Pesquisa da UFMG analisa envelhecimento sob a ótica de idosos que moram nas ruas

Segunda autora do estudo, a enfermeira Aline Camargo, fragilidade dos idosos em situação de rua é muitas vezes suficiente para separá-los da soci

O processo de envelhecimento de pessoas idosas que vivem nas ruas de Belo Horizonte foi o tema de pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFMG, pela enfermeira Aline Figueiredo Camargo, com orientação da professora Sônia Maria Soares. A pesquisadora acompanhou e observou a rotina de 14 idosos em situação de rua, que vivem na região centro-sul de Belo Horizonte, todos com idade entre 60 e 75 anos. 

As informações coletadas foram estruturadas em três categorias analíticas: a invisibilidade social do envelhecimento em situação de rua, o processo de transição vivenciado na rua e os desafios no cuidado a idosos em situação de rua. Aline Camargo destaca que a fragilidade dos idosos em situação de rua é muitas vezes suficiente para separá-los da sociedade, tornando-os menos sociáveis e com sentimentos menos calorosos. 

“Isso é o mais difícil: o isolamento tácito dos velhos, o gradual esfriamento de suas relações com pessoas às quais eram afeiçoados, a separação em relação aos seres humanos em geral, tudo o que lhes dava sentido e segurança. A diversidade e a heterogeneidade do envelhecimento na rua se articulam ao desenvolvimento de competências individuais necessárias para a sobrevivência. Muitos idosos conseguem lidar com a condição de forma positiva, outros não. Mesmo aqueles que conseguem lidar com o processo transicional com boa adaptação são alvo da não efetivação dos direitos da pessoa idosa”, avalia.

Para a pesquisadora, não é possível pensar em um idoso em situação de rua sem refletir sobre como essa população sobrevive e como se efetua o processo do seu envelhecimento. Segundo ela, durante a pesquisa foi possível perceber que o idoso em situação de rua atravessa o processo de transição relacionado à idade, ao ambiente e à saúde/doença de forma satisfatória e se comporta como a maioria dos idosos domiciliados.

“Alguns demonstraram que conseguiram criar uma rotina, sustentando as atividades básicas de vida diária e atividades instrumentais, tais como dirigir-se ao albergue para dormir e manter a higiene corporal nos serviços oferecidos pela prefeitura. Poucos relataram que investem na busca por oportunidades de emprego e alguns trabalham fazendo bicos”, explica.

Saiba mais em entrevista concedida ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa.

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