Instituto de Ciências Agrárias da UFMG completa 54 anos

Universidade se consolida como um dos principais centros de geração de tecnologia no semiárido mineiro

Em 1964, o Ministério da Agricultura criava o Colégio Agrícola Antônio Versiani Athayde. A instituição, com sede em Montes Claros, oferecia formação profissional de segundo grau para os trabalhadores da agricultura. Quatro anos mais tarde, em 1968, a escola foi incorporada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Agora chamado de Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, o local completa 54 anos de trabalho voltado para as peculiaridades, vocações e necessidades do semiárido.

“Hoje é um dia de festa, um dia de alegria. Os 54 anos da instituição marcam a história de uma jovem senhora, esta unidade denominada Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, que aqui no Norte de Minas busca com suas atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão ampliar as ações da UFMG em uma região que é tão importante para o nosso estado e para o país”, afirma o diretor do ICA, professor Leonardo Tuffi.

História

Em 1975, após a incorporação por parte da UFMG, a antiga escola passou a oferecer cursos superiores de curta duração e recebeu a denominação de Núcleo de Tecnologia em Ciências Agrárias. Um ano depois, o núcleo foi elevado a Campus Regional de Montes Claros. O nome Instituto de Ciências Agrárias foi adotado em 2008, quando o local ganhou autonomia como unidade acadêmica da UFMG. 

Atualmente o ICA oferece cursos de Graduação em Administração, Agronomia, Engenharia de Alimentos, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia Florestal e Zootecnia. Juntos, somam um total de 240 vagas anuais. O Instituto também oferece Mestrado em Produção Animal, Produção Vegetal, em Sociedade, Ambiente e Território e Alimentos e Saúde. A instituição tem ainda especialização em Recursos Hídricos e Ambientais e Doutorado em Produção Vegetal.

São 1.045 estudantes de graduação, mais de 200 pós-graduandos. O campus tem em atividade 340 projetos entre pesquisa e extensão. O Instituto, inclusive, destaca-se pelo trabalho de extensão universitária, em grande parte, responsável pela integração entre a UFMG e o Norte de Minas Gerais. 

54 anos de evolução

São 54 anos formando profissionais para o mercado. Mais de meio século de história no sertão mineiro. História que se mistura à de quem passou pelo local. Foi também em outubro que a secretária geral Maria Aparecida Santos completou 39 de carreira no ICA. Ela acompanhou muitas das evoluções pelas quais o local passou. E fala com muita emoção sobre estes momentos. “Antes, só existia o prédio do bloco A, o bloco B era uma extensão onde funcionava a biblioteca e tinha o restaurante. De lá para cá, quantos outros laboratórios foram criados, quantos prédios. Depois, foi crescendo. Eu me encontro hoje com alguns colegas que já se aposentaram e ficam impressionados com estas mudanças. Muita coisa mudou para melhor”, conta.

O Campus Regional da UFMG em Montes Claros vem se consolidando como um dos principais centros de geração de tecnologia no semiárido mineiro, sobretudo com a oferta de Pós-Graduação. O início foi de muitos desafios com a criação em 2006 do curso de Mestrado em Ciências Agrárias. “Em 2012, houve uma reestruturação. Mudamos a área de Ciências Agrárias para Produção Vegetal, que foi pioneira e ajudou na nucleação dos Mestrados em Produção Animal e Sociedade, Ambiente e Território. Os mestrados em Ciências Florestais e de Alimentos e saúde são mais recentes e foram criados com uma abordagem em áreas relevantes para nossa região e com propostas interessantes de aproximação dos projetos de pesquisas desenvolvidos com as demandas da sociedade”, explica o diretor do ICA.

Um caminho de oportunidades

Para o estudante de Agronomia Elias Barbosa Rodrigues, a UFMG se apresentou como um caminho de oportunidades para crescer. Natural da zona rural de Monte Azul, no norte do estado, ele conta que o ensino superior era um sonho, mas até então distante. “Na minha comunidade, a gente tem pouco acesso à informação. Se você quer alguma coisa, tem que perguntar alguém porque o acesso à internet é muito difícil. Eu decidi tentar a UFMG no terceiro ano do Ensino Médio, por sugestão de um professor. Até então eu não sabia que havia um campus em Montes Claros”, explica.

A intenção inicial era dividir o tempo entre trabalho fora e estudos. Mas o estudante descobriu que a universidade oferece assistência estudantil e ele se encaixava nos requisitos necessários para conseguir o benefício. Aprovado na seleção, documentação entregue, começava um novo ciclo na vida de Elias. “Para mim, foi um ganho inestimável. Eu tinha aquela mentalidade de que o ensino superior não é possível, por falta de recursos. Porque não é só ir para uma outra cidade estudar. É estudar e se manter. Na minha região, por exemplo, os pais não têm condições de sustentar o filho em outra cidade. A UFMG me acolheu, me deu condições de ficar aqui e dar conta dos estudos. Eu me envolvi em vários projetos, tenho buscado me desenvolver cada vez mais”.

A assistência estudantil é oferecida a acadêmicos de primeira graduação dos cursos presenciais – regularmente matriculados e frequentes – que necessitam de algum apoio para sua permanência na Universidade têm acesso à Política de Assistência Estudantil da UFMG. Existem programas com o objetivo de facilitar o acesso à alimentação, à moradia, à saúde, ao transporte, garantindo aos discentes condições para a conclusão do curso.

Hoje, 600 alunos do ICA recebem assistência da Fundação Universitária Mendes Pimentel (FUMP). São disponibilizadas 108 vagas na moradia universitária Cyro Versiani dos Anjos. E cerca de 800 refeições são servidas por dia no Restaurante Universitário.

Consolidação no Norte de Minas

Celebrando a história e de olho no futuro. Para Maria Aparecida, hoje, o sentimento é de que a UFMG se consolidou no Norte de Minas. “Antes, as pessoas não entendiam que tinha UFMG em Montes Claros. Agora, eu sinto que a UFMG está realmente implantada aqui. Eu sinto que foi um conjunto de ações, de alunos, professores que contribuíram para essa consolidação”.

Para Elias Rodrigues, carregar o nome da UFMG é motivo de orgulho e também de grande responsabilidade. “Quem carrega o nome da UFMG sabe que é um nome de peso. O ensino é de qualidade, te exige muito. Aqui, eu evoluí bastante. O Elias que vai sair daqui é totalmente diferente do que entrou. Hoje, eu sei que sou capaz de ir longe não só profissionalmente, mas pessoalmente, devido às habilidades que adquiri aqui”.

O diretor do Instituto de Ciências Agrárias conta que os últimos 23 anos foram bastante intensos e marcam um grande crescimento da unidade acadêmica. “Nos últimos anos o ICA/UFMG passou por uma mudança muito grande no corpo docente, de técnicos-administrativos, no número de estudantes e também na sua infraestrutura. Infraestrutura ligada à oferta de aulas teóricas, laboratórios, nos espaços de pesquisa e de apoio as ações de extensão. Temos muito orgulho e alegria pela atuação de nossos docentes, técnicos administrativos, estudantes e colaboradores que fazem no seu dia a dia todo o esforço para continuarmos a oferecer o ensino superior gratuito e de qualidade, a desenvolver pesquisas e uma extensão de relevância e próxima da sociedade e de seus anseios. Parabéns ao ICA!”

Texto com informações de Ana Cláudia Mendes/UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG