História dos 50 anos de ciência no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG é contada em livro

Lançamento será nesta sexta-feira, 4 de junho, às 16h

O caráter coletivo da ciência - exemplificado pela relevância acadêmica e científica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG e pelo seu reconhecimento como um dos mais importantes em sua área no Brasil e no exterior - é um dos principais aspectos relatados no livro A Ciência no ICB UFMG - 50 anos de História. O lançamento será nesta sexta-feira, 4 de junho, às 16h, pelo canal do ICB no YouTube.

Na ocasião, alguns trechos e causos serão apresentados pelas organizadoras da obra, professoras Ana Carolina Vimieiro Gomes e Rita de Cássia Marques, do grupo Scientia, dedicado à teoria e história da ciência, do Departamento de História da UFMG.

A obra foi editada, nos formatos impresso e e-book, pela Fino Traço Editora, que irá sortear dois exemplares durante o evento para os participantes da live que se inscrevem no ato do lançamento. Participam os diretores do ICB, da atual gestão, Carlos Augusto Rosa e Élida Mara Rabelo, e da gestão que iniciou a obra, Andréa Macedo. Na ocasião, a professora Yara Maria Frizzera Santos será homenageada em nome de seu marido, professor Tomaz Aroldo da Mota Santos, idealizador e grande responsável pela produção do livro.

Rita Marques faz questão de registrar que a expectativa do professor Tomaz era resguardar os 50 anos de história científica que fizeram o ICB ser reconhecido pela sua excelência. Falecido em junho de 2020, o professor emérito Tomaz da Mota foi reitor da UFMG (1994-1998) e diretor do ICB por dois mandatos (1990-1994 e 2010-2014).

“Este livro é um convite para os leitores se engajarem nas questões da história da ciência e refletirem sobre como o passado tem implicações no processo de desenvolvimento científico do presente”, afirma Rita Marques. Ela conta ainda que a ideia foi aproveitar o estudo de caso dos 50 anos do ICB para discutir a complexidade da ciência em ação e a trama complexa envolvida no desenvolvimento da ciência em uma instituição universitária de ensino, pesquisa e extensão.

“Os valiosos depoimentos dos professores e funcionários entrevistados, guardiões das lembranças, desvelaram muitas estórias dentro da história, revelando como ao longo dos anos foi-se tecendo uma memória coletiva do ICB”, adianta a historiadora da ciência.

Histórias sociais, políticas e econômicas

Com os depoimentos e a documentação consultada foi possível captar a presença de uma série de valores e afetos partilhados coletivamente, como o senso de oportunidade para viabilizar as pesquisas, percebidos na escolha de temas conjuntos e na construção de condições de infraestrutura partilhados pelos vários grupos de pesquisa, como o biotério e o centro de microscopia. Rita Marques também destaca a necessidade de se cultivar legados e despertar as vocações científicas desde a graduação.

“É no ICB, por exemplo, que nasce a Semana de Iniciação Científica”, recorda a historiadora, lembrando o valor da extensão para o desenvolvimento do conhecimento integrado à sociedade; a forte presença de uma ênfase biotecnológica e a busca pela aplicação dos conhecimentos; o apreço pelo ambientalismo e a educação ambiental; o valor das funções administrativas, como frente de ação para se fazer política científica e universitária.

Para Ana Carolina Vimieiro, não se pode deixar de destacar que a história do desenvolvimento científico do ICB é atravessada pelas conjunturas sociais, políticas e econômicas da segunda metade do século XX, como da Ditadura Militar Brasileira e da Guerra Fria.

Ela relembra que o ICB pôde sair na frente como central de ensino, graduação, pós-graduação, e pesquisa em ciências biológicas/ biomédicas graças à trama de apoio financeiro e de políticas científicas e educacionais de organismos internacionais dirigidas aos países do Terceiro Mundo, tais com a Fundação Rockefeller, que fomentou a formação e treinamento de vários professores do ICB nos EUA.

“O programa e modernização conservadora do governo militar levou à reorganização institucional das universidades brasileiras na Reforma Universitária em 1968 e muitos professores do ICB souberam explorar a conjuntura política em benefício de suas atividades científicas, tornando-as mais centradas nos modelos moleculares e biotecnológicos”, observa Vimieiro.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG

(31) 99131-9115

http://www.icb.ufmg.br/

Serviço

Lançamento do livro: 'A Ciência no ICB UFMG - 50 anos de História'

4 de junho de 2021

16h

Youtube