Mostra coletiva apresenta reflexões sobre o tempo, a matéria e a imaginação no Centro Cultural UFMG
O Centro Cultural UFMG convida para a abertura da exposição coletiva Tudo é real, tudo é sempre outra coisa, dos artistas Angelo Arantes, Bianca Perdigão, Fernanda Gontijo, Frederico Almeida, Gustavo Machado, Márcio Murari, Mateus Lustosa, e Murilo Caliari, com curadoria de Sarah James. A mostra reúne colagens, pinturas, desenhos e impressões que exploram a transformação e efemeridade da imagem. O evento acontece no dia 1º de novembro, sexta-feira, às 19h. As obras poderão ser vistas até 1º de dezembro de 2024. A entrada é gratuita e tem classificação livre.
Tudo é real, tudo é sempre outra coisa
A exposição coletiva Tudo é real, tudo é sempre outra coisa investiga a transformação e a efemeridade da imagem a partir de trabalhos recentes de oito artistas mineiros de áreas e trajetórias distintas.
Cada artista apresenta uma abordagem singular para dialogar sobre o tempo e a matéria, com obras que sugerem, no contexto contemporâneo, que tudo está em constante transformação. Colagens, pinturas, desenhos e impressões se entrelaçam com técnicas experimentais, convidando a redefinir as percepções visuais em um mundo inundado por imagens.
Os artistas partilham suas investigações e processos com matérias primas ora inusitadas, ora cotidianas, convidando todos a um novo olhar sobre o que fica e o que o tempo leva. A impermanência e o desgaste da matéria tornam-se temas centrais e se desdobram em reflexões sobre a presença e a ausência.
Nessa exploração, as possibilidades de espiar, desaparecer, renunciar, encontrar a si e buscar o outro são temas que flutuam nos trabalhos desses jovens artistas. Assim como o corpo que transcende sua mera existência física, fazendo surgir o eu refletido, capaz de estar em qualquer lugar desejado. Um indivíduo que não está ali, mas sua presença é tangível.
Todos exploram maneiras de ser e desaparecer, assim como as imagens que podem apenas surgir e serem apagadas. Unificados por este gesto poético, os artistas deixam sua marcante presença coletiva. A exposição proporciona não apenas uma visão das obras, mas também uma imersão nas reflexões sobre o tempo, a matéria e a imaginação.
Sobre os artistas
Angelo Arantes – Artista, fotógrafo, vive e trabalha em Belo Horizonte (MG). Tem como eixo de pesquisa a fotografia experimental, utiliza como suporte o filme radiográfico e outras possibilidades fotossensíveis, valendo-se do processo analógico como enfrentamento e resistência à aceleração do tempo e ao distanciamento do mundo orgânico na contemporaneidade. A partir desse núcleo investigativo, aborda outros temas relacionados ao ambiente onde vive.
Bianca Perdigão – Entre artista e designer, pesquisa materialidades temporárias e imagens de arquivo. Busca distorcer a noção do estático e do olhar na obra de arte. É pós-graduada em artes plásticas, já expôs seus trabalhos em Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Pelotas. Nascida em 1996, vive e trabalha em Belo Horizonte.
Fernanda Gontijo – Através do desenho, da colagem, da pintura e da fotografia, incorpora fragmentos do seu cotidiano e da paisagem urbana, investigando a natureza experimental e construtiva do processo criativo, com interesse especial pelo resto como potência poética e matéria de criação, bem como as relações entre palavra e imagem. Vive e trabalha em Belo Horizonte.
Frederico Almeida – Arquiteto e membro do estúdio Vazio S/A, atua no universo das poéticas visuais explorando o arcabouço teórico e técnico da arquitetura. Sua prática engloba a manipulação de imagens e representações do espaço habitado, com o intuito de investigar as interseções entre cultura, tecnologia e subjetividades. Em sua pesquisa mais recente concentra-se nas relações entre casa, sonho e mundo. Vive e trabalha em Belo Horizonte.
Gustavo Machado – É artista visual e designer com mais de 14 anos de experiência. Formado em Design pela UFMG, com especialização em Design Sustentável pela Politecnico di Torino (Itália) e pós-graduado em Arte Contemporânea pela UEMG. É um dos fundadores do escritório de design Piau. Em sua pesquisa artística no campo da pintura, gravura, colagem, tecnologia e arte digital discute a produção da imagem na contemporaneidade, o uso de ferramentas e tecnologias para aprimoramento do corpo humano e seu esgotamento dentro da estrutura de produção de capital.
Márcio Murari – Performer, ator e arte-educador. Conversa e desenvolve trabalhos abordando questões que deságuam nas poéticas de si e compartilhadas, vivências urbanas suburbanas e periféricas, corporeidades andarilhas, ritual e memória. Tem como formação Licenciatura/Bacharelado pela Escola de Belas Artes - UFMG em Teatro e pós-graduação em Artes Plásticas e Contemporaneidade pela Escola Guignard - UEMG. Os suportes utilizados são o corpo, a fotografia, as colagens, os pixos e vídeos.
Mateus Lustosa – É artista visual e explora a fotografia digital como sua principal linguagem, apesar de se sentir livre para experimentar outras mídias e suportes. Sua poética tem o corpo como centralidade e recentemente tem se interessado por sua relação com os conceitos de moral, desejo e culpa. Produz ativamente retratos, fotoperformances e registros urbanos, além de cultivar interesse por arte contemporânea, arquitetura, semiótica, estudos culturais, de gênero e sexualidade, além de psicanálise. Em 2022, fez sua primeira exposição individual no Museu Aleijadinho (Ouro Preto), Descortinar: registros fotográficos do processo de restauro dos elementos artísticos integrados do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. Participou das coletivas Cultivando Incertezas (Escola Guignard, 2023) e Ainda me restam os olhos (Viaduto das Artes, 2019).
Murilo Caliari – Nasceu em São Sebastião do Paraíso no ano de 1996. Atualmente mora em Belo Horizonte e estuda Artes Plásticas na Escola Guignard (UEMG). Seu trabalho parte da experiência de vida, registros, colecionismos, apropriação, fotografia, desenho, pintura, colagens e assemblage. Através da justaposição de materiais distintos formula pequenas histórias, ficcionaliza o cotidiano e ao mesmo tempo procura registrar, de algum modo, os encontros que acontecem no meio da jornada.
Sobre a curadora
Sarah James Dias – Arquiteta e Urbanista pela PUC/MG e pela Universidade de Bolonha (Itália) e pós-graduada em Artes Plásticas e Contemporaneidade pela UEMG – Escola Guignard. Atualmente dirige o próprio estúdio de arquitetura com projetos em todo Brasil e trabalha na Galeria Albuquerque Contemporânea em Belo Horizonte como relações internacionais e institucionais. Já participou de mais de 10 feiras de arte no Brasil e se prepara para atuar em feiras internacionais, como México, Nova Iorque e Itália.
Serviço:
Exposição coletiva Tudo é real, tudo é sempre outra coisa
Abertura: 1º de novembro | 19h
Visitação: até o dia 1º de dezembro
Terças a sextas: das 9h às 20h
Sábados, domingos e feriados: das 9h às 17h
Sala Celso Renato de Lima do Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174 - Centro - Belo Horizonte | MG)
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita