estruturação de nossa política cultural na UFMG e refletimos com parceiros internacionais sobre a cultura como um direito que precisa ser garantido. Também partilhamos ações em curso que colocam em interação a Universidade e parceiros diversos do poder público e da sociedade civil na criação de políticas comuns", destacou o diretor de Ação Cultural da UFMG e coordenador do festival, Fernando Mencarelli.

A abertura do Festival de Verão, no dia 4 de março, será às 19h, com a chamada para o Mapeamento Cultural da UFMG. Esse é um importante documento, que será elaborado de forma participativa e indicará as ações prioritárias para a política cultural da universidade nos próximos anos. Na sequência, às 20h, o público confere Renegado Samba Groove, com participação de Elza Soares. O novo show do cantor e compositor mineiro Flávio Renegado reúne a contundência do rap mineiro com a cadência do samba carioca. No repertório, clássicos que todo mundo canta. Recentemente batizado como afilhado musical do ícone Elza Soares, Renegado convida sua madrinha para a gravação de uma apresentação especial, que será transmitida pelo Festival.

Ao longo dos dias seguintes, a programação promoverá outros encontros de consagrados artistas mineiros com o público, como a apresentação inédita do cantor e instrumentista Maurício Tizumba com a cantora Titane; o espetáculo on-line Doida no Quintal, com a atriz Teuda Bara e seu filho Admar Fernandes; ou a valorização de saberes tradicionais mineiros, na apresentação do grupo Mulheres do Jequitinhonha. Ao mesmo tempo, o evento abre espaço para grupos de jovens que atuam na cena cultural da capital mineira, como a Coletiva Afrolíricas, formada por três negras poetas independentes; ou o De Quebrada, um sarau com poetas e slamers de toda a região metropolitana. A atenção se volta para a periferia em diversos momentos, como na mostra de dança #DireitoaCulturaNasQuebradas, com sete dançarinos, pretas e pretos de BH, ou nas atividades desenvolvidas em parceria com a Rabiola Casa Escola: uma iniciativa surgida na Vila da Paz, que promove ações de comunicação popular voltadas para as periferias.

Respeitando os protocolos de saúde pública vigentes em função da pandemia de Covid-19, a maior parte da programação acontecerá de maneira on-line, com transmissão pelo canal da Diretoria de Ação Cultural da UFMG no YouTube. As ruas também terão intervenções com projeções de obras audiovisuais da Mostra Universidade Cidade.

É possível acompanhar as atualizações sobre o evento por meio de suas redes sociais: Facebook e Instagram

Transversal – Redes de Cidadania e Direito à Cultura

A programação desta edição é proposta a partir da temática Transversal – Redes de cidadania e direito à cultura. O direito à cultura é uma garantia constitucional que se desdobra em políticas culturais nacionais e locais, presentes também nas políticas e nos planos de cultura das Instituições Públicas de Ensino Superior brasileiras.

O tema está presente nos debates promovidos durante o Festival de Verão, além das oficinas, mostras e produções apresentadas ao longo da programação. Ao reforçar a perspectiva de transversalidade dos direitos em todas as esferas, o evento busca destacar as redes de cidadania que perpassam os diversos campos sociais e culturais, seja nas instâncias do poder público, nas universidades e nos diversos campos de conhecimento.

No momento em que consolida sua gestão cultural, com uma política integrada para seus espaços e projetos culturais, a UFMG dá um passo importante para a criação de uma política cultural democrática e participativa, lançando, neste Festival, o convite para a participação no Mapeamento Cultural da universidade, e no Ciclo de Fóruns: uma série de debates que vai subsidiar a elaboração do futuro Plano de Cultura da Universidade. A live será no dia 8 de março, às 10h30.

Um marco ampliado para essa discussão envolve a realização do Seminário internacional Direito à Cultura, em parceria com universidades públicas brasileiras e latino-americanas integrantes da Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM). O seminário reúne pesquisadores, gestores e agentes culturais em mesas-redondas e conferências, em que serão discutidas as relações dos direitos culturais com temas como democracia e cidadania, a implementação de políticas nos territórios e nas universidades e também as agendas nacionais e internacionais dedicadas ao tema dos direitos à cultura. Além disso, haverá uma mostra virtual com trabalhos de intercâmbio e cooperação nas áreas artística e cultural que foram realizados entre a UFMG e as universidades da AUGM.

Atrações artísticas | música, dança, poesia e teatro

O público poderá assistir a todas as atrações sem sair de casa. O cardápio cultural tem opções para quem se interessa por música, dança, poesia e teatro.

