Estudo UFMG: mineração na Amazônia ameaça áreas com maior biodiversidade

A crescente pressão da mineração em áreas de importância crítica para a conservação é uma grande ameaça para a biodiversidade da Amazônia, tanto pela destruição dos habitats quanto pela poluição do solo e da água. Pesquisadores da UFMG e parceiros, em estudo publicado na revista Diversity and Distributions, analisaram dados da Amazônia brasileira sobre três diferentes grupos de seres vivos e encontraram evidências de que a atividade ameaça mais significativamente seres menos estudados, como artrópodes (como insetos, aracnídeos e afins) e angiospermas (plantas frutíferas), além de afetar áreas onde há maior biodiversidade.

O estudo Multiple facets of biodiversity are threatened by mining-induced land-use change in the Brazilian Amazon analisou bases de dados desses dois grupos e também de vertebrados em áreas onde há e onde não há mineração no bioma. Foram levadas em conta métricas como diversidade e riqueza de espécies, endemismo, diversidade e endemismo filogenético. 
Os resultados mostraram que em áreas onde há presença de mineração houve uma redução significativa na diversidade biológica em comparação com as áreas onde não há mineração, resultando em menos riqueza de espécies, menos diversidade filogenética e menos endemismo filogenético. Isso significa que nas áreas onde há mineração houve redução na diversidade de espécies de plantas e animais, diminuição das populações dessas espécies, limitação da variabilidade genética entre indivíduos de uma mesma espécie, além de uma redução no número de espécies exclusivas daquelas localidades.
Diante disso, os autores enfatizam a importância de considerar a biodiversidade como um todo, e não apenas os vertebrados, na avaliação dos riscos da mineração. Como eles apontam no estudo, os dados de biodiversidade na Amazônia ainda são limitados e, se levassem esse fator em conta, os estudos de impacto feitos pelas próprias empresas de mineração poderiam levar a um melhor conhecimento das espécies que habitam a região. Eles ainda ressaltam a importância de envolver as comunidades locais nas decisões relacionadas à mineração e à conservação da biodiversidade.
Por fim, os pesquisadores recomendam que as políticas públicas para o setor devem promover uma maior transparência nas avaliações de impacto e no licenciamento levando em conta a diversidade de seres vivos afetados pela atividade. 

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Comunicação do Centro de Sensoriamento Remoto

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