CTE-UFMG reúne paratletas e familiares para ampliar debate sobre inclusão

Evento foi organizado pelo projeto ‘Paraesporte e terapia ocupacional' para incentivar a independência dos atletas com deficiência

Professores, estudantes, paratletas, seus familiares e cuidadores estiveram reunidos, na semana passada, para encerrar as atividades do projeto Paraesporte e terapia ocupacional, do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG.

O evento Despertar para incluir foi resultado das rodas de conversa realizadas, ao longo de 2023, com os pais, familiares e responsáveis dos paratletas do CTE, com o objetivo de estimular sua independência e autonomia em tarefas do cotidiano e melhorar o desempenho no esporte. Diferentes temas foram tratados nos encontros: Nossos filhos dão conta de quê?, O olhar e a ação do outro e Adolescência e mídia. As ações tiveram acompanhamento e apoio das terapeutas ocupacionais e contribuíram para a construção de uma rede de apoio, diálogos e troca de experiências. O projeto visa também ressignificar as relações de cuidado entre pais, mães, filhos e filhas.

Para celebrar a conclusão das atividades do segundo semestre, foi exibido um vídeo com relatos compartilhados pelas famílias que participaram do programa. Houve também apresentações como a de Valéria, mãe do Thiago, que declamou poemas, a de Juliana, que também declamou um poema e exibiu uma coreografia de valsa. Clara fez uma performance de rap freestyle. A comemoração foi encerrada com lanche coletivo.

O projeto Paraesporte e terapia ocupacional é coordenado pelas professoras Adriana Maria Valladão Novais Van Petten e Regina Céli Fonseca Ribeiro, do Departamento de Terapia Ocupacional da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, com a aluna do mestrado Jéssica Maciel Figueiredo, do curso de pós-graduação em Ciências da Ocupação (CPGEO). A iniciativa conta ainda com a participação das estudantes da graduação em Terapia Ocupacional Virginie Rodrigues Melo, Raquel de Caldas Teles e Lorena Sales Nascimento.

Gislaine, mãe do paratleta Vitor, conta que a chegada da adolescência foi um desafio em sua relação com o filho, que buscava a independência. Por isso, as rodas de conversa a ajudaram a transformar essa relação de cuidado. Ela diz que participar do projeto contribuiu para que ela transferisse mais responsabilidades para o filho, como a organização dos materiais de treino, e mais liberdade. Agora, na volta da escola, Vítor fica junto dos colegas, enquanto ela escolhe um assento distante no ônibus.

Solidariedade e troca de experiências

As coordenadoras do projeto avaliam positivamente o evento. De acordo com a professora Regina Céli, as rodas de conversa, a troca de experiências e a solidariedade que marcaram o encontro ficaram evidentes nos depoimentos de algumas mães e na própria participação dos atletas. Adriana Valladão afirma que o projeto explora as potencialidades das pessoas com deficiência e contribui para uma percepção menos capacitista.

Além das ações desenvolvidas em parceria com os paratletas do CTE, o projeto Paraesporte e terapia ocupacional propiciou o desenvolvimento da dissertação de mestrado de Jéssica Maciel Figueiredo. Desde seu trabalho de conclusão do curso de Terapia Ocupacional, Jéssica percebe, no contato com paratletas e seus treinadores, a demanda por atendimentos da TO. Sua pesquisa mostra o perfil socioeconômico dos paratletas dos Centros de Referência Paralímpicos Brasileiros (CRPB) de São Paulo e Minas Gerais e seus papéis ocupacionais.

O projeto tem ainda a participação de estudantes de graduação na forma de iniciação científica. Lorena Sales, do 6º período de Terapia Ocupacional, está envolvida nas ações do projeto há cerca de dois meses. Ela conta que conversar com os paratletas e ouvir seus relatos tem sido gratificante e contribui muito para a sua formação profissional. Raquel Teles está no 5º período e também frequenta as reuniões há dois meses. Para ela, o atendimento individualizado é um dos pontos fortes do trabalho realizado, e a estudante enxerga a importância de avaliar todos os aspectos da rotina dos paratletas para melhorar o seu desempenho esportivo. Virginie Rodrigues, do 5º período, integrante do projeto desde as primeiras atividades, afirma que a participação como bolsista de iniciação científica tem colaborado muito para o seu crescimento profissional. O contato próximo com as atividades do Centro de Referência no CTE deu a ela conhecimentos ainda não recebidos em sala de aula.

As atividades do projeto Paraesporte e terapia ocupacional continuam no próximo semestre, com base em novas parcerias para levar o debate sobre inclusão e capacistimos para fora dos muros do CTE.

(Sabrina Garcia, da Assessoria de Comunicação da EEFFTO)

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG

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