Já na abertura do evento, no dia 4 de março, às 20h, o público confere o show do rapper mineiro Renegado, Renegado Samba Groove, com participação de Elza Soares.

No dia 5, também às 20h, será transmitida a mostra de dança #DireitoaCulturaNasQuebradas, em que sete artistas da Grande BH traduzem, em forma de conceito coreográfico, sua trajetória na dança relacionada ao tema Direito à cultura nas quebradas. A mostra é organizada pelo dançarino e coreógrafo Marcelo Mendes.

Para quem é de poesia, no dia 6 de março, a partir das 19h, haverá a transmissão do sarau De Quebrada: não procure no centro. O sarau reúne poetas e slamers de toda a região metropolitana da capital, que expressam a arte por meio da palavra escrita e falada. O evento marca o lançamento do livro De quebrada, coletânea de poesias, fruto de oficina realizada durante a última edição do Festival de Verão UFMG, e que foi ministrada pela poeta e professora da Faculdade de Letras da UFMG Emília Mendes.

No dia 8, às 19h, durante a cerimônia de abertura do 9º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU), a cantora Titane e o multiartista Maurício Tizumba se reúnem em uma apresentação em duo inédita, feita especialmente para o 15º Festival de Verão UFMG. No repertório, músicas que remontam ao início de suas carreiras, nos anos 80.

No dia 9, ao meio-dia, o Ars Nova – Coral da UFMG organiza a Mostra de Coros Universitários, com trabalhos que vêm sendo realizados por diferentes grupos e corais de Minas Gerais. Já às 19h, o Festival transmite o vídeo-performance-documental Vozes de Luta, em que o Grupo de Teatro Mulheres de Luta, da Ocupação Carolina Maria de Jesus, em Belo Horizonte, tratam de si, suas memórias e a importância do teatro, somados a cenas dos espetáculos montados pelo grupo Todas as Vozes, Todas Elas (2017) e AntígonaS (2019).

No dia 10 de março, às 12h, tem apresentação do Grupo Sarandeiros, companhia de danças populares brasileiras, criada em 1980 na UFMG. Às 19h, a atriz Teuda Bara apresenta o espetáculo on-line Doida no Quintal, uma adaptação do espetáculo Doida, que ganha novos contornos em tempos de isolamento social e mistura cenas gravadas no quintal de sua casa, ao lado de seu filho Admar Fernandes. A direção é de Inês Peixoto.

No dia 11, último dia do Festival, ao meio-dia, o grupo Mulheres do Jequitinhonha realiza a apresentação dos versos de A terra, o canto e as mulheres do Jequitinhonha. Neste vídeo, elas apresentam as cantigas, que entoam a todo momento, cantando a terra, a seca, a chuva, os animais, os desafios e a poesia de se viver no sertão de Minas. Já às 19h, será a apresentação do Madrigal Renascentista Unifal, sob a regência de João Pedro Boroni.

Todas as apresentações serão feitas pelo canal da Diretoria de Ação Cultural da UFMG no YouTube.

Seminário internacional | debates

O Festival de Verão UFMG também se apresenta como espaço para discussão e debates sobre questões pertinentes que envolvem a cultura, a Universidade e a juventude.

O evento acolhe a realização do Seminário Internacional Direito à Cultura, que reúne ao longo dos dias 4 e 5 de março, representantes de diversas universidades brasileiras e da América Latina. As conferências e mesas redondas serão transmitidas ao vivo pelo YouTube da Diretoria de Ação Cultural da UFMG

No dia 6 de março, às 10h30, haverá transmissão da roda de conversa Arte como cura para corpos diversos na luta contra HIV-AIDS, em que educadores do projeto PrEP 15-19 da Faculdade de Medicina da UFMG convidam para um bate-papo o cineasta e pesquisador Vagner de Almeida e o escritor Salvador Corrêa, ambos ativistas que encontraram na arte as ferramentas não só de comunicação e articulação, mas também de luta por políticas e ações justas para o controle da epidemia do HIV.

Às 14h, será transmitido o Encontro com Afrolíricas – Escrevivências. Eliza Castro, Anarvore e Iza Reys, da coletiva Afrolíricas, conduzem uma roda de conversa para discutir sobre as ‘escrevivências’: como expressar nossos direitos por meio da poesia e contar nossa história, seja ela em forma de relato, desabafo ou a denúncia de fatos do nosso cotidiano, usando da palavra para gerar uma comunicação acessível.

