Centro Cultural UFMG realiza mostra de filmes para apreciar o cinema iraniano

Em abril, o CineCentro, do Centro Cultural UFMG, traz a Mostra Novo Cinema Iraniano. A proposta torna acessível uma seleção de obras de alguns dos mais influentes diretores do Irã, que por meio de seus filmes desconstruíram muitos estereótipos veiculados pela mídia ocidental sobre o país. Eles demonstram como é possível a multiplicidade de pensamentos, posições e significados, bem como coexistir apesar dos conflitos internos e externos, além das tradições religiosas rigorosas e limitantes da nação.

O cinema iraniano, após a Revolução Islâmica (1979), que paralisou a produção cinematográfica entre 1979 e 1983, ressurgiu como um grande realizador dotado de acurada qualidade estética e humanística, e conquistou diversos prêmios internacionais de cinema, como Cannes, Oscar, Veneza, Locarno, Berlim, São Paulo, dentre outros. Apesar do grande reconhecimento internacional, a forte censura imposta pelo Regime Iraniano fez com que muitos cineastas fossem presos, exilados e proibidos de exibir seus filmes no país, entre eles Jafar Panahi, Bahman Ghobadi e Mohsen Makhmalbaf.

Um grande mérito do Novo Cinema Iraniano ou persa, como também é denominado, é construir narrativas reflexivas, aparentemente simples do cotidiano dos iranianos, que têm que lidar com grandes dificuldades econômicas, sociais e culturais. As películas misturam documentário e ficção, tentando se aproximar da realidade de maneira natural, despretensiosa e poética. As temáticas abordadas são muitas vezes baseadas em valores universais, como infância, juventude, morte, amor e amizade.

A programação do CineClássico Quarentena engloba obras representativas dos seguintes cineastas iranianos: Abbas Kiarostami, Asghar Farhadi, Ebrahim Foruzesh, Hana Makhmalbaf, Jafar Panahi, Majid Majidi, Mohsen Makhmalbaf e Samira Makhmalbaf.

Os filmes podem ser encontrados na íntegra pelos links fornecidos abaixo:

1º de abril - Gosto de cereja (Ta'm e guilass - título original, drama, 1997, Irã, França, direção: Abbas Kiarostami, 95’, livre).

Acompanhamos o Sr. Badii (Homayoun Ershadi) viajando de carro pelos campos do Teerã, procurando alguém que esteja disposto a ajudá-lo em um plano que reflete toda a sua amargura e solidão.

Link do filme aqui.

6 de abril - A separação (Jodaeiye Nader az Simin - título original, drama, 2011, Irã, França, Austrália, direção: Asghar Farhadi, 123’, livre).

Após se divorciar da esposa Simin (Leila Hatami), Nader (Payman Maadi) é obrigado a contratar uma jovem para tomar conta de seu pai idoso, que sofre de Alzheimer em estágio avançado, mas sua vida vira um inferno.

Link do filme aqui.

8 de abril - Tartarugas podem voar (Lakposhtha parvaz mikonand - título original, drama, Guerra, 2004, Irã, França, Iraque, direção: Bahman Ghobadi, 98’, livre).

Em uma vila de curdos no Iraque, na fronteira entre o Irã e a Turquia, pouco antes do ataque americano contra o país, os moradores locais buscam desesperadamente uma antena parabólica na intenção de ter notícias via satélite.

Link do filme aqui.

13 de abril - O jarro (Khomreh - título original, drama, família, 1992, Irã, direção: Ebrahim Forouzesh, 86’, livre).

Numa aldeia iraniana no deserto, um grande problema tem início quando o jarro que serve para matar a sede dos alunos da escola local fica trincado. A comunidade descobre a solidariedade que os une na tentativa de resolver o problema.

Link do filme aqui.

15 de abril - E Buda desabou de vergonha (Buda as Sharm Foru Rikht - título original, drama, guerra, 2007, Irã, direção: Hana Makhmalbaf, 81, livre).

Nas ruínas das esculturas ancestrais de Bamiyan ainda vive uma população muçulmana onde encontramos a pequena Bakhtay, uma menininha de seis anos de idade que sonha em ir à escola aprender a ler e a escrever.

Link do filme aqui.

20 de abril - Táxi Teerã (Taxi - título original, comédia, drama, 2015, Irã, direção: Jafar Panahi, 82, livre).

Depois de ser preso e proibido pelo governo iraniano de fazer filmes, Jafar Panahi decide burlar as regras e filmar secretamente. Disfarçado de taxista, o diretor recebe moradores comuns de Teerã em seu carro e filma discussões sobre o cotidiano e a política do país. O filme ganhou o Urso de Ouro em Berlim.

Link do filme aqui.

22 de abril - Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye aseman - título original, drama, família, esporte, 1997, Irã, direção: Majid Majidi, 89, livre).

Um menino perde os sapatos de sua irmã mais nova e, para resolver a situação, decide dividir com ela o seu único par.

Link do filme aqui.

27 de abril - O Ciclista (Bicycleran - título original, drama, 1989, Irã, direção: Mohsen Makhmalbaf, 82, livre).

Nasim (Moharram Zaynalzadeh), um imigrante afegão que mora no Irã, precisa reunir a maior quantia de dinheiro possível para poder bancar o tratamento de sua esposa, que está gravemente enferma. Para juntar o dinheiro necessário, ele aceita ser um ciclista em um emprego peculiar que atrai a atenção das autoridades, que passam a acreditar que ele é um espião estrangeiro.

Link do filme aqui.

29 de abril - A maçã (Sib - título original, drama, 1998, Irã, França, Países Baixos, direção: Samira Makhmalbaf, 86’, livre).

Duas garotas vivem trancadas em casa por seus pais, um homem desempregado e sua mulher cega, durante onze anos. Os vizinhos chamam os serviços sociais para investigar a situação e elas têm que lidar com o mundo exterior pela primeira vez.

Link do filme aqui.

Outros filmes iranianos para maratonar:

- Através das oliveiras (Zire darakhatan zeyton - título original, drama, 1994, Irã, França, direção: Abbas Kiarostami, 103’, livre).

Link do filme aqui.

Close up (Nema-ye Nazdik - título original, drama, 1990, Irã, direção: Abbas Kiarostami, 98’, livre).

Link do filme aqui.

- O apartamento (Forushande - título original, drama, 2016, Irã, França, direção: Asghar Farhadi 124’, livre).

Link do filme aqui.

- O espelho (Ayneh - título original, drama, 1997, direção: Jafar Panahi, 95, Irã, livre).

Link do filme aqui.

- O círculo (Dayereh - título original, drama, 2000, direção: Jafar Panahi, Irã, Itália, Suíça, 81, livre).

Link do filme aqui.

- A cor do paraíso (Rang-e khoda - título original, drama, família, 1999, Irã, direção: Majid Majidi, 90, livre).

Link do filme aqui.

- O canto dos pardais (Avaze gonjeshk-ha - título original, drama, família, 2007, Irã, direção: Majid Majidif, 96, livre).

Link do filme aqui.

Referências e indicações de leituras:

PESSUTO, Kelen. O 'espelho mágico' do cinema iraniano: uma análise das performances dos "não" atores nos filmes de arte. 2011. 266 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, Campinas, SP. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/.... Acesso em: 23 mar. 2021.

KAHTALIAN, Marcos. Cinema fundamentalista: o cinema iraniano após a Revolução Islâmica. 2001. 140 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, Campinas, SP. Disponível em: http://www.repositorio.unicamp.... Acesso em: 23 mar. 2021.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria do Centro Cultural UFMG

(31) 3409-8290 / 3409-8291

http://www.ufmg.br/centrocultural