Empreendedorismo científico feminino é tema do evento 'Mulheres na Ciência', da Fundep UFMG

Pesquisadoras convidadas vão debater sobre desafios, jornadas de sucesso e o protagonismo de mulheres em projetos empreendedores

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), da UFMG, em parceria com o State Innovation Center e, a partir desta edição, com o BiotechTown, promove mais um encontro on-line do projeto Mulheres na Ciência. O evento será transmitido pelo YouTube, no dia 4 de março, às 15h, e tem inscrições gratuitas.

Esta edição, com o tema Pesquisadoras & Empreendedoras, vai reunir convidadas para falar sobre empreendedorismo científico feminino, os seus desafios e as jornadas de sucesso. Neste momento de grandes cortes de subsídios à ciência, mudar as expectativas em relação à prática científica no Brasil tem sido muito necessário e uma das propostas levantadas na atualidade é a de transformar pesquisas científicas em negócios, um processo nada simples, ainda mais quando o gênero é mais um obstáculo a ser vencido.

No Brasil, existem pouco mais de 24 milhões de mulheres empreendendo, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em pesquisa realizada em 2019. Os dados revelam ainda que esse grupo injeta na economia, em média, aproximadamente R$ 830 milhões. Além disso, a taxa de mulheres que começam a empreender por necessidade é 12% maior do que a de homens e, mesmo assim, as donas de negócios faturam 22% a menos.

“As mulheres são protagonistas de projetos empreendedores em diversos campos da sociedade, tais como: no campo tecnológico, econômico, social, político, artístico, administrativo, criativo e outros diversos, porém a representatividade em posições de lideranças ainda é limitada. Ocupamos muitas funções de base e aos poucos estamos modificando esse panorama, fortalecendo nossa presença em locais nos quais a liderança feminina ainda é estatisticamente pequena”, conta a professora Patrícia Robles, do Departamento de Química da UFMG, que será uma das participantes do evento.

E a conciliação entre empreender e fazer ciência? Segundo a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), o Brasil tem a maior porcentagem de artigos científicos assinados por mulheres na América Latina e na comunidade ibero-americana. Entre 2014 e 2017, o país publicou cerca de 53,3 mil artigos, dos quais 72% são assinados por pesquisadoras e a proporção de mulheres inventoras no país subiu de 11% para 17% nos últimos 20 anos, de acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Participantes

Mona Oliveira

É fundadora e uma das idealizadoras da startup BioLinker, empresa de soluções para síntese e purificação de proteínas recombinantes, que em 2019 foi premiada como umas das Top 500 melhores startups do mundo na área de biotecnologia pelo projeto que coordena. Doutora em Bioquímica e Nanotecnologia pela Universidade de São Paulo (USP | Brasil) e Jožef Stefan Institute (IJS | Eslovênia). Durante sua carreira acadêmica acumulou prêmios e menções honrosas pelo desempenho e excelência científica, publicando em anais e revistas de renome internacional. Atualmente é chefe científica e trabalha no desenvolvimento de Projetos Inovativos de Pequenas empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Com dois anos de fundação a BioLinker foi aprovada para diversas acelerações, fechou contratos com grandes indústrias e institutos do Brasil e do mundo e vem conquistando seu objetivo de revolucionar o jeito de fazer proteína recombinante no mundo.

Patrícia Robles

Patricia Robles é professora no Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Seu grupo de pesquisa, CatTec, tem investido na prospecção de tecnologias no setor de química fina e participado de vários programas de aceleração em empreendedorismo tecnológico. A pesquisadora foi co-fundadora da startup EssencialTech, voltada para hard science, especificamente no mercado de óleos essenciais e seus derivados. Possui patentes depositadas e concedidas junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Fez parte das equipes executoras de projetos para o desenvolvimento tecnológico por parte dos Programas Sebrae (Sebraetec, PII-Sebrae), Programa Primeiras Empresas (Prime-FINEP) e Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe-Fapemig). Recebeu prêmios do I2P Latin American (FGV) e Santander Universidades (categoria Empreendedorismo). Faz parte do time de gestão do Escalab/INCT-Midas-SENAI, centro de escalonamento em hard science e interações com o setor produtivo em várias áreas. Em conjunto com a iniciativa, coordenou o Programa de Inovação Aberta do Mining Lab Beginnings, da empresa Nexa.

Priscila Mol

É graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com PhD em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, também pela UFMG. Possui MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem experiência de mais de sete anos em Pesquisa & Desenvolvimento na área de Biotecnologia e Novos Biomateriais para saúde, inovação e empreendedorismo, além de atuação em desenvolvimento e gestão de projetos de unidades industriais em grandes empresas como Honeywell, Usiminas Mecânica e Petrobras. Atualmente integra a equipe do BiotechTown como Agente de Desenvolvimento de Negócios.

Juliana Saliba

É graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), com mestrado e doutorado em Ciência Farmacêutica e pós-doutorado em Ciências dos Materiais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de pós-doutorado em Ciências da Vida pela Inserm Paris (França). Possui formação acadêmica como professora de tecnologia farmacêutica, cosmética e modelagem de negócios. Desde 2013 trabalha com inovação, estratégia da propriedade intelectual e empreendedorismo. Em 2018, ingressou no BiotechTown, onde trabalha na prospecção de novas tecnologias e startups, avaliando as oportunidades potenciais e fornecendo conhecimento sobre como transformar a ciência em benefícios para a sociedade. Tem mais de dez publicações científicas, orientou mais de 300 startups em estágio inicial e contribuiu para desenvolver o mindset empreendedor de mais de 2000 estudantes.

Manoela Dubeux

Psicóloga, MBA em Gestão Estratégica pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), especialista em Desenvolvimento de Times e Negócios, com mais de dez anos de mercado corporativo em Trade Marketing. Entusiasta dos Negócios de Impacto e Economias Sustentáveis. Empreendedora, fundadora e CEO da Power, edtech embarcada no Porto Digital e certificada como uma empresa WEPs, compromissada com a cultura da equidade de gênero e o empoderamento da mulher no Brasil, pela ONU Mulheres. Head de operações na Boomit Empreendedorismo. Mentora de negócios de impacto no Porto Social e de startups na Boomit. Líder de Comunidade na Manguezal, comunidade de startups do Recife e na Move, comunidade de startups do Nordeste.

Caroline Salvati - Mediadora

Bacharel em Biotecnologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e cursando mestrado em Biologia Celular e Molecular, também pela UFRGS. Já trabalhou em startups de Biotecnologia e corporações na área de Pesquisa & Desenvolvimento em Biotecnologia. Hoje é Analista de Inovação no State. Co-fundadora e líder de projetos e parcerias do Profissão Biotec, um movimento de fortalecimento e divulgação da área de Biotecnologia.

Serviço:

Mulheres na Ciência #6 | Pesquisadoras & Empreendedoras

Quando: 4 de março, às 15h

Onde: YouTube

Inscrições: Sympla

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG

Serviço

'Mulheres na Ciência #6 | Pesquisadoras & Empreendedoras'

4 de março de 2022

15h

YouTube