Estudo da UFMG destaca importância de florestas secundárias

Florestas degradadas podem ter uma segunda chance, de acordo com artigo que acaba de ser publicado na revista Science Advances. O estudo confirma que florestas que sofreram algum impacto nas mãos do homem, podem se recuperar com rapidez, a partir do momento que aquela atividade seja interrompida. 

Segundo o professor Geraldo Fernandes, do Departamento de Biologia Geral do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, que participa da pesquisa desenvolvida por uma rede internacional de ecólogos da América Latina, Estados Unidos e Europa, o estudo concluiu que são necessários, em média, cerca de 20 anos para que florestas degradadas voltem a 80% da riqueza de espécies que antes existia na floresta antiga. Segundo Fernandes, existe um porém: apesar da quantidade de espécies voltarem parcialmente, apenas cerca de 30% da floresta vai voltar a ser o que era antes. "Essa nova diversidade tem seus benefícios, mas pode prejudicar a floresta antiga, ao introduzir novas espécies e ameaçar o ambiente," afirma o professor.

Por isso, ele destaca que é necessário que sejam desenvolvidas ações de restauração dirigidas a espécies típicas de florestas antigas, junto à conservação da biodiversidade que vai se instalar naquela área. Isso pode garantir a conservação das espécies tropicais em longo prazo. "Apesar da regeneração natural ser eficiente, a supervisão humana pode ser necessária para que algumas espécies raras, presente nas florestas tropicais, consigam entrar nas florestas secundárias", orienta.

Fernandes também chama a atenção para a necessidade de se estudar melhor outros aspectos que, ainda, não foram determinados, como por exemplo, quais acontecimentos e espécies facilitam a chegada de novas espécies. Ele reforça a importância deste estudo para a América Latina, área repleta de florestas tropicais e com exemplares raros de fauna e flora, que necessitam de ser preservados. 

Leia o artigo Biodiversity recovery of Neotropical secondary forests. de Danaë M. A. Rozendaal, et al. | Science Advances 06 Mar 2019: Vol. 5, no. 3, eaau3114

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