Crise do coronavírus realçou fragilidades das metrópoles, afirmam especialistas da UFMG

'Outra estação', da Rádio UFMG Educativa, mostra como a covid-19 evidenciou a necessidade de reorganização das grandes cidades

O Brasil tem 15 metrópoles, segundo a última edição da pesquisa Regiões de Influência das Cidades (Regic), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE). A partir desses centros urbanos a pandemia da covid-19 começou a se espalhar para o restante do país e evidenciou problemas estabelecidos ao longo de décadas. O episódio 52 do programa Outra estação, da Rádio UFMG Educativa, aborda algumas dessas deficiências e busca respostas para a seguinte questão: o que é possível e necessário fazer para que nossas maiores cidades melhorem suas condições de vida e se fortaleçam para enfrentar novas emergências sanitárias?

A pandemia evidenciou as contradições das metrópoles brasileiras, que concentram diversas oportunidades de geração de riqueza e, ao mesmo tempo, acumulam imensos problemas sociais, frutos de décadas de equívocos na gestão pública. Essas cidades carregam as marcas de espaços produzidos segundo modelos excludentes, com políticas públicas que ignoram a população mais pobre, forçada a construir seus próprios bairros nas periferias desprovidas de infraestrutura adequada. Esse processo histórico é explicado pelo professor da UFMG Roberto Monte-Mór, doutor em Planejamento Urbano e professor do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar).

O primeiro bloco do Outra estação destaca deficiências relacionadas ao saneamento básico, comentadas pela especialista Uende Aparecida Figueiredo Gomes, docente do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG. Na opinião de Uende, o Marco Legal do Saneamento, recém-aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, tende a aprofundar problemas em vez de contribuir para resolvê-los.

No trecho final do episódio, o professor Roberto Monte-Mór alerta: nossas metrópoles precisam criar múltiplas centralidades. Em seu entendimento, essa reorganização do espaço urbano contribuiria para as cidades melhorarem suas condições de vida, tornando-se mais protegidas contra outras emergências sanitárias.

Assessoria de Imprensa UFMG

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