Infectados pela covid-19 em BH são mais de 500 mil, estima projeto da UFMG

Monitoramento do esgoto nas sub-bacias do Arrudas e do Onça, iniciado em abril, detecta presença do novo coronavírus

No período de quatro semanas que se encerrou no dia 13 de novembro, a população infectada em Belo Horizonte ficou na casa de 500 mil pessoas, de acordo com estimativa de pesquisa coordenada pela UFMG que detecta e quantifica a presença do novo coronavírus em amostras de esgoto.

Na última semana (7 a 13 de novembro), foram estimados 569.181 casos na capital. Para Contagem, o projeto estima cerca de 100 mil casos, assim como nas duas semanas anteriores.

A iniciativa é desenvolvida conjuntamente pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis), sediada e coordenada na UFMG.

Positivo em todas as regiões

De acordo com o 23º Boletim de Acompanhamento do projeto, todas as regiões monitoradas, nas bacias do Arrudas e do Onça, voltaram a apresentar, na semana de 7 a 13 de novembro, resultados positivos para a detecção do novo coronavírus. Na bacia do Arrudas, foi registrada tendência de aumento dos percentuais de população infectada nas últimas seis semanas de monitoramento; na bacia do Onça, apesar da redução gradativa dos percentuais de população infectada estimada ao longo das últimas quatro semanas de monitoramento, observou-se tendência geral de aumento em relação à média das duas semanas anteriores à de 7 a 13.

O Boletim destaca que o monitoramento indica aumento da circulação do vírus em Belo Horizonte nas quatro semanas de coletas e análises das amostras (17 de outubro a 13 deste mês), em relação aos meses anteriores.

Segundo o professor Carlos Chernicharo, da Escola de Engenharia da UFMG, coordenador do INCT ETEs Sustentáveis, o objetivo do projeto é detectar tendências, mais que ressaltar números absolutos. “Os resultados têm sido consistentes com o movimento de notificação de casos, e nosso trabalho tem sido capaz de detectar aumentos com antecedência em relação aos dados clínicos e de internações na capital e em Contagem”, analisa.

O projeto conta com parceria da Copasa, empresa de saneamento de Minas Gerais, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e da Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES). 

Outras informações podem ser obtidas no painel dinâmico interativo do monitoramento.

(Texto de Itamar Rigueira Jr.)

Assessoria de Imprensa UFMG

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Assessoria de Imprensa UFMG