Pesquisa da UFMG: bactérias ‘do bem’ podem prevenir infecção em leitões

A tecnologia foi desenvolvida na UFMG, em pesquisa que é tema de episódio do programa ‘Aqui tem ciência’

Nas granjas usadas para a criação de suínos, um problema frequente atinge animais recém-nascidos e gera muitas perdas econômicas para os criadores. Quase todos os leitões têm seu crescimento prejudicado e, às vezes, até são mortos por uma doença causada pela bactéria Clostridium difficile. Uma pesquisa de doutorado, realizada na Escola de Veterinária da UFMG, desenvolveu uma medida para prevenção e controle da infecção por essa bactéria.

O autor do estudo, Carlos Augusto de Oliveira Júnior, começou a investigar a ação do Clostridium difficile ainda em seu mestrado, concluído, assim como o doutorado, no Programa de Pós-graduação em Ciência Animal. Ao longo da pesquisa, Carlos Augusto escolheu, dessa bactéria, uma variedade que não produzia toxinas causadoras de doenças. Posteriormente, uma avaliação genética indicou outra característica da estirpe pesquisada: ela produzia as proteínas necessárias para conseguir se alojar no intestino grosso dos suínos.

A ideia do pesquisador foi usar essa variedade ‘do bem’ para prevenir a infecção causada pelas estirpes da bactéria produtoras de toxinas. Testes feitos em laboratório e em uma granja comercial confirmaram a eficiência da variedade selecionada por Carlos Augusto. “Os leitões que acabavam de nascer recebiam certa quantidade da bactéria que estávamos testando”, explica. “A bactéria que administramos conseguiu reduzir sinais clínicos nesses animais e diminuir a eliminação da bactéria patogênica, o que é muito importante, pois em uma granja essa bactéria que causa doenças se dissemina muito rápido”, acrescenta.

Outros testes laboratoriais mostraram que a estirpe não toxigênica apresenta condições para ser utilizada comercialmente. A tese de doutorado recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Teses - Edição 2020. Saiba mais sobre a pesquisa no novo episódio do Aqui tem ciência, programa da Rádio UFMG Educativa (produção, edição e apresentação de Tiago de Holanda. Os trabalhos técnicos são de Cláudio Zazá).

Raio-x da pesquisa

Título original: Avaliação de uma estirpe não toxigênica para prevenção de diarreia neonatal em leitões por clostridioides (clostridium) difficile

O que é: tese de doutorado que desenvolveu uma forma de combater a infecção causada em suínos pela bactéria Clostridium difficile

Nome do pesquisador: Carlos Augusto de Oliveira Júnior

Ano da defesa: 2019

Programa de pós-graduação: Ciência Animal, da Escola de Veterinária da UFMG

Orientador: O estudo foi orientado por Francisco Lobato e teve dois co-orientadores, Roberto Mauricio Carvalho Guedes e Rodrigo Otávio Silveira Silva

Financiamento: Fapemig, Capes e CNPq

Leia a tese, na íntegra.

Aqui tem ciência tem é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade. O programa fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas-feiras, às 11h, com reprises às quartas, a partir das 14h30, e às sextas, às 20h.

Assessoria de Imprensa UFMG

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Assessoria de Imprensa UFMG