Artigo da UFMG alerta para riscos da prática de atividade física durante a pandemia de Covid-19

Estudo feito em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro aborda relação do sistema imunológico com a prática esportiva

Pesquisadores da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG, juntamente com o Comitê Paralímpico Brasileiro, realizaram um estudo que analisa a prática de exercício físico e o sistema imunológico, o qual será publicado pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. A pesquisa foi desenvolvida a partir da decisão de adiamento de grandes eventos esportivos, dentre eles os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020.

Segundo dados divulgados no artigo, a pratica de exercício físico com carga do treino elevada pode causar uma redução no sistema imunológico em até 72 horas após a realização dos exercícios. O professor Marco Túlio de Mello, do Departamento de Esportes da EEFFTO explicou como a atividade física interfere em nosso sistema imunológico.

“O exercício físico com a prática esportiva crônica em um ano, dois anos, três anos ou seis meses é positivo, desta forma, causa aumento (melhora) em nosso sistema imunológico. No entanto, quando o sujeito faz um treinamento que é um pouco mais pesado que o normal que ele faz, ou seja, a carga está num nível mais alto do que o habitual,  o nosso sistema imunológico fica mais vulnerável e expõe mais o praticante reduzindo desta forma nosso sistema de defesa, isto se chama janela imunológica pós exercício físico. Desta forma, o sistema imunológico, reduz, se deprime principalmente na área de vias aéreas, na parte respiratória devido a carga de treino realizada durante o exercício físico ou prática esportiva”, disse.

O artigo apresenta ainda os fatores de risco dos atletas olímpicos e paralímpicos, bem como dos espectadores, que justificam a decisão de adiamento dos Jogos de Tóquio 2020 devido à pandemia do novo coronavírus.  Assim como a realização dos eventos esportivos, a prática da atividade física em parques e locais públicos devem ser evitadas devido ao risco de exposição ao vírus.

O professor explicou ainda sobre a resposta imunológica de pessoas que praticam atividade física e tem contato com o coronavírus. Segundo ele, a resposta imunológica a um vírus deste, se o sistema não estivesse previamente aberto, acaba deixando o sujeito mais suscetível à doença.

“A prática de exercício físico em longo prazo é maravilhosa para o sistema imunológico, mas agudamente no dia em que o sujeito fez o exercício, pode ficar até 72 horas exposto dependendo da carga do treino ou da atividade física. Então, é por isso que não é legal as pessoas praticarem exercícios físicos em parques ou locais públicos, porque uma pessoa que passou ali, ou está próxima, se está com o seu sistema imunológico aberto, fica mais susceptível ao vírus. Não precisa ser só durante a prática do exercício. A sua janela fica aberta por 72 horas, então este risco fica mais aumentado durante 72 horas. Isso é o cuidado que todo mundo tem que ter”, argumentou.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG

(31) 9 8647-4879

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