História do ‘Teatro Espanca!’ encerra série de podcast do Centro Cultural UFMG sobre a Praça da Estação

O quarto episódio da série Corredor Cultural Praça da Estação, podcast produzido pelo Centro Cultural UFMG, apresenta um bate-papo sobre o Teatro Espanca, localizado na Rua Aarão Reis, em Belo Horizonte. O ator, diretor teatral e criador de trilhas sonoras, Alexandre de Sena, e a profissional da dança, coreógrafa e preparadora corporal, Suellen Sampaio, são os convidados do podcast. Ambos são produtores culturais e coordenadores do espaço cultural.

Espanca!

Espanca! foi uma companhia de teatro de grande relevância para a cena belorizontina e contou com a direção e participação da dramaturga Grace Passô. Entre as suas mais famosas peças estão Por Elise (2005), Amores Surdos (2006), Congresso Internacional do Medo (2008), Marcha Para Zenturo (2010), O Líquido Tátil (2012) e PassAarão (2017).

O nome do grupo nasceu de uma frase de Por Elise, de Grace Passô, que diz “tem coisas que espancam, mas espancam doce”. Como afirmam os coordenadores, o nome se manteve porque o espaço é vivo e independente e já tem a sua própria história.

“Existe o que foi, o que é e o que pode ser ainda o Teatro Espanca. E o nome também dialoga muito com tudo que a gente faz, com a nossa feitura. É o espancamento de arte, é um espancamento de encontros, é um espancamento de várias coisas que manter-se o nome é um agradecimento para as pessoas que deram vida para esse espaço”, afirma Suellen.

A sede do grupo no Viaduto Santa Tereza foi conquistada em 2010, a partir de um desejo de ter sua própria casa e transformá-la em um Centro Cultural. O plano se concretizou e a antiga loja foi transformada em teatro. Hoje, o espaço recebe diversos projetos que conversam com a potência cultural da Praça da Estação.

O grupo enquanto criação artística interrompeu suas atividades, mas Alexandre, Suellen e uma equipe que pretende se expandir mantém o Espanca “vivo e pulsando”, como afirma a dançarina.

Diálogo com a cidade

Quando o Espanca foi para a Rua Aarão Reis, ele assumiu também uma agenda de diálogo com a cidade e com a efervescência do Baixo Centro, nos anos de 2010, para os movimentos sociais e culturais que discutiam a ocupação da cidade, como a Praia da Estação e o Duelo de MCs.

Alexandre compara a visão das pessoas e da administração pública como se o Baixo Centro fosse uma espécie de safari. Quando há algum evento ou uma ocupação, várias pessoas passam por ali, mas esquecem que além de um espaço de passagem é também de moradia, de comércios locais. “É uma região que talvez uma parte do poder público não tenha um olhar cuidadoso, porque não é uma região turística. É um espaço rico que faz a cidade culturalmente vibrar e circular muito. É preciso ocorrer investimento nas pessoas que estão fazendo cultura no local desde sempre”, afirma o produtor.

Projetos

Dentre os projetos que o Teatro Espanca recebe estão o Cinema de Fachada, o grupo de slam Clube da Luta, que é uma competição de poesia falada, a Feira Mercado Negro, com expositores, bate-papos, apresentações artísticas, e o Arte no Centro, que conta com ensaios abertos, oficinas, parcerias criativas e ocupações artísticas.

A Feira Mercado Negro surge pela vontade do encontro, de potencializar encontros já existentes e de conhecer o que pretas e pretos criam e produzem na cidade. É uma nova possibilidade de espaço afirmativo, de democratização de acessos e reflexão sobre o black money, como afirmava a descrição da primeira divulgação do evento, que aconteceu em outubro de 2018.

Já o Cinema de Fachada nasceu de uma parceria com uma produtora audiovisual da cidade, a Teia, e continuou como um projeto próprio que, na última edição, teve quase 200 inscrições de todas as cinco regiões do país. Nele, a porta do espaço vira tela e o passeio vira cinema, com as cadeiras dispostas. E assim se cria uma nova paisagem, da tela, do Viaduto e de quem passa pela rua e de transporte público.

O Cinema de Fachada foi um respiro e uma possibilidade na realidade pós pandêmica para o que a Suellen chama de “reeducação de volta para o teatro”. Isso porque as pessoas se sentiam mais seguras e voltavam a frequentar o Espanca, enquanto o Espanca, como espaço vivo, também começava a se entender “de fora para dentro”.

Para o ano de 2023, segue a esperança de permanecerem vivos e pulsantes e também a certeza da vontade de continuar.

Ouça o podcast na íntegra e conheça a história do Teatro Espanca, espaço cultural que conversa com as atividades culturais do Viaduto Santa Tereza e ajuda a manter viva a memória do grupo teatral de mesmo nome.

Conheça os trabalhos do Teatro EspancaAlexandre de Sena e Suellen Sampaio no Instagram.

Corredor Cultural 174 Podcast

O projeto do Centro Cultural UFMG Corredor Cultural 174 Podcast disponibiliza mensalmente no Spotify conversas com artistas, músicos, escritores, cineastas, agentes culturais e demais pessoas que pensam, respiram e produzem cultura. “Corredor”, pelo fato do Centro Cultural UFMG estar situado no corredor cultural Praça da Estação e também no sentido de espaço de passagem, onde transitam ideias, movimentos e expressões artísticas em Belo Horizonte. “Cultural”, pois a temática será sempre cultura e “174” é o número de localização da instituição na Avenida Santos Dumont.

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Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria do Centro Cultural UFMG