Especialista da UFMG comenta queda de 45% da poluição atmosférica em BH durante isolamento

Betim registra quedas de emissão de dióxido de enxofre; professores acreditam que retomada econômica pode se dar em bases mais sustentáveis

A implantação da política de isolamento social contribuiu para a redução de emissões atmosféricas e, consequentemente, para a melhoria da qualidade do ar da Região Metropolitana de Belo Horizonte, revela levantamento divulgado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam), com base em dados de março e abril de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado. 

A paralisação, a restrição, a suspensão e a redução de algumas atividades contribuíram para a diminuição na circulação de veículos em Belo Horizonte e a consequente redução de 45% do material particulado fino (PM2,5) lançado na atmosfera, conforme medição realizada na Estação PUC São Gabriel. A professora Taciana Toledo, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG, destaca que, por ser uma partícula muito pequena, o PM2,5 é um dos poluentes mais prejudiciais à saúde humana. “Ele penetra profundamente no trato respiratório, passa por pulmões, alvéolos e pode chegar à corrente sanguínea, causando não somente doenças respiratórias, mas também cardiovasculares”, detalha.  

Em Betim, a produção industrial é a principal responsável pela emissão de poluentes. O dióxido de enxofre (SO2), por exemplo, cuja média de emissão mensal era 6,02 µg/m3, em 2019, caiu para 3,82 µg/m3, em 2020, redução de 37%. Esse poluente está diretamente relacionado à formação de chuva ácida e, por ser tóxico, pode também desencadear problemas respiratórios.

Taciana Toledo afirma que a comparação entre a média mensal de anos diferentes deve ser ponderada pelas condições climáticas vigentes nos meses analisados. O volume de chuvas, por exemplo, é uma variável que pode influenciar na concentração desses poluentes. 

Retomada

Como o tráfego de veículos é a principal fonte de poluentes nas grandes capitais, o poder público deveria investir em mobilidade urbana, sugere a professora da UFMG. "A população só vai aderir ao transporte público quando ele for de qualidade e seguro. Eu sei que o Brasil é um país com muitos problemas, mas agora estamos vendo o quanto custa um paciente internado com doenças respiratórias", afirma. 

Saiba mais em https://www.youtube.com/watch?... produzido pela TV UFMG (Ficha técnica: Artur Horta - produção; Acervo TV UFMG e Pexels.com - imagens; Márcia Botelho - edição de imagens; Olívia Resende - edição de conteúdo).

Assessoria de Imprensa UFMG

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