Enxergando o invisível: projeto da UFMG vai levar o mundo nanométrico às escolas básicas

O Nanoeducar será lançado no Dia das Crianças, 12 de outubro, no Museu das Minas e do Metal Gerdau

A nanotecnologia está cada dia mais presente no cotidiano, mas pouca gente sabe disso. Muito mais reais do que parecem nos filmes da Marvel, os nanomateriais estão presentes nos pneus e até na cardiologia. Explicar as vastas aplicações desse campo é o principal objetivo do projeto Nanoeducar: enxergando o invisível, que será lançado no Dia das Crianças, 12 de outubro, das 13h às 17h, no Museu das Minas e do Metal Gerdau, localizado na Praça da Liberdade. No local, o público conhecerá, em primeira mão, os materiais produzidos. O projeto será levado à rede de ensino por meio de um grupo de pesquisadores da UFMG que já atua em escolas públicas. A entrada é gratuita.

Desenvolvido por equipe interdisciplinar, o projeto tomou forma ao ser contemplado em edital do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh) que selecionou propostas de divulgação científica na UFMG. A equipe do Nanoeducar é formada pelos professores Luiz Orlando Ladeira e Rodrigo Lavall, além dos pesquisadores Lídia Maria de Andrade, Gisele Bruch, Alice Versiani, Sérgio Scalzo e Estefânia Martins do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN).

Segundo Lídia Maria de Andrade, do Departamento de Física da UFMG, uma das responsáveis pelo projeto, a nanotecnologia tem alterado drasticamente as propriedades físicas, óticas e os modos de uso dos materiais conhecidos. Além disso, essa tecnologia, que só começou a ser estudada na segunda metade do século XX, tem possibilitado até mesmo o desenvolvimento de novos materiais. Isso tudo porque a nanotecnologia trabalha com materiais em dimensões quase atômicas – o nanômetro, sua medida-base, equivale a um bilionésimo de metro –, o que favorece o processamento de alterações profundas e precisas nesses materiais.

Entre a crescente importância da nanotecnologia para a vida humana e a pouca informação sobre as pesquisas realizadas no Brasil, surgiu a proposta do Nanoeducar. O projeto se baseia na produção de material educativo sobre a nanotecnologia, na forma de revistinhas, animações com o mascote Faraó Tutacanano e modelos tridimensionais das estruturas nanométricas. Também investe no incentivo às crianças para que interpretem as informações usando massinhas e recicláveis, comparando com o aprendizado obtido por meio do material do Nanoeducar.

“Nós começamos a trabalhar com nanobiotecnologia e vimos que estávamos desenvolvendo materiais, que as pesquisas avançavam, mas sentíamos que era preciso contribuir mais com a sociedade, mostrando não só o que a gente faz, mas também a importância dessa produção”, afirma Lídia Andrade.

A necessidade de fazer divulgação científica não é recente, mas, no Brasil, as discussões sobre o tema se aqueceram de 2018 para cá, com o crescente processo de desmonte e de descredibilização da ciência. “Esse é um momento crucial”, afirma a pesquisadora. “A grande maioria [da comunidade externa] não faz a menor ideia de que existe ciência, tecnologia e inovação dentro da universidade, que nós trabalhamos com pesquisa de ponta.”

Acessíveis
O projeto nasceu da união de pesquisadores interessados em se tornarem propagadores de seu trabalho e tem reunido estudantes da UFMG e do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). A estudante Polyane Reis dos Santos, que cursa licenciatura em ciências biológicas, por exemplo, tem trabalhado na tradução de um conteúdo técnico-científico para uma linguagem acessível a crianças em idade escolar. “Os adolescentes e as crianças nem sempre associam o que eles aprendem na escola com o conhecimento cotidiano”, afirma Polyane Santos.

O Nanoeducar também atua numa perspectiva inclusiva. Para isso, conta com a parceria do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da UFMG e a colaboração do aluno de doutorado em física Felipe Braz, que é deficiente visual. Felipe Braz assumiu a tradução dos materiais impressos para braille e o NAI tem cuidado da impressão desses materiais. Além disso, as animações produzidas pelo estudante de cinema de animação Edson Germino contam com audiodescrição para estudantes com deficiências visuais e também foram elaboradas para serem compreendidas sem áudio, para incluir, assim, pessoas com deficiência auditiva.

Segundo Felipe Braz, os modelos das estruturas nanométricas são outro elemento importante de acessibilidade, já que facilitam a identificação dessas estruturas por meio do tato, possibilitando que as crianças com deficiência também explorem o conteúdo que as demais verão ilustrado em suas revistinhas.

Assessoria de Imprensa UFMG com informações de Maria Gabriela Lara

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG

Serviço

Projeto Nanoeducar: enxergando o invisível

12 de outubro

13h às 17h

Museu das Minas e do Metal Gerdau