No mês da Luta Antimanicomial, Café Controverso na UFMG debate o papel da arte no tratamento da loucura

Com o tema 'O que é, o que não é arte?', o debate acontece no sábado, dia 20 de maio, no Espaço do Conhecimento UFMG; a entrada é gratuita

Entre a realidade e o delírio, a arte se impõe como espaço de expressão e encontro com a subjetividade. É por meio dela que pessoas portadoras de sofrimento mental encontram recursos para ultrapassar as barreiras do estigma e do preconceito. Assim, as palavras vão dando sentido ao caos, as pinceladas conferem cores e formas aos sentimentos, e os movimentos do corpo impulsionam novas possibilidades de existência no mundo.

No mês em que se comemora o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, o Café Controverso – O que é, o que não é arte? convida o público para debater sobre o tema. Lucia Castelo Branco, escritora, psicanalista e professora em Estudos Literários da UFMG, e Wesley Simões, artista visual, ator e diretor teatral, são os convidados do evento, que acontece no próximo sábado, dia 20 de maio, às 11h, na Cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG. A participação é gratuita.

O debate integra a programação do Espaço do Conhecimento UFMG para a 15° Semana Nacional de Museus. Anualmente, o evento comemora o Dia Internacional de Museus, 18 de maio, quando espaços culturais brasileiros desenvolvem uma programação especial. O evento é realizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

Coisa de louco?

As expressões artísticas dos chamados loucos, além de tensionarem os limites do que pode ou não ser considerado arte, também cumprem papel importante na conquista pelo tratamento em liberdade. O foco deixa de ser o diagnóstico e passa a ser a possibilidade de convívio e inserção social dos portadores de sofrimento mental.

Mas, não se trata de uma perspectiva curativa, como esclarece a psicanalista e professora da UFMG Lúcia Castello Branco. “O curar não é no sentido de erradicar o sofrimento, mas sim de direcioná-lo para algum objeto, conferindo dignidade à pessoa”, explica. Há 26 anos, a pesquisadora está à frente do projeto que deu origem às oficinas Práticas da Letra, desenvolvidas em hospitais e clínicas psiquiátricas da capital. Parte do trabalho foi registrado no livro Coisa de Louco, publicado em 1998. Atualmente, Branco está finalizando a segunda parte da obra, que sistematiza a produção dos últimos 25 anos.

Atuante na causa desde os tempos de estudante, Wesley Simões trabalhou promovendo oficinas de arte durante duas décadas no projeto de Saúde Mental da Prefeitura de Belo Horizonte. Ele conta que a experiência foi renovadora na sua formação enquanto artista e cidadão. “É uma forma de tratar não só artística, mas também politicamente as pessoas portadoras de sofrimento mental. É entender as diferenças, valorizando o potencial criativo de cada indivíduo e reconhecendo sua capacidade de gerir a própria vida”, explica Simões.

Lúcia Castello Branco e Wesley Simões discutirão esses e outros pontos no Café Controverso. Após a fala de cada um, o público poderá participar, fazendo perguntas e contribuindo para o debate.

O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Liberdade, o museu é fruto da parceria entre a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço está subordinado à Diretoria de Ação Cultural (DAC) da universidade, é amparado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com patrocínio da Unimed e do Instituto Unimed.

Assessoria de Imprensa da UFMG

Fonte

Comunicação Institucional do Espaço do Conhecimento UFMG

(31) 3409-8352 / 9 7142-3287

http://www.espacodoconhecimento.org.br/

Serviço

No mês da Luta Antimanicomial, Café Controverso na UFMG debate o papel da arte no tratamento da loucura

Dia 20 de maio de 2017

11h

Espaço do Conhecimento UFMG, cafeteria - Praça da Liberdade, 700, Funcionários - Belo Horizonte