Maurício Gino fala sobre filmes de animação em curta-metragem em vídeo do Aulas Abertas UFMG

O convidado desta semana do Aulas Abertas, projeto do Centro Cultural UFMG, é o professor Maurício Gino, que fala sobre filmes de animação em curta-metragem em uma aula intitulada Crônicas Animadas.

Segundo Maurício, geralmente a animação é, de forma equivocada, associada a conteúdos infantis, exclusivamente, além de ser apresentada em filmes de longa duração ou em séries animadas. Porém, existe uma produção bastante numerosa e vigorosa de filmes em curta duração, que normalmente fica mais restrita ao circuito de festivais, e é sobre essa produção que ele apresenta na aula.

Assista ao vídeo:

De acordo com o professor, deve-se considerar que o cinema de animação nasceu no formato curto, no entanto, naquele momento, não se pode dizer que havia uma preocupação em se contar uma história, ele existia mais como uma espécie de espetáculo, em que seus criadores exibiam suas habilidades técnicas na construção da imagem animada. Para ilustrar sua fala, ele exibe trechos de Gertie, o dinossauro (1914), de Winsor McCay.

Com o decorrer do tempo a animação ganha novas possibilidades e passa a ser um instrumento de narrar histórias do nosso cotidiano e das mazelas do mundo em que vivemos, como é o caso do filme Os vizinhos (1952), de Norman McLaren. Maurício diz que as metáforas se mostraram importantes instrumentos a serviço da narrativa em filmes de animação, como no filme Meow! (1981), de Marcos Magalhães. Na mesma linha, ele cita os filmes O reino azul (1989), do brasileiro Otto Guerra e o curta E (1981), de Bretislav Pojar. Esses três últimos refletem, de alguma maneira, um momento histórico e um meio de expressão em períodos de grande vigilância e repressão social.

Ao mesmo tempo, os curtas animados e as metáforas também podem abordar temas mais leves e questões existenciais próprias dos seres humanos, como nos filmes da Pixar Luxo Jr. (1986), dirigido por John Lasseter e Geri’s game (1997), de Jan Pinkava. Maurício cita ainda os filmes Lúmen (2007), de Wilian Salvador, ex-aluno da Escola de Belas Artes da UFMG e Pai e filha (2000), de Michaël Dudok de Wit.

Para finalizar sua fala, Maurício Gino apresenta um filme bastante atual, que reflete com grande sensibilidade o momento difícil que estamos vivendo e os valores que devem aflorar a partir destes tempos. Trata-se do filme colombiano El Desayuno (2020), dirigido por Cristian Arcos e realizado durante o confinamento da pandemia.

Maurício Gino é professor do curso de Cinema de Animação e Artes Digitais da UFMG e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Artes. Atualmente coordena o Núcleo de Audiovisual do Espaço do Conhecimento UFMG.

Aulas Abertas

Aulas Abertas foi elaborado para oferecer um espaço de compartilhamento de ideias, conceitos e experiências, buscando a construção do conhecimento reflexivo e crítico pelo público, que terá acesso à fala de professores, pesquisadores e artistas convidados. Não se trata, portanto, de aulas propriamente ditas, mas discussões contextualizadas pelo olhar científico e humano, essenciais nesse momento de crise.

A cada semana será publicada uma nova aula através do FacebookInstagramYouTube e Site da Instituição. Confira os vídeos anteriores também por meio das redes sociais.

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