Computação, Comunicação e Odontologia vencem Grande Prêmio de Teses UFMG 2018

Redes de sensores, campanha de negação do aquecimento global e neoplasia odontogênica foram abordadas nos estudos

Os pesquisadores Rodolfo Wanderson Lima Coutinho (Ciências Exatas e da Terra e Engenharias), Daniel Reis Silva (Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes) e Thaís dos Santos Fontes Pereira (Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde) são os doutores agraciados com o Grande Prêmio de Teses UFMG 2018, que reconheceu os melhores trabalhos defendidos no ano passado. O anúncio foi feito no dia 18 de outubro, em cerimônia realizada no auditório da Reitoria da UFMG, campus Pampulha.

Os trabalhos foram escolhidos por comissão ad hoc instituída pela Câmara de Pós-graduação entre as 49 teses indicadas por seus respectivos programas, agrupadas nas três grandes áreas do conhecimento. Os autores desses trabalhos receberam diplomas. Além disso, três teses – uma de cada grande área – foram contempladas com menções honrosas.

Rede de sensores

Rodolfo Wanderson Lima Coutinho é autor da tese Controle de topologia e roteamento oportunístico em redes de sensores aquáticas, na qual propõe modelos matemáticos, para investigar vantagens e desvantagens do projeto conjunto de protocolos de roteamento oportunístico e controle do ciclo de trabalho nessas redes.

Paraense, Rodolfo Coutinho graduou-se, em 2008, em Sistemas de Informação, na Universidade Federal do Pará, campus de Santarém. Em 2010, concluiu o mestrado em Engenharia Elétrica, com ênfase em Computação Aplicada. Na ocasião, os resultados de sua investigação sobre conjunto de redes sem fio e redes 4G repercutiram em várias conferências internacionais.

Em 2011, Coutinho ingressou no doutorado em Ciência da Computação na UFMG, sob orientação do professor Antonio Alfredo Ferreira Loureiro. Na Universidade de Ottawa, onde cursou doutorado-sanduíche, sua tese recebeu o prêmio Pierre Laberge como melhor trabalho na área de ciências. Coutinho também foi agraciado com o primeiro lugar no Concurso de Teses do Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos (SBRC).

Estratégia de negação

A tese Relações Públicas, ciência e opinião: lógicas de influência na produção de (in)certezas, de autoria de Daniel Reis Silva, do Programa de Pós-graduação em Comunicação, parte do conjunto de denúncias, realizadas nas últimas décadas, sobre uma vasta campanha de relações públicas, financiada por corporações do setor de energia, desencadeada com o objetivo de negar a existência do aquecimento global antropogênico. Considerando essa campanha como estratégia para ‘manufaturar dúvidas’, o trabalho, orientado pelo professor Márcio Simeone Henriques, reconstrói o histórico dessa dinâmica e reflete sobre suas lógicas.

Daniel Reis Silva graduou-se em Comunicação Social pela UFMG, em 2011. Também na UFMG obteve o título de mestre em 2013. Seu trabalho, O astroturfing como um processo comunicativo: a manifestação de um público simulado, a mobilização de públicos e as lógicas de influência na opinião pública, venceu o prêmio de melhor dissertação da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação Organizacional e Relações Públicas (Abrapcorp) e foi publicado em livro.

Em sua trajetória, Daniel Silva envolveu-se com estudos do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Mobilização Social e Opinião Pública da UFMG (Mobiliza) acerca do surgimento e da atuação de iniciativas de vigilância civil sobre práticas abusivas de comunicação.

Tumor fibro-ósseo

Na tese Estudo genético e epigenético do fibroma cemento-ossificante, Thaís dos Santos Fontes Pereira lança luz sobre alguns aspectos associados a um tumor odontogênico benigno, cuja origem e evolução não eram, até então, bem estabelecidos. O trabalho foi desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-graduação em Odontologia. Ela foi orientada pelo professor Ricardo Santiago Gomez.

O fibroma cemento-ossificante é uma neoplasia que compartilha características clínicas e histopatológicas com outras lesões fibro-ósseas benignas e apresenta significativa morbidade devido ao seu alto potencial de expansão. 

Thaís Fontes investigou alterações genéticas e epigenéticas associadas ao desenvolvimento dessa doença. Thaís Fontes graduou-se em Odontologia na UFMG, em 2012. Dois anos depois, também na UFMG, conclui o mestrado em Estomatologia, no qual investigou o impacto da corticoterapia sobre a infecção bucal de cândida.

Ao longo de sua carreira, a autora colaborou em projetos de patologia clínica, com padronização, treinamento e execução de terapias. Participou também de estudos sobre regulação epigenética e avaliação do efeito do medicamento resveratrol na resposta inflamatória da meningite pneumocócica.

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Fonte

Assessoria de Imprensa da UFMG