Orgulho LGBT+ deve ser abraçado por toda a sociedade, defende comunidade da UFMG

Data celebra Rebelião de Stonewall Inn, nos EUA, que impulsionou a luta contra a discriminação e o preconceito

Criado há 52 anos e celebrado em 28 de junho, o dia do Orgulho LGBTQIA+ homenageia um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade pelos seus direitos: a Rebelião de Stonewall Inn. Em 1969, após uma série de invasões da polícia de Nova York aos bares frequentados por homossexuais, vários protestos foram realizados em cidades estadunidenses em favor dos direitos dessa população. Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do combate à LGBT+fobia, a data reforça a busca por uma sociedade respeitosa e livre de preconceitos relacionados a gênero e orientação sexual.

Na avaliação do professor Marco Aurélio Prado, coordenador do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT+ (NUH–UFMG), o dia 28 de junho deve ser encarado como uma data de reflexão por toda a sociedade e não apenas pela comunidade LGBT+. "Eu me orgulho de cada pessoa LGBT+, e todos deveriam se orgulhar também. Somos diversos como humanidade, e essa diversidade é o que nos propicia conhecer as várias formas de se relacionar, as várias formas de amar e de viver. Devemos usar o nosso corpo, a nossa voz, para dizer 'sim' à sociedade. Temos direitos iguais, direitos equivalentes e temos que, juntos, juntas e juntes, construir uma sociedade para todas as pessoas”, afirmou.

Também ligada ao NUH–UFMG, a  professora Joana Ziller destaca que a data põe em evidência a necessidade de dar visibilidade às pessoas pertencentes ao grupo. “É preciso constituir espaços de visibilidade para as mulheres que performam feminilidade e as que não performam, as brancas e as negras, as magras e as gordas, as jovens e as não tão jovens. Todas temos o que dizer, assim como todos os homens gays, todos os homens e mulheres trans", afirma a professora.

Luta universal

Segundo pesquisa do Center For Talent Innovation publicada em 2016, 61% dos funcionários LGBT+ escondem a sexualidade de gestores e colegas no ambiente de trabalho, com medo de sofrer ataques ou perder o emprego. 

O pesquisador Pedro Donizette, aluno de mestrado em estudos psicanalíticos na UFMG, analisa: “Nossa época é marcada por profundas mudanças no campo da sexualidade e da compreensão das relações étnico-raciais. É por meio da militância e da atividade intelectual que avançamos cada vez mais na construção de um exercício profissional antirracista e anti-LGBT+fóbico".

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2020, apenas 11 estados brasileiros forneceram dados relacionados à violência contra LGBTs, o que deixa invisíveis as violências sofridas pela comunidade na maior parte do país, dificultando a análise dos registros e a adoção de políticas, dentro e fora do Estado, para o combate a crimes de ódio.

Não basta não ser LGBT+fóbico

O professor e médico infectologista Dirceu Greco apoia o movimento anti-LGBT+fobia: "Ser contra (as violências) não será suficiente para mudar o status quo. Vamos participar ativamente de todo movimento necessário para impedir a continuação dessa barbárie. Devemos lutar pelo acesso adequado e respeitoso à saúde e pela punição exemplar de toda e qualquer atitude LGBT+fóbica, inclusive as institucionais”.

De acordo com o relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), o Brasil ocupa o primeiro lugar nas Américas em quantidade de homicídios de pessoas LGBT+ e de pessoas trans no mundo. 

Rodrigo Ednilson, professor da Faculdade de Educação da UFMG e militante pela igualdade racial no Brasil, afirma que não se pode fechar os olhos para a desigualdade e a discriminação que atingem a população LGBTQIA+. Em sua atuação, Ednilson diz buscar contribuir para o aumento da presença e do tratamento cada vez mais digno das pessoas que não se enquadram nos padrões heteronormativos e cisgênero. “Por acreditar em um país plural, democrático e diverso, eu tenho muito orgulho da comunidade LGBTQIA+”, completou.

A TV UFMG mostra em vídeo depoimentos de pessoas pesquisadoras da  Universidade que contribuíram e mostraram seu apoio à luta antiLGBT+fóbica. Confira:

Equipe: Bruna Gomes, Daniel Mendes, Miryam Cruz e Ruleandson do Carmo (produção); Marcelo Duarte (edição de imagens), Eduardo Crivelari (videografismo) e Ruleandson do Carmo (edição de conteúdo).

Assessoria de Imprensa UFMG

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Assessoria de Imprensa UFMG