Já no dia 8 de março, a partir das 15h, será a vez do Fórum Tecnologias populares de comunicação, cultura e mobilização social, em que serão abordadas pesquisas e experiências em comunicação popular e arte voltadas para a realidade de periferias e favelas do Brasil. Durante a programação, será feito o lançamento da cartilha Mandando a Real, realizada pela escola livre Rabiola Casa Escola de Arte e Sensibilização, com orientações para grupos e pessoas que queiram desenvolver campanhas de comunicação junto à população de periferias.

Mostras e exposições

Na sexta-feira, 5 de março, às 19h, será transmitida a roda de conversa Movências em experiência artísticas e culturais, bate-papo de abertura da exposição virtual Movências: transfigurações cotidianas. Esse é um projeto especial do Festival de Verão, em que o objetivo é revelar o talento de jovens artistas de Belo Horizonte que circulam, trabalham, estudam e integram ações artísticas e culturais no entorno da Praça da Estação. A exposição reúne trabalhos de 20 artistas das áreas de pintura, gravura, desenho, escultura, performance, fotografia, música, entre outras linguagens artísticas e culturais. A curadoria é de Wilson de Avellar.

Já a Mostra PRAE/DAC: criação em tempos de pandemia reúne trabalhos desenvolvidos por 28 estudantes de graduação e pós-graduação da UFMG. São obras de fotografia, vídeo, documentário, ilustração, texto ou outras linguagens, que abordam as implicações socioculturais relacionadas à pandemia. A mostra parte de uma iniciativa da Diretoria de Ação Cultural da UFMG (DAC) e da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) e marcou o lançamento do Programa de Fomento Cultural da universidade. No dia 6, às 17h, os participantes da mostra se juntarão em uma roda de conversa para compartilhar as experiências no processo criativo das obras artísticas.

Outra exposição virtual irá resgatar a memória dos trabalhos realizados em parceria entre a UFMG e outras cinco universidades que integram a Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM). A produção artística e cultural AUGM - memória e desdobramento: 20 anos mostra trabalhos desenvolvidos nas últimas décadas entre a UFMG e universidades da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. A curadoria é de Fabricio Fernandino e Damián Kees.

Durante todo o Festival de Verão, a fachada do Centro Cultural UFMG recebe o estandarte Divercores, uma intervenção gráfica criada por um grupo de quinze jovens de 13 a 18 anos para valorizar e reivindicar o respeito às diversas identidades de gênero e orientações sexuais. Uma bandeira gigante construída a várias mãos, estampada em estêncil com rostos de pessoas LGBTQIA+ e não binárias, ocupando diferentes espaços da cidade. O Divercores inaugurou itinerância em dezembro de 2020 na fachada da Ocupação Carolina Maria de Jesus, e faz agora sua segunda parada no Festival de Verão UFMG.

Oficinas

A programação do 15º Festival de Verão UFMG ainda oferece duas oficinas, gratuitas e abertas ao público. As atividades oferecem certificado de participação.

No dia 6 de março, das 16h às 18h, será realizada a oficina Líricas em ação, que aborda a escrita criativa na forma de poesia marginal. Ministrada por integrantes da coletiva Afrolíricas, a atividade será realizada pelo Zoom, sem necessidade de inscrição prévia – o link será divulgado 15 minutos antes, durante a live Encontro com Afrolíricas. Serão 25 vagas que devem ser preenchidas por ordem de chegada. A classificação é de 15 anos.

Já o laboratório Mandando a Real – Rabiola Casa Escola será ministrado nos dias 4, 5 e 9 de março, das 18h às 22h, e no dia 6 de março, das 14h30 às 17h30. A oficina pretende trabalhar princípios da comunicação popular e as relações entre arte, tecnologia, comunicação e o saber. O link para o formulário de inscrições está disponível no site do Festival. A classificação etária é de 16 anos.

Sobre o Festival

Criado em 2007, o Festival de Verão UFMG é realizado anualmente pela Diretoria de Ação Cultural da UFMG. A iniciativa visa oferecer ao público e à cidade de Belo Horizonte um vasto e significativo programa cultural no período de férias de verão. A proposta é reconhecer e promover o processo de interação dinâmica entre cultura e educação. A programação é oferecida gratuitamente ao público e inclui cursos, oficinas e palestras que buscam contemplar, além da cultura e arte, todas as áreas de conhecimento atendidas pela Universidade. 

Toda a programação é gratuita

Acompanhe o Festival de Verão UFMG

No Instagram: festival_ufmg 

No Facebook: festivaldeverao

No Twitter: @festivalufmg

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa - Mariana Gonçalves

(31) 9 8638-0936

Serviço

15º Festival de Verão UFMG

4 a 11 de março

Transmissões pelo canal:youtube.com/culturaufmg