Pesquisa da UFMG investiga hábitos alimentares e conhecimentos sobre insetos comestíveis

Com o objetivo de investigar os hábitos alimentares e conhecimentos sobre insetos comestíveis como alimentos sustentáveis, está sendo realizada a pesquisa EISuFood em 18 países, incluindo o Brasil. O estudo é uma parceria entre a professora Raquel Guiné, do Instituto Politécnico de Viseu, Portugal, e a professora Vanessa Alves Ferreira, do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da UFMG. Para participar é preciso ter mais de 18 anos e responder o formulário disponível aqui.

Vanessa destaca que em algumas culturas alimentares, como as do oriente, o consumo de insetos já é um hábito. Entretanto, em grande parte do ocidente este consumo gera estranhamento e até aversão. “E isto se deve ao aspecto cultural. Como afirma o sociólogo francês Claude Fischler – se nós não consumimos tudo que é biologicamente ingerível, é porque tudo o que é biologicamente ingerível não é culturalmente comestível. Ou seja, o homem apesar de ser onívoro, não come tudo! Há sempre uma escolha, uma seleção e isso envolve hábitos, preferencias e costumes alimentares”.

A professora enfatiza que os insetos têm sido identificados como uma alternativa mais sustentável quando comparados a outras fontes de proteína animal mais convencionais. “Dessa forma, podem contribuir para aliviar bastante as pressões sobre o planeta e os ecossistemas devido a necessidade de alimentar a população mundial, que está em constante crescimento. Muitos chefs também aderiram à tendência de usar insetos em suas preparações culinárias, levando os insetos ao mais alto nível da gastronomia. Em particular, destacam suas qualidades organolépticas aliadas a um valor nutricional reconhecido, comprovado por estudos científicos. No entanto, em algumas culturas, os insetos ou produtos à base de insetos não são aceitos, devido a algum grau de neofobia alimentar”, avalia Vanessa.

Ainda segundo a docente, é relevante conhecer as atitudes de consumidores em diferentes países e identidades socioculturais. “Para tanto, será realizado um levantamento, desenvolvendo um instrumento de coleta de dados adequado aos objetivos do projeto. O questionário será traduzido para as diferentes línguas dos países participantes e aplicado para a coleta de dados. Os dados coletados serão reunidos para tratamento e produção de material para divulgação em periódicos científicos, congressos, entre outros”. Espera-se que este projeto nos permita entender melhor a percepção dos consumidores sobre o tema insetos comestíveis.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG

http://www.enfermagem.ufmg.br/