Na abertura da temporada 2020 de concertos, o Conservatório UFMG recebe em seu palco professores e alunos de doutorado da Escola de Música da UFMG. Eles apresentarão um repertório bem diverso, a começar por um quarteto de Mozart de caráter bem festivo e, a seguir, obras contemporâneas de dois compositores importantes na cena da música recente de Belo Horizonte: Rufo Herrera e Oiliam Lanna. O concerto será no dia 10 de março, terça-feira, às 19h30, no Conservatório UFMG (Av. Afonso Pena, 1534, Centro BH), com entrada gratuita.

Como destaques do programa, são apontados a estreia da obra Adagio, para vibrafone e violoncelo de Rufo Herrera (compositor cuja obra ajuda a romper as fronteiras entre o erudito e o popular) e a performance de Trama da Memória de Oiliam Lanna. Como professor da UFMG, compositor e regente, Oiliam tem uma grande importância na formação de muitos músicos de Belo Horizonte. A obra Trama da Memória foi escrita sobre um vídeo de Pedro Aspahan e utilizada como objeto central do premiado documentário Matéria de Composição (também de Pedro Aspahan). O filme trata do processo de criação da composição musical contemporânea brasileira na relação com o cinema. No concerto, a obra será apresentada junto com o vídeo.

Neste mês de março, primeiro da temporada 2020, a programação do Conservatório tem dois destaques: a produção de música feita dentro da UFMG - em diversos estilos e formações musicais -, como forma de valorizar e divulgar a produção da universidade pública brasileira, e a produção de grupos e de compositoras mulheres em celebração ao mês das mulheres.

Músicos: Maurício Freire (flauta), Edson Queiroz (violino), Carlos Aleixo (viola), Elise Pittenger (violoncelo), Ana Claudia Assis (piano), Aline Parreiras (flauta), Alexandre Silva (clarinete), Fernando Rocha (percussão), Fernando Chaib (percussão), Igor Maia (regência), Rufo Herrera (bandoneon) e Oiliam Lanna  (piano e regência). Participação de Otto Hanriot e Francisco Cesar (bandoneon).

Sobre os artistas

Oiliam Lanna é doutor em Linguística pela Faculdade de Letras da UFMG e mestre em Composição pela Universidade de Montreal. Fez cursos livres de Composição na Fundação de Educação Artística, além de ser professor de Composição da Escola de Música da UFMG, atua frequentemente como regente de diversos grupos musicais de Belo Horizonte, sobretudo em performances de música contemporânea.

Rufo Herrera nasceu em 1933 na Argentina e radicou-se no Brasil em 1963. Iniciou seus estudos de música e de bandoneón aos seis anos de idade. Desde jovem, atuou profissionalmente em orquestras típicas de tango nas cidades de Córdoba e Buenos Aires (AR). No Brasil, estudou composição e orquestração com Olivier Toni e Ernest Widmer. Integrou o Grupo de Compositores da Bahia e participou ativamente da Fundação de Educação Artística e dos Festivais de Inverno, nas cidades de Ouro Preto e Diamantina (MG). Foi criador do Grupo Oficcina Multimédia e do Quinteto Tempos com qual gravou os discos: Tocata Del Alba (1995), Toda Música (1999) e Balada para un Loco (2008).  É um dos membros fundadores e compositor residente da Orquestra Ouro Preto com a qual gravou três discos: Bandoneón (2002), Latinidade I (2005) e Latinidade II – Música para as Américas (2015), indicado ao Prêmio da Música Brasileira (2017) na categoria melhor álbum erudito. Sua trajetória musical como intérprete, arranjador e compositor (com diversas premiações e um catálogo com mais de 200 obras) transita entre a música de concerto para câmara e orquestra, a música popular latino-americana, o teatro e a ópera contemporânea. É Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Ouro Preto, onde leciona regularmente disciplinas de formação e criação musical.

O grupo Sonante 21 foi criado dentro do programa de Mestrado em Música da UFMG. O grupo se dedica à pesquisa e performance de obras de câmara de autores contemporâneos, sobretudo a estreias mineiras ou brasileiras de obras significativas da música da segunda metade do século XX e do século XXI. Em seus concertos, já apresentou obras de Steve Reich, Luciano Berio, George Crumb, Brian Feynerhough, Magnus Lindberg, Terry Riley, Frederic Rzewski, Sean Griffin, David Lang, Sílvio Ferraz e Carlos Stasi. A formação do grupo varia de acordo com os programas apresentados.