Brincacidade: projeto do festival Cura para praça de BH será instalado na UFMG

Concebida para estimular apropriação da cidade pelas crianças e seus cuidadores, estrutura será incorporada a ações com foco na infância

A Faculdade de Educação (FaE) vai inaugurar nestaa sexta-feira, 6 de dezembro, a partir das 17h, a instalação pública Brincacidade, doada pelo Circuito Urbano de Arte, o festival Cura. O projeto, originalmente montado na Praça Raul Soares, no Centro de Belo Horizonte/MG, vai ficar próximo ao campinho de futebol que fica ao lado do prédio da FaE. O lançamento do Brincacidade no campus Pampulha coincide com o início das atividades da Casa da Infância, laboratório de práticas educativas que vai concentrar atividades de pesquisa, extensão e formação de professores.

Concebida pela arquiteta Bel Brant, a partir de ideia do urbanista Jan Gehl, a instalação brincante é um ambiente interativo e seguro. Crianças e adultos são convidados a explorar suas estruturas: são oito portais inspirados no desenho da Praça Raul Soares e nos eixos das avenidas que a cortam, e as pessoas entram por todos os cantos. A obra também tem como referência os xaponos dos povos indígenas Yanomami, aldeias-casas permanentes ocupada por um grupo familiar, uma comunidade, onde tudo – brincar, festejar, conviver – se faz coletivamente.

Segundo a professora Mônica Correa, da FaE, a Casa da Infância terá mediação do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Infância e Educação Infantil (Nepei) e forte participação da Bebeteca, projeto de extensão destinado a bebês e crianças menores de seis anos. “Será o primeiro laboratório do gênero no Brasil, esperamos que se torne uma referência”, diz Mônica, que é coordenadora da Bebeteca, integrante do Nepei e dirige provisoriamente a Casa da Infância. O novo centro da FaE vai utilizar a casa onde ficavam os engenheiros na época da construção do campus Pampulha, nas décadas de 1950 e 1960.

Cultura e arte

A instalação do Brincacidade nas imediações da FaE está em sintonia com a política cultural, com investimento acadêmico, criada pela Faculdade há cerca de três anos. “Temos espaços para essa finalidade e diversos professores com formações artísticas em todas as áreas. É um cenário com potencial inovador e pouco explorado”, afirma a diretora da FaE, Andréa Moreno. Segundo ela, o tema do Cura neste ano (Comunidade: infâncias, mulheridades e velhices) tem muito a ver com a visão da FaE sobre compreensão da arte, especificamente com relação às crianças, e “da educação corpo, do sensível”.

“A equipe do Cura conhece o nosso foco na criança como objeto de pesquisa e público de atividades diversas e nos deu esse presente, com papel fundamental na educação infantil”, diz a diretora. Ela informa que, em algum momento, a Brincacidade poderá ser transferida para outros locais, mas é tratada como material permanente da Faculdade, que arcou com os custos do transporte e da instalação.  

Mais espaços na cidade

Uma das idealizadoras e curadoras do Circuito Urbano de Arte, Janaína Macruz explica que a escolha da Raul Soares para o Brincacidade teve o objetivo de mostrar que a praça pode ser mais que uma grande rotatória. “É um espaço enorme, que a cidade deve transformar em ambiente agradável para crianças. A experiência com nosso projeto, que extrapola a ideia de um parquinho tradicional, foi incrível. É preciso lutar que criar mais espaços na cidade para pessoas de todas as idades. E ótimo que a instalação siga agora para a FaE, que tem um trabalho bonito e consistente com a infância e, portanto, uma forte conexão com o projeto”, diz a curadora.

O Circuito Urbano de Arte (Cura) é um dos maiores e mais relevantes festivais de arte pública da América Latina. Sua trajetória é marcada pela transformação da paisagem urbana e a aproximação entre arte e público. Desde 2017, o festival, que chegou a sua décima edição, oferece uma imersão cultural, selecionando obras de grande impacto artístico.

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Itamar Rigueira Jr.

